tag:blogger.com,1999:blog-8499749331272521242024-03-14T04:58:36.624-03:00Pai de MeninaBlog para quem quer dialogar sobre paternidade responsável, parto natural, saúde, sexualidade, puericultura, amamentação e muito mais. E também para quem gosta de ler palpites de um pai que não se conforma com um mundo cheio de armadilhas para nossos filhos. Vamos prepará-los para viver em um mundo melhor.Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.comBlogger158125tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-57126593807915956012018-02-09T21:56:00.004-02:002018-02-09T21:56:51.202-02:00Do orgulho<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Não vou me alongar no tema, tampouco sustentar polêmicas vazias: chorei nos trailers de "Pantera Negra". Todos. Vou chorar no filme, o qual assistirei com minha prole. Ser preto também tem dessas alegrias, saca? Obrigado, Stan Lee. Obrigado, Jack Kirby. E MUITO OBRIGADO, Ryan Coogler.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Sobre chorar no cinema: fui ver "The Martian" após ler o livro, uma deliciosa obra de nerd amador em literatura, sem preocupação em introduzir personagens e suas origens/ motivações. Tomo, de cara, uma porrada: Chiwetel Ejiofor como "Vincent Kapoor" (no livro, Venkat Kapoor, achei que veria um ator indiano). Wow. Chefe da porra toda...</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">As cadeiras D-Box tremendo, eu já todo orgulhoso ao lado de minha filha e entra em cena Donald Glover (na carreira musical, Childish Gambino) como o astrofísico Rich Purcell...</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Para vocês pode ser bobagem, mas quem passou a infância vendo preto na TV quase sempre como empregados domésticos, favelados, bandidos e escravos na nossa fraca teledramaturgia, foi uma porrada que me levou às lágrimas, mesmo eu tendo tido meus minutos de fama na TV nos anos 90.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Eu chorei com gosto. Vibrei com os cálculos da "manobra Purcell", um júbilo da astronavegação ficcional que salvaria o herói da trama. Escrevo e lágrimas escorrem novamente.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Minha irmã não viveu para ver Pantera Negra, fanática por comics como era (aprendi com ela, roubando exemplares da imaculada coleção de gibis). Eu vou assistir. Vou berrar. Eu te amo, minha irmã. Wakanda Forever! Elisa Barcellos Forever!</span></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-54847412381354832082018-01-14T13:56:00.000-02:002018-01-14T13:59:49.212-02:00Nos bicos. É.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Lá vai ela tomar sol nos bicos. Vá junto. Deliciem-se. Sacaneiem-se muito e mutuamente. #gravidez NUNCA foi impeditivo para putice extrema.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-79602909755072021612018-01-14T13:49:00.001-02:002018-01-14T13:49:29.470-02:00Tua barriga, teu gozo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Isso vale para o #sexo na #gravidez. Não faça como as #DonaRegina do passado: parceira ou parceiro não querem te foder? Dê para quem quiser! Peça exames, afaste DSTs e HIV do cardápio e vá ser feliz! Serão longos nove meses. Alguma diversão erótica você merece.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-45811507585911387992018-01-14T13:47:00.001-02:002018-01-14T13:47:43.258-02:00Grávida goza. E muito, tá?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Aos ciumentos violentos de plantão: #grávida também goza (e muito), tá? Até a hora do parto, se der tesão. Seu "papel de homem" não termina na inseminação, pateta. PS: também vale em casos de inseminação artificial em casais de moças. Dê a devida atenção a quem te olha pedindo toque e não para ser tratada como cosplay da virgem Maria.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-36606270840322924682017-09-23T21:04:00.000-03:002017-09-24T02:30:04.100-03:00"Poder para o povo preto. E sem mimimi", por Felipe Barcellos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div data-mce-style="text-align: left;" style="text-align: left;">
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"Poder para o povo preto. E sem mimimi", por <span style="background-color: #d8dfea;">Felipe Barcellos</span>/ <span style="background-color: #d8dfea;">Felipe Barcellos</span></div>
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Bem, você decidiu que quer ajudar os pretos a serem felizes nesse país malvado. Vamos ao tutorial:</div>
<div dir="ltr">
- Ao invés de postar sobre <span style="background-color: #d8dfea;">#negrodrama</span> e as mesmas merdas de sempre, aproveite o mesmo espaço para alavancar histórias positivas, de vitória, de sucesso de PRETOS de TODAS AS CLASSES SOCIAIS! </div>
<div dir="ltr">
- EVITE histórias de pretos com talentos extraordinários, nas artes ou nos esportes. São moscas brancas (no pun intended). Privilegie conteúdos que alavanquem e estimulem a molecada a seguir exemplos atingíveis com educação, perseverança e vontade.</div>
<div dir="ltr">
- Para cada história de preto se fodendo, por favor, tenha o cuidado estratégico de postar cinco histórias de pretos em situações positivas. A dinâmica das mídias sociais fará as histórias positivas chegarem a cada vez mais pessoas.</div>
<div dir="ltr">
- Histórias positivas tem um enorme poder de modificar percepções. Uma criança (branca ou preta) que cresce só vendo preto se foder, dificilmente crescerá sem ter a visão do preto como seres humanos eternamente em necessidade de ajuda. Por isso é uma merda ter crianças impactadas com aqueles anúncios dos Médicos Sem Fronteiras e afins: a repetição forma o padrão. E um padrão perigoso, que torna o preto vitorioso e bem sucedido em suas escolhas sempre a exceção e nunca o padrão.</div>
<div dir="ltr">
- Não, não e não para mimimis como "turbantes só para pretas", "denegrir" e "nega do cabelo duro": isso é um puta desvio do cerne da questão e só serve para que discussões realmente importantes sejam suplantadas pela jocosidade que toma as mídias sociais.</div>
<div dir="ltr">
- TODA vez que pensarem em usar a frase "quem disse que não existe racismo no Brasil...", pensem duas vezes e postem uma lista com três livros de autores pretos -mulheres e homens-, que tenham efetivamente lido ou que tenham sido publicados recentemente. </div>
<div dir="ltr">
- Poste feitos de um preto brilhante e genial por dia, mulheres e homens. Deixe os algoritmos fazerem o resto.</div>
<div dir="ltr">
- Quando forem reclamar que "não tem preto no cinema" lembrem-se do cinema nigeriano e seus lançamentos semanais, disponíveis online.</div>
<div dir="ltr">
- A coisa mais importante na vida dos pretos NÂO é reclamar do infortúnio de ter uma cor de pele açoitada pela ignorância (em casa e na rua). Nós amamos, comemos, dançamos (e as vezes "músicas de brancos", veja só...), brigamos, traímos, fazemos descobertas científicas revolucionárias, fazemos merda pra caralho, erramos, acertamos, nos emocionamos, gostamos de carros zero quilômetro, relógios caros, bons vinhos, temos preguiça de emboçar a casa e preferimos uma TV grande a uma estante de livros, às vezes. Em resumo, somos pessoas normais.</div>
<div dir="ltr">
- Se quer realente ajudar os pretos a obterem reconhecimento, espaço, relevância social, ocupação profissional e capacidade reforçada de luta contra a intolerância, em hipótese alguma repita frases e conceitos burros como "apropriação cultural". O esvaziamento de qualquer discussão produtiva quando essa frase surge é um desserviço.</div>
<div dir="ltr">
- Pretos pobres e pretos ricos podem e devem ter a orientação política e sexual que bem entenderem numa democracia do século XXI. Se você acha que frases como "só no Brasil existe preto de direita" (SIC) ou "só no Brasil existe pobre de direita" ou "não pode ter preto viado" são corretas, você é no mínimo burro. E mal informado, (ou intencionado...), principalmente quanto as questões sociopolíticas do continente que mais tem pretos no mundo, a África. Partido ou ideologia alguma pode ter o monopólio dos pretos e suas causas. Não seja imbecil em seu papel de "feitor da esquerda".</div>
<div dir="ltr">
- JAMAIS, em hipótese alguma, fale de quilombos como "espaços de resistência" e automaticamente ligue a favelização urbana àquela forma de organização social escravocrata. Estude.</div>
<div dir="ltr">
- Ao contrário da crença popular, existem milhares de livros sobre a história do preto, antes e depois da colonização do Novo Mundo. No Brasil, perpetuou-se o mito da "tradição oral", afastando a curiosidade da criança e do jovem preto de buscar leituras que possam esclarecer e ilustrar suas origens.</div>
<div dir="ltr">
- Lembre-se que existem no mundo trocas culturais e sócio econômicas entre povos pretos e civilizações milenares na Ásia (e no que hoje chamamos de Europa) MILHARES DE ANOS antes de existir tráfico negreiro transatlântico e o futuro "Brasil". O resgate e disseminação desse contexto histórico é vital para que novas gerações de pele preta tenham a dimensão de pertencimento global, e não apenas a herança escravocrata nas plantations e minas do Novo Mundo como referência existencial.</div>
<div dir="ltr">
Por enquanto é só. Poder para o povo preto. E sem mimimi.</div>
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Por enquanto é só.</div>
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<a href="https://www.evernote.com/shard/s109/sh/b4d3ac56-a248-42e7-8281-f3af549575a6/3d9ada52b7522daa46e7ad2c4249f057" target="_blank">"Poder para o povo #preto. E sem #mimimi", por Felipe Barcellos </a></div>
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<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br /></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-36679604417782397602016-06-08T20:35:00.001-03:002016-06-08T20:35:16.705-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Não sou mais "marido". Agora, apenas pai. Não é pouco. Recomeço do zero, sem mimimi. Uma vida para tocar. Filhas para educar. Falarei sobre os percalços dessa nova fase por aqui.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-2894505831856943362015-07-04T15:22:00.000-03:002015-07-04T15:22:09.845-03:00Ódio racial e preconceitos não escolhem classe social. O Brasil é um país doente.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Minha filha estuda em escola pública. A maioria das crianças mora em favelas aqui da Barra da Tijuca. Mudamos de escola (também municipal) pois na anterior, detentora do maior IDEB, minha filha sofria agressões das alunas e assédio moral da professora, que acahava normal chamar as crianças de "favelados" ou "bichos que precisam de domador".<br />
<br />
Na escola nova, um espaço mais humano. Ainda assim, bastou Dora destacar-se por ser articulada, curiosa e sempre responder ao que a professora pergunta em sala. Quinta-feira um outro aluno, de 9 anos, incomodado com o protagonismo e empoderamento de minha filha, achou conveniente abordá-la no recreio e dizer: " só não te bato por você não ser da minha cor".<br />
<br />
Imagine como não são as relações na vida dessa criança. O que vê da postura do pai, mãe, família (sabe a tia preconceituosa que você não contesta quando fala merda nas reuniões sociais? Pois é...) e vizinhos.<br />
<br />
Por isso, antes de compartilharem hashtags e abrirem a boca para repetir o bordão imbecil "menos cadeias, mais escolas", lembrem-se que criança na escola NÃO significa um bandido a menos em formação. Escola só funciona se o círculo familiar e social da criança proporcionar uma base moral, social e intelectual sólida e multiplicável na própria comunidade. Caso contrário, a escola não serve para nada. Não é obrigação dos docentes fornecer princípios básicos de cidadania e respeito ao próximo. De certo ou errado. Pouco adianta a escola reforçar valores que serão jogados no lixo já na condução para casa e desacreditados pela família e amigos.<br />
<br />
Vocês não fazem ideia de quanta gente pobre, fodida, que vive em lugares sem condições mínimas de cidadania, mulheres e homens, acha normal bater em mulher, matar homossexuais, humilhar e maltratar pretos. Gente que achou legal as ofensas à Maju.<br />
<br />
Por isso, mais importante do que achar os culpados de ocasião, é parar de tapar o sol com a peneira e achar que somos democracia racial e que a luta é das elites contra o proletariado. O ódio irracional está entranhado em todo o tecido social. Só espera uma oportunidade para manifestar-se.<br />
<br />
Caiam na real.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-90128769733494840572015-04-09T13:57:00.001-03:002015-04-09T13:57:28.092-03:00E quando as mulheres exercem pequenos poderes nefastos, já tem nome em inglês?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Quando uma mulher...<br />
<br />
- impede uma subalterna (ou parceira) de concluir uma frase... (isso, vamos lembrar de relações mãe/filha, orientadora acadêmica/ mestranda, relação "patroa" e faxineiras/ frentistas/ empregadas domésticas/ depiladoras/ atendentes do McDonalds, toda sorte de moças pretas –independentemente da formação intelectual, educacional, classe social, posição profissional e orientação sexual–, e outras mulheres "invisíveis"...)<br />
<br />
- apropria-se da ideia e leva créditos por colegas de trabalho de qualquer gênero...<br />
<br />
- Faz outras pessoas, de qualquer gênero, sentirem-se como crianças ao receberem uma explicação...<br />
<br />
- convence outra pessoa, de qualquer gênero, que ela está louca ou enganada sobre algo do qual tinha certeza...<br />
<br />
Chamaremos como? Womanterrupting, womanplagiarism, womanspreading, womanslaping, gaslighting?<br />
<br />
Evidentemente, existem especificidades, mas dentro das relações de poder, seja na vida pessoal/seja na vida corporativa, essas questões suplantam as questões de gênero.<br />
<br />
Hora de abrir a cabeça, unir forças e pensarmos em soluções globais de melhorias inter sociais duradouras (educação e cultura popular), multiplicáveis (aparelho midiático), sustentáveis (trocas horizontais, sem ódio retroativo, mas mutuamente compreensivas) e respeito entre humanos.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-70630872585211749672015-02-11T13:57:00.001-02:002015-02-11T13:57:04.089-02:00O Gênio das #Cotas contra a #meritocracia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A menina vê algo reluzente boiando com a merda, no valão de esgoto diante do barraco no qual "vive" (?), alegremente, com oito pessoas em dois cômodos. Ela mergulha na agua fétida e descobre uma lampada mágica. Ciente do mito, que já conhece não dos livros ("coisa inútil, perda de tempo", segundo seu pai...) mas sim do DVD pirateado da Disney, não tarda a esfregar o objeto e invocar o "gênio das #cotas": "Menina tola, obrigado por me libertar. Em troca, lhe darei o direito de passar o dia na LAN house só jogando e nas redes sociais, sem fazer cursos livres e buscar informações. Também vou dar-lhe o direito de entrar na universidade sem ter que ler nenhum livro ou ser capaz de interpretar textos. Por último, vou considerá-la incapaz de estudar por conta própria e obter capacidade intelectual para resolver os problemas de sua vida e percalços de sua trajetória, balizada por seus próprios méritos. Use seu gênero, sua origem e a cor da pele como desculpa para não ascender e livrar-se da guetificação, do corpo e das ideias. A partir de hoje você será "vitima" para o resto de sua vida.".<br />
<br />
É. Estão construindo um país com essas premissas. A turma que tapa o sol com a peneira conseguiu transformar a #meritocracia em problema. Sintomático.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-40175763012184299772014-12-17T11:15:00.001-02:002014-12-17T11:15:55.158-02:00A caça às bruxas da sexualidade do adolescente<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Existe algum pai ou mãe que consiga impedir que suas filhas de 11/12 anos gozem e "mamem" de pé, de joelhos ou até sentadas? Só na ilusão. Afinal é para isso que existe o "vou dormir ma casa da minha amiga".<br />
<br />
Cabe aos país orientarem quanto aos riscos sociais, legais e psicológicos da exposição publica da intimidade sexual e na prevenção contra DSTs, mesmo que as "mamadas" sejam apenas entre meninas supostamente saudáveis (sim, existe transmissão de HPV e outras DS em atividades sáficas).<br />
<br />
Vergonha é criança recém nascida jogada em caçamba de lixo. Vamos focar, TFP do Facebook, vamos focar!!!</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-38287625220164122732014-11-29T19:00:00.000-02:002014-11-29T19:00:26.942-02:00Mulheres cientistas: o mito da igualdade de gênero (e de unidade estética) na Índia propagado por uma foto. E o que podemos aprender com o equívoco<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Toda vez que vejo uma mulher defender #Gandhi, a tristeza toma conta de mim. Um homem que textualmente usava a desculpa de sua religião para culpar a mulher por todos os males de uma determinada comunidade de castas inferiores. Ele, de casta superior, sempre foi segregacionista e nunca, em hipótese alguma, cogitou aceitar a igualdade entre gêneros e cidadãos de origens diferentes.<br /><br />
</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1">Um trecho do paper <a href="http://www.aps.org/units/fip/about/upload/mehta.pdf" target="_blank">"Science and Society: The perspective of an Indian woman scientist”</a>, da cientista e ensaísta indiana Anita Mehta, deixa claro o que quero dizer.</span></div>
<div class="p2">
<span class="s1"><br />
</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"><i>(…) On the contrary, it is often, unfortunately, those who are themselves discriminated against, who transmit this discrimination to people more vulnerable than themselves. Two examples, both from a social rather than a scientific background, come to mind: one concerns Mahatma Gandhi's statement when he was told that a certain villager (an untouchable, or 'Harijan', as Gandhi termed members of this caste) epitomized the lowest of the low in India, being poor and socially at the bottom of the pyramid. No, said Gandhi, it was not this villager who epitomized the lowliest of the low in India, but the villager's wife…. (…)</i></span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Ao contrário do odioso Ghandi, Dr. B. R. Ambedkar, o grande jurista e defensor dos direitos humanos na India (mas que não atingiu o status arquetípico e globalizado de “bondade” de Gandhi) sempre pontuou que o domínio do hinduísmo foi a derrocada do feminino na India. E esse triste legado está vivo até hoje.</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">O papel de Gandhi foi fundamental na aceitação global e na manutenção do sistema de castas como algo "natural" na cultura indiana. Não é. Em 2500 A.C. antes da religião HIndu tomar conta do país, o sistema de castas não existia. Os homens eram mestres dos serviços domésticos e dividiam tarefas com as mulheres. Mais: a sexualidade livre de ambos tinha importante papel nas relações sociais de igualdade, não sendo assunto "proibido". A educação, conhecimento e paticipação política e social das mulheres era igualitária a dos homens.</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">O sistema de castas sepultou a igualdade. E até hoje as mulheres indianas sofrem uma forte opressão. Pior: tornam-se opressoras quando pertencem às castas superiores (ou quando sendo de castas inferiores, conseguem romper as barreiras e ocupar espaços junto à elite científica) e nada fazem para mudar a história. São 250 milhões de Dalits. A maioria, mulheres. Imaginem uma população do tamanho da brasileira sendo oprimida? É a India hoje. </span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">A grande maioria das mulheres cientistas da India, incluindo aquelas que apareceram na foto icônica que correu o mundo, são de castas que oprimem as demais. Mesmo com os processos de #açãoafirmativa (tanto para assegurar o acesso do sexo feminino aos centros de educação superior, quanto para elevar o padrão educacional das castas ditas inferiores e repatriar cérebros), a situação não mudou. </span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Pior: para tornar mais fácil o acesso a universidade, muitas mulheres de castas superiores usam nomes e endereços de mulheres de castas inferiores, roubando-lhes as vagas.</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Uma vez na improvável situação de dividirem o mesmo espaço na comunidade científica, as mulheres indianas das castas superiores juntam-se aos homens na opressão às mulheres mais pobres, cedendo ao “clubinho fechado da ciência”.</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Por isso aquela foto que correu o mundo quando a sonda indiana </span><span class="s2"><b>Mangalyaan </b></span><span class="s1">chegou à Marte (ingenuamente alavancada pela falta de análise das instituições ocidentais que advogam a maior participação da mulher em todas as atividades humanas) deixou de ser uma excelente oportunidade para a discussão de papéis sociais e sobre como indivíduos comprometidos podem proporcionar mudanças. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPChBY6iAy1A1iNqlwB9MmX1uwnIR8N3OV0Zmwa4s-jg6UimqXfpSvJw6PcMpUjHXk7lLxJ8bUMHOvLko0_VXhNBytUATutlqn0gzFZNBd76HmEh3DjHfCQTI8PGxrggA1_Q_yfzt3HVw/s1600/indianspacewomen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPChBY6iAy1A1iNqlwB9MmX1uwnIR8N3OV0Zmwa4s-jg6UimqXfpSvJw6PcMpUjHXk7lLxJ8bUMHOvLko0_VXhNBytUATutlqn0gzFZNBd76HmEh3DjHfCQTI8PGxrggA1_Q_yfzt3HVw/s1600/indianspacewomen.jpg" height="179" width="320" /></a></div>
<div class="p3">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Uma pena que o foco tenha ficado na estética imediata (naturalmente que mulheres cientistas na Suécia, EUA, Inglaterra, Trindad e Tobago, Brasil, China, Japão, Africa do Sul, Nigéria teriam aparência diferente, de acordo com o caldo miscigenatório de cada nação), na aparência física das indianas (outro traço de preconceito, que passou batido. Falarei sobre esse tema da estética feminina em outro texto). Perdeu-se a oportunidade de traçar um paralelo com a nossa cultura (e demais culturas ocidentais que tratam o brilhantismo feminino como exceção, quase como se fosse uma surpresa).</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Faltou o cuidado de notar que nenhuma daquelas mulheres da foto poderia ser uma #Dalit ou membro de casta inferior por exemplo, bastando para isso o cuidado de identificar a postura, os sobrenomes (disponíveis no site da ISRO), trajes, roupas, adereços e acessórios.</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p4">
<span class="s3">Ao compartilharem a foto, muitas mulheres esqueceram de ler o texto que a acompanhava. A engenharia de sistemas espaciais </span><span class="s1">Minal Sampath, diz:</span><span class="s3"> </span><span class="s1">“I forget I am a woman sometimes, working in such an organisation”, falando de seu trabalho junto aos homens na Indian Space Research Organisation. </span></div>
<div class="p5">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p6">
<span class="s1">Está claro: apesar da aparência, a sensação delas, mesmo pertencendo às castas superiores, é de que precisam anular-se como mulheres, mero reflexo do sistema social no qual estão inseridas. As mulheres, que são vitais por seu conhecimento aliado a características vitais para o trabalho em tecnologia, como a inteligência emocional e atenção ao detalhe, são apenas 20% da força de trabalho entre os cientistas. Nenhuma delas é Dalit.</span></div>
<div class="p5">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p7">
<span class="s4">Em 2009, uma pesquisa através do </span><span class="s1">Web of Science (WoS), banco de dados científicos da agência Thomsom-Reuters, </span><span class="s4">avaliou </span><span class="s1">9.957 papers publicados pelos principais institutos de ciência acadêmicos da India. Apenas 340 tinham sido produzidos apenas por mulheres. 4.671 papers eram colaborações entre homens e mulheres cientistas, mas com participação menor delas. E dos papeis que tiveram circulação internacional, </span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Mas nem tudo está perdido. A história social da ciência precisa dessa análise e vontade de entendermos como NÃO é impossível mudar o jogo, aqui, no continente africano, na India e no resto da Ásia.</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Para isso, é preciso despir-se do corporativismo que tem tornado toda mulher "uma igual" no combate a desigualdade e suas consequências. Infelizmente existem muitas mulheres opressoras, inclusive entre aquelas que se dizem progressistas e são consideradas líderes na mudança.</span></div>
<div class="p1">
<span class="s1"></span><br /></div>
<div class="p2">
<span class="s1">Deixar as distorções no foco esvaziarem a causa não traz benefícios e esvazia as discussões pertinentes as ações que podem ser tomadas em curto e médio prazo, sem depender do Estado ou das instituições. São mudanças que acontecem dentro de casa, na forma como pais passam para suas filhas as melhores formas de combater e superar adversidades, sejam elas impostas pelo gênero ou origem social.</span></div>
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<span class="s1">Usar o discurso de “só uma mulher pode saber o que sofre” tampouco ajuda na superação dos problemas, aumentando o isolamento e propondo uma autosegregação baseada em gênero e na coletânea de experiências inatas.</span></div>
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<span class="s1"></span><br /></div>
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<span class="s1">Ainda é possível mudar. </span></div>
<br />
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Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-57259435801840263142014-11-08T14:19:00.001-02:002014-11-08T14:19:13.144-02:00Filhos só devem ganhar mesada se souberem o custo real do dinheiro.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Sou contra mesada. Mas, já envolvido nesse modelo, passo a defender a
proporcionalidade no caso de país com renda variável. O valor a ser pago
ao filho jamais poderá ser sobre receita <a class="_58cn" data-ft="{"tn":"*N","type":104}" href="https://www.facebook.com/hashtag/ebitda?source=feed_text&story_id=881311765233565"><span class="_58cl">#</span><span class="_58cm">Ebitda</span></a>
e sim uma porcentagem do lucro líquido dos pais, após impostos,
amortização, custos fixos e despesas contabilizadas. Ajuda aos filhos a
entenderem quanto custa aos pais freela ganhar algum caraminguá...</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-34051499225677305142014-08-13T10:48:00.001-03:002014-08-13T10:48:56.043-03:00Sim, nossas filhas gozam e não esperam "príncipes encantados". Como ajudá-las a evitar roubadas sexuais?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Para evitar chororô, mais meninas agredidas e manés de cabeça baixa na delegacia, todas as mães (mais do que os pais... afinal, mulheres tem o papel de multiplicar como devem ser as relações e manifestações de sexualidade com seu próprio gênero) deveriam ensinar para os seus filhos/filhas:<br /><br />1) Em caso de sexo grupal consentido, se a menina diz NÃO durante a cópula, é óbvio que TODOS devem parar imediatamente. O fato de ser consentido não significa que mudanças de pensamento em meio ao ato não devam ser respeitadas.<br /><br />2) Em hipótese alguma misture maiores e menores de idade. Ou são todos adultos ou são todos adolescentes, da mesma faixa etária. Não caia na pilha alheia.<br /><br />3) Produção de imagens, apenas entre adultos e com "claquete" antes do início do ato, com nome e RG, atestando a autorização para o registro fotográfico/ videográfico, independentemente do dispositivo usado para registro. Ainda assim, se pedirem para parar de filmar/ gravar, PAREM!<br /><br />4) A maioria das imagens amadoras de caráter erótico que são incorretamente compartilhadas em redes sociais/ web são feitas por meninas/ mulheres com seus dispositivos móveis. Saiba dizer NÃO para uma guria, se não quiser ter problemas depois.<br /><br />5) Álcool, drogas recreativas e putaria raramente resultam em decisões sensatas quando utilizados simultaneamente aos jogos sexuais. Sim, não custa nada ensinar a um filho pateta a NÃO praticar asfixia erótica e outros malabarismos quando ele (s) ou a(s) menina(s) estiverem chapados. Obviamente, vai dar merda. Depois dos 18, façam como achar melhor.<br /><br />6) Sabemos que vocês, nossos filhos e filhas, trepam. Não pretendemos interferir em suas preferências e descobertas de formas de prazer, mas temos responsabilidade legal pelas suas cagadas na vida. Sendo assim, entendam que quando um burro fala o outro abaixa a orelha. Não apenas devemos tocar no assunto (além do "papo camisinha" + DSTs + gravidez) como devemos deixar claro que sabemos o que acontece.<br /><br />7) Amamos vocês incondicionalmente, mas ajudem, né? Não precisa ser nenhum Albert Einstein para perceber quando uma situação de prazer está prestes a virar uma grande roubada. Sejam espertos.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0Rio de Janeiro - RJ, República Federativa do Brasil-22.9082998 -43.197077299999989-23.376327300000003 -43.842524299999987 -22.4402723 -42.551630299999992tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-56885966057519074472014-06-20T15:13:00.000-03:002014-06-20T15:32:46.492-03:00Mutilação Genital Feminina: um crime contra a humanidade que fingimos não ver. Por Felipe B. #FGM<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Esses 60 casos de mutilação genital descobertos só esse ano em uma escola na Suécia deixam claro que é preciso que os imigrantes entendam que se um país os aceita, suas bizarrices culturais, crenças religiosas e convenções sociais devem ficar no aeroporto. Entrou no país, respeite as leis da nação hospedeira. O segundo ponto é o papel das mulheres, que não apenas aceitam como são coniventes (e auxiliam) a realização dessas práticas.<br />
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Um manto de silêncio e a conveniência de usar o raciocínio "eu passei por isso, estou viva e tenho um marido provedor" estão acabando com a vida de meninas que vivem em outros países mas não podem usufruir da cultura e de sua existência plena.<br />
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<b><i>Barbárie</i></b><br />
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Não custa lembrar que mutilação genital NÃO TEM nenhuma função útil. Não previne doenças, não impede violência sexual (pelo contrário) e provoca toda sorte de traumas psicológicos e físicos, além de enfermidades na vagina, útero e bexiga que podem levar ao óbito. A única função é a de tratar mulher como propriedade privada e perpetuar a dominação social e negação do gênero através do uso do corpo.<br />
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Quer viver a barbárie cultural? Permaneça em seu país de origem. Muitas dessas meninas foram mutiladas durante as férias, quando seus pais retornam com elas aos países de origem e aproveitam para fazer a mutilação, arrancando grelos, costurando vaginas, impedindo que essas meninas usem seus corpos para ter prazer. Na Suécia, mutilação genital da até 4 anos de cadeia, mesmo se realizada por cidadãos do país no exterior. Fico imaginando o que não acontece com certas meninas estrangeiras aqui mesmo no Brasil.<br />
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Vejam, 60 casos em apenas UMA escola. Se as autoridades da Suécia continuarem (e vão) suas buscas, encontrarão muito mais, em cidades ao longo do país. Agora multipliquem esse cenário pelos milhões de meninas em mais de 30 países que adotam a mutilação genital feminina como prática corrente e dentro da lei.<br />
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<i><b>Alienação</b></i><br />
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Vi gente batendo palmas essa semana, na #2014FIFAWORLDCUPBRAZIL, para times de países que adotam a prática, como Costa do Marfim e Camarões. Muitos daqueles homens em campo não apenas acham aceitável, como apoiam a "tradição". Pior: Gana está aumentando a prática, com os homens da nova geração estimulados para perpetuá-la. E 1/4 das 130 milhões de mulheres em todo o planeta Terra. que sofrem mutilação genital vivem na Nigéria, a maior quantidade em apenas um país. Então, vão bater palmas para esses times também? <br />
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Os países que apoiam as práticas de mutilação genital feminina deveriam ser banidos de toda e qualquer competição desportiva internacional. Da mesma forma, o mesmo tratamento deveria ser direcionado aos países que impedem a presença de mulheres em arenas esportivas, como o Irã.<br />
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Ficar calado e fingir que nada está acontecendo com mais de 100 milhões de mulheres é o melhor caminho? Duvido muito.<br />
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<a href="http://www.nt.se/nyheter/norrkoping/allt-fler-konsstympade-flickor-upptacks-9908656.aspx" target="_blank">Em apenas uma escola, foram descobertos 60 casos de mutilação genital feminina na Suécia. </a></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-55718017731248905822013-10-07T19:03:00.002-03:002013-10-07T19:03:31.902-03:00Não existe lugar para enciclopédias em um mundo que precisa inovar e evoluir.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Vendo a filha menor fazer trabalho de casa no domingo me caiu a ficha que o saudosismo que nutrimos por Life, Barsa e Britannica (essa evoluiu e existe apenas em suporte online) é incompatível com a realidade da formação de conhecimento atual.<br /><br />A Barsa, por exemplo, cobra R$ 3185,00 por 18 volumes e um DVD-ROM. Isso mesmo: um jurássico DVD com conteúdo "multimídia" (seriam os sons dos dinossauros?)!!! Por esse valor você consegue um tablet de boa qualidade, paga o Virtua e consulta o acervo das maiores universidades do mundo. <br /><br />Claro, é importante estimular as crianças a curtir literatura e a usar livros de referência com sabedoria. Mas enciclopédias já eram anacrônicas quando eu era pequeno, com um gap enorme na atualização das informações. Hoje não fazem o menor sentido.<br /><br />É melhor ensinar as crianças a pesquisarem nos meios digitais com método e eficiência, respeitando as indicações bibliográficas e as normas de citação.<br /><br />Enciclopédias não tem lugar em um mundo que precisa de inovadores que pensam criativamente.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-71585743156883654712013-10-05T17:53:00.001-03:002013-10-05T17:53:52.068-03:00Dois estupros de crianças. Duas realidades. O lado B do Rio de Janeiro que ninguém quer ver.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Dois estupros (entre as centenas da semana) marcaram o Rio de Janeiro nos últimos dias: uma menina de 9 e uma menina de 12 foram violentadas.<br /><br />A menina de 9 foi estuprada e estrangulada por um facínora de 22. Ela saiu de uma festa de aniversário com a família e voltou para buscar o brinde, que havia esquecido. Todos se conheciam. Ninguém desconfiou do novo morador, trabalhador, jardineiro.<br /><br />Ele cometera crime semelhante no Nordeste, 5 anos atrás. Ela não vai voltar para relatar os minutos de terror, as mordidas sofridas, a violação e o estrangulamento que abreviou sua vida.<br /><br />A menina de 12 foi estuprada por um grupo de meninos entre 13 e 16 anos. Sobreviveu, mas não sem sequelas. Fizeram um vídeo com o estupro e espalharam para os colegas da escola, via WhatsApp. Todos os agressores filhos de pais ilibados, estudando em escola cara, de elite, todo mundo acima de qualquer suspeita.<br /><br />O agressor da menina de 9 foi preso. A comunidade do local no qual a menina morava, a Rocinha, revoltou-se e cobrou solução.<br /><br />Os agressores da menina de 12 estão protegidos. A comunidade na qual a menina mora, um condomínio classe média alta no Itanhangá, Barra da Tijuca, prefere esconder o crime sob o manto da inconsequência adolescente. "Coisa de criança, sabe?" ou "A menina era safadinha mesmo, uma putinha. Afinal, o que ela foi fazer na casa dos meninos?". Conhecemos bem esse papo, não?<br /><br />Eu nunca me canso desse assunto. Passei boa parte de 2010, 2011 e 2012 escrevendo sobre o tema no blog Pai de Menina.<br /><br />As famílias brasileiras estão dando liberdade equivocada para seus filhos. A partir do momento que alguém sob sua responsabilidade pode violentar alguém, em sua própria casa e na mesma noite exibir o vídeo com o crime em redes sociais, sem que os pais saibam, algo está fora de controle.<br /><br />Esses estupradores vão ganhar presentes. Seus pais vão pagar intercâmbios e tirá-los do país. Voltarão com a ficha limpa.<br /><br />O vídeo da menina nunca mais vai parar de rodar as redes sociais e canais de distribuição de vídeos. É impossível. Ela terá que conviver com essa mácula na sua vida.<br /><br />Sem falso moralismo, mas não custa nada prestar atenção no nossos filhos andam fazendo, seja na vida, seja online.<br /><br />Digo e repito: até os 18 anos, se mora em minha casa, é sustentado por mim e usa recursos que eu pago, não vai ter privacidade digital. E, sim, terá que dar satisfação de seus passos.<br /><br />Uma medida que não assegura que nada irá acontecer. Mas que faz com que eu não fuja da responsabilidade parental.<br /></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-27256605292759221502013-08-22T16:37:00.002-03:002013-08-22T16:37:40.612-03:00Não podemos salvar 1600 sírios mortos. Mas podemos reduzir a morte anual de 300 mil mulheres. Vale? Por Felipe B<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Supostamente, um crime de guerra matou 1600 homens, mulheres e crianças sufocados com gás. Ficamos chocados. <br /><br />Tá.<br /><br />Estamos escravizados pela noção do valor da vida humana de acordo com o impacto midiático. Não, não se trata de sermos burros ou culpados. O produto midiático é cuidadosamente pensado para ter esse efeito, chocar, anestesiar, nos tornar impotentes, em todas as demografias possíveis.<br /><br />Assim, sofremos mais com o suposto crime de guerra no qual morreram 1600 pessoas do que com as 300 mil mortes anuais de mulheres com câncer no útero. E o mais impressionante é que, de fato, podemos ajudar a reduzir essa mortalidade feminina absurda. E podemos fazer isso apenas com palavras, até mesmo fora do Facebook e das demais redes sociais.<br /><br />Para isso, é preciso saber ouvir o outro, entender o que impede essas mulheres de fazer exames preventivos e, a partir dessa compreensão, estabelecer uma empatia que permita sermos "invasivos do bem" e trocar ideias que possam ajudá-las a salvarem suas vidas. E ainda mais importante: que se tornem multiplicadoras, seja em suas próprias famílias, seja em suas comunidades.<br /><br />E os desafios são muitos. 95% dos casos de câncer no útero demonstram que o vilão é o HPV. 70% deles causados pelas cepas HPV 16 e 18.<br /><br />E para falar de HPV temos que conversar com mulheres estranhas sobre seus hábitos sexuais. E, muitas vezes, elas tratam os próprios hábitos sexuais como apenas mais uma tarefa doméstica, uma consequência do matrimônio ou da relação estável na qual estão envolvidas.<br /><br />Nosso cenário: 35% das mulheres brasileiras nunca fizeram exame papanicolau. <br /><br />Me assusta imaginar quantas não sabem o que é HPV e desconhecem sua relação com o câncer no colo do útero.<br /><br />Se já é difícil levantar uma questão que envolva sexo e sexualidade com mulheres urbanas, descoladas, educadas, de classe média, imagine então ter que dialogar e ouvir mulheres da zona rural, muitas delas sufocadas por barreiras de cunho religioso e moral? <br /><br />É uma dificuldade que precisa ser vencida se quisermos ajudar as mulheres a viverem com saúde. <br /><br />E isso, sim, é mais importante do que especular sobre uma matança na guerra. É uma atitude humanitária que está ao nosso alcance. Conversar e empoderar mulheres de todas as demografias antes do condilomas surgirem.<br /><br />Para começar, é preciso que se faça um ajuste da linguagem, se queremos quebrar barreiras.<br /><br />Não tente entrar numa comunidade de prostitutas, por exemplo, e começar a falar de genitais sem empregar termos populares. Se quer ajudar, acostume-se a falar e ouvir sem choque como aquelas mulheres lidam com suas "bucetas", "rachas", "xoxotas", "buracos". Não é para chegarmos lá "cagando regra". É para entendermos como pensam e agem em seus cotidianos para que possamos conversar e disseminar informação útil para que se previnam. Para que possam estabelecer práticas entre seus clientes e parceiros que as preservem.<br /><br />Vejam bem: para muitas dessas mulheres, o que acontece dos lábios vaginais para dentro é uma incógnita e raramente motivo de preocupação. Elas estão mais preocupadas com o que conseguem enxergar e ainda assim, dão preferências as análises visuais. Feridinhas e manchas. Nelas ou nos parceiros. Ainda assim, contaminam-se com frequência com DSTs que já deveriam estar extintas, como sífilis e gonorréia. E continuam a trabalhar assim.<br /><br />Ou seja, falar de HPV é quase como falar de astronomia. Precisamos simplificar. E não adianta dar cartilha para quem não sabe ler. Adianta ouvir, atentamente. E a partir daí, conversar longamente. Sem pudores, sem pressa. Em todas as oportunidades possíveis. Até que a importância da prevenção e da higiene entre os atos, além do emprego das barreiras físicas esteja disseminado em seus repertórios, em sua própria linguagem.<br /><br />Com as religiosas e as que tem barreiras sócio-morais mais rígidas, a situação é complicada, mas não impossível.<br /><br />Ouvir. Descobrir quais são as brechas. O método de investigação ai é muito próximo daquele usado com mulheres que sofrem abuso sexual doméstico, mas não o percebem dessa forma. Estamos falando de mulheres que, em 2013, jamais questionaram seus marido e companheiros sobre seus hábitos sexuais fora do casamento.<br /><br />São mulheres que, hoje, não tem estratégias de defesa, esperteza, para evitarem que um pau contaminado chegue da rua, seja da amante, seja do puteiro, e entre direto dentro de suas bucetas. Não é preciso conflito nem quebra de paradigmas, o que seria uma utopia. Mas podemos, sim, disseminar esse "jogo do eu primeiro". <br /><br />Se elas, infelizmente, não podem ou não querem dizer não, e se o uso da barreira física é impossível (seja camisinha feminina ou um diafragma, seja camisinha no marido ou companheiro), que usem o banheiro e apliquem um gel vaginal antiviral lá dentro, antes da relação começar. Defesa, defesa, defesa. Sabemos que é difícil. Mas podemos desistir?<br /><br />Se existe um mínimo de diálogo, que se "insufle" o ego masculino, dizendo que o pau dele vai ficar "mais bonito e maior" se circuncidado. Vejam, não se trata aqui de redefinir os comportamentos íntimos e relações de gêneros. Tampouco de promover abstinência sexual. Mas o ego masculino (e o machismo por ele gerado) mata mulheres. Ponto.<br /><br />Trata-se de salvar mulheres, antes de tudo. Sim, pode ser um começo de mudanças nas relações, mas não posso ser ingênuo a ponto de achar que vamos salvar o mundo em um pacote só. Quero primeiro salvar vidas. E não provocar que essas mesmas vidas venham a ser perdidas por um tiro ou facada de um machista.<br /><br />É importante que essas mulheres construam um "repertório de guerrilha", que salve primeiro os seus corpos e das suas iguais, que possa ser disseminado em toda as oportunidades de conversas femininas, seja na quemese, seja na hora da reunião com a consultora da Avon. Estão sozinhas, podem conversar, que coloquem essas questões em pauta.<br /><br />Da mesma forma não adianta tentarmos "moralizar" as jovens mulheres que usam o corpo como ferramenta de aceitação social, seja no ambiente urbano (as meninas do funk…), seja no ambiente rural. Precisamos jogar com as palavras dela. Sim, é bacana educação sexual em sala de aula, mas é preciso ouvir essas meninas no ambiente privado, no olho no olho, estabelecer um jogo de confiança e promover a aproximação delas com as mulheres de suas famílias, para que construam mais do que discursos repetidos. <br /><br />Elas precisam construir estratégias de defesa. Precisa ser normal uma mãe, tia ou irmã mais velha poder dizer para as meninas da família que aquela saída estratégica para uma "mijadinha" depois do ato sexual é uma atitude obrigatória, já entrando naquelas estratégias simples de cuidados pessoais, para livrar-se de secreções masculinas prejudiciais. Obviamente, não "limpa" tudo, mas é melhor do que nada.<br /><br />E que esse repertório chegue logo aos ouvidos das meninas de 10,11 anos de idade. E que chegue como "boas práticas" aos meninos de 8,9, 10, 11 anos. A única maneira de mudar esse cenário é ter uma geração de homens que não aprenda a ser menos machista conceitualmente, mas sim na prática, no cotidiano. E, principalmente, em sua noção de relações íntimas. Meninos que aprendam, desde cedo, a observarem-se e entenderem que podem estar seguros ou não para ter contato com uma mulher. <br /><br />Passar de mãe pra filho que higiene é mais importante do que beijar bem. Do que tamanho de pau. Tem que começar em casa. Meninos precisam saber que prevenção contra o HPV é OBRIGAÇÃO DE TODO HOMEM. E quem tem que colocar isso na cabeça dos meninos, desde cedo, é a família. <br /><br />E, até onde sei, meninos novinhos, bem novinhos, costumam escutar suas mães. Nossos meninos precisam saber (e disseminar, e repetir para os amigos, e tornar esse conhecimento senso comum entre a molecada) que metade dos homens do planeta tem HP e boa parte desses levam consigo o HPV 16 e 18, os vilões invisíveis que matam as mulheres que amamos. E que nos matam também, quando os recebemos de volta, inclusive via sexo oral (câncer na boca e garganta…). <br /><br />Abro uma digressão para falar de um cenário ainda mais delicado: relações lésbicas, sejam elas dentro de um ambiente urbano repleto de informação ou na obscuridade de um Brasil rural preconceituoso e hermético (tá bom, nossa cena urbana não difere muito nesse sentido). <br /><br />Convivo intimamente com mulheres lésbicas e bissexuais há 25 anos. Em todos os tipos de relação e conjunção que possam imaginar: casais, trios, mulheres que trepam com outras e outros, mulheres que são fiéis, mulheres que são promíscuas, mulheres envolvidas em relações de poliamor. Em comum a esse caleidoscópio de possibilidades erótico-afetivas está o fato de que todos temos segredos. E em relações lésbicas, alguns segredos beiram o tabu.<br /><br />Falamos de violência física e moral contra as homossexuais, mas não falamos das intra-violências das relações, como guardar segredo sobre o uso compartilhado de consolos, vibradores ou mesmo penetração com homens fora das relações "oficiais". O jogo do segredo, no campo comportamental não será questionado aqui. Todos temos. <br /><br />Mas quando a saúde feminina está em jogo, quando existe incerteza quanto à saúde da parceira eventual, manda o bom senso preservar a outra. E nós sabemos que quando a tequila faz efeito, a última coisa que fazemos é um exame detalhado ou checagem de antecedentes. E entre mulheres, aquele "banheirão" ou "perdido" eventual são ainda mais frequentes do que em relações heterossexuais. Sim, aquela dedada inocente na desconhecida e a sacanagem suprema de enfiar a mesma mão na menina que você fica/ namora, que te encheu de orgulho na balada e apimentou a relação de vocês é um comportamento de risco. E, sim, é importante pensar nisso. Muito.<br /><br />Ah, meninos, ainda na mesma digressão: o HPV também é vilão quando se fala de câncer anal. Não, não fuja do assunto não. É fato. Ou seja, se a sua praia é pau, pulso, brinquedos, cinemão, banheirão, dark room, fique ligado: você sabe que não vai dar conta de adivinhar quem tem e quem não tem, não é mesmo? Porra, brother, tu é inteligente. Morrer de tesão não é o mesmo que deixar o tesão de matar. Pense nisso.<br /><br />O mesmo vale para as meninas mais novas que envolvem-se em jogos sexuais: realmente acredito que o repertório que assegure a defesa do corpo tenha que ser desenvolvido e disseminado antes que a vida sexual ou os jogos de afirmação social (com sexo, bebida, alteradores de consciência…) se iniciem. <br /><br />Eu quero que minhas filhas possam trepar com as mulheres e homens que elas escolherem, mas munidas de todas as estratégias para que possam fazer o que quiserem sem perder o prazer espontâneo ou prejudicar a saúde. E que possam disseminar essas boas práticas entre seus parceiros e parceiras.<br /><br />A gente pode e deve ajudar a reduzir essa mortalidade absurda de mais de 300 000 mulheres por ano. Mas temos que ter coragem. E senso de indignação. O mesmo que demonstramos quando assistimos uma matança como essa na Síria.<br /><br /><br /></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-9678697199059939922013-08-07T13:19:00.000-03:002013-08-07T13:19:19.717-03:00Crianças matam, pais se omitem: seguimos juntos na ilha da fantasia da família perfeita. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Lamento muito pelas famílias que insistem em argumentar que seus parentes adolescentes não poderiam cometer crimes hediondos por serem "bonzinhos" ou "quietinhos". Pior ainda: atribuir "às forças do mal". Bando de patetas.<br /><br />Ao mesmo tempo que rogam inocência, não querem mergulhar no universo obscuro que pode girar em torno de uma criança. Seus segredos. Seus medos. Seus conflitos. E como essa mistura pode dar em um caldo complicado quando aliada a falta de discernimento relativo aos conteúdos e a natural influência externa.<br /><br />Isso, claro, quando a própria família não é O problema.<br /><br />A responsabilidade pelos contextualização dos conteúdos aos quais nossos filhos tem alcance é EXCLUSIVAMENTE NOSSA. Não é a escola. Não é o pai do amiguinho ou amiguinha. Somos nós que temos a obrigação de perguntar, sempre, o que a criança viu, o que aconteceu, com o que ela teve contato.<br /><br />E as formas de fazer essa investigação não podem ser a de uma investigação policia. O medo e o receio no rosto dos pais é uma máquina de estabelecer bloqueios. E quando crimes assim acontecem, sufocamos ainda mais as crianças, fechando ainda mais o canal de diálogo.<br /><br />Não é o conteúdo "violento" que cria os "monstrinhos". E a falta de interesse dos pais em criar condições para o diálogo sobre tais conteúdos, sejam eles livros, filmes, games, sites, apps.<br /><br />Minhas filhas serão assassinas por terem lido os livros e assistido ao filme "The Hunger Games"? Não sei. Mas tenho um papel fundamental em fazer as separações entre realidade e fantasia literária/cinematográfica. <br /><br />De acordo com cada faixa etária e capacidade intelectual, psicológica, estudar, consultar especialistas e entender como construir um ambiente de confiança mútua e respeito para que elas possam expor dúvidas e receber proteção. E, quanto ao aprendizado, é um caminho de mão dupla. <br /><br />Minhas filhas se tornarão viciadas em sexo ou candidatas a vítimas de abuso sexual ao se depararem acidentalmente (ou em buscas movidas pela curiosidade) com pornografia na Internet? Não sei, mas tenho um papel vital em mediar esses contatos com seus períodos de vida e maturidade emocional.<br /><br />No caso do ambiente digital, quem não monitora o que seus filhos andam lendo ou conversando cedo ou tarde vai enfrentar problemas. Não existe ambiente seguro e isolado de predadores. E predadores nem sempre são as pessoas distantes, que existem apenas nas páginas de jornais. Podem ter idade semelhante. Podem ser vítimas reproduzindo comportamentos.<br /><br />Em nossa época tínhamos pornografia, predadores sexuais e toda sorte de ameaças. Mas o volume e a facilidade ao acesso sem controle era infinitamente menor. A chance de uma criança de sete anos topar com um conteúdo de bestialismo, morte ou sexo com crianças era muito, muito remota. Videos e revistas sobre tais temas eram quase inexistentes e de difícil alcance. E difíceis de esconder. <br /><br />Hoje, não. Ao alcance de um clique. Ou pesquisa por comando de voz. E qualquer criança sabe apagar um histórico de navegador.<br /><br />As ferramentas de controle que temos a OBRIGAÇÃO de habilitar nos dão um mapa completo de suas navegações ou conversas. Muito além do histórico. Registro de IPs e horários. Registro de diálogos. Não é invasão de privacidade. Enquanto viver em minha casa, sob minha responsabilidade e for menor de idade, vai ter que seguir regras. Simples assim. E regras precisam ser transparentes.<br /><br />Como sugestão, façam um teste agora. <br /><br />Nada mais inocente do que o Youtube, certo? Quem ai não tem filhos que passam boa parte do dia vendo Carrossel, Violeta ou outras porcarias dessas, seja no computador, tablets ou smart tvs? <br /><br />Então digitem uma palavra comum no cotidiano de qualquer família, como "esposa", por exemplo".<br /><br />Contem-me do resultado. <br /><br />E ai, entenderam? Caiu a ficha? Pois é.<br /><br />E, depois, me digam se não devem usar o filtro de conteúdo presente no You Tube, Google, DuckDuckGo e até mesmo nos sistemas operacionais e roteadores, bloqueando palavras específicas e IPs de determinados sites que, como adultos, conhecemos bem. <br /><br />Se você tem wifi em casa, é possível ter o acesso dos adultos livre e limitar o dos dispositivos das crianças (celular/ smartphone, iPod, câmeras digitais com acesso wifi, tablets e afins).<br /><br />Vai emprestar o tablet? Bloqueie conteúdo. Dá trabalho? Muito menos do que lidar com filhos menores nas páginas policiais.<br /></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-74418358883650888612013-02-07T13:07:00.002-02:002013-02-07T13:07:35.498-02:00Vai conversar com sua filha agora ou vai esperar o sangue ser derramado?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
No Brasil o cenário não é melhor do que na <a href="http://www.hrw.org/news/2013/02/07/india-child-sex-abuse-shielded-silence-and-neglect" target="_blank">Índia</a> quanto aos <a href="http://www.hrw.org/news/2013/02/07/india-child-sex-abuse-shielded-silence-and-neglect" target="_blank">abusos sexuais em crianças</a>. Principalmente da classe média para cima. Não vamos nos iludir. <a href="http://www.hrw.org/news/2013/02/07/india-child-sex-abuse-shielded-silence-and-neglect" target="_blank">O relatório tem 82 páginas</a>. Mas é leitura obrigatória para pais e mães, principalmente aqueles que estão decidindo agora se terão filhos. <br /><br />Não procure ameaças fora de casa, apenas. Tente identificá-las em seu círculo seguro antes. Tapar o sol com a peneira não adiantará muito depois que os crimes acontecerem. <br /><br />Vejam, não estou falando de meninas de 11, 12 anos que começaram a vida sexual de forma precoce, mas de maneira saudável e bem orientada, seja através da masturbação, seja através de relacionamentos eróticos-afetivos com outros meninos e meninas de faixa etária semelhante.<br /><br />Nossas filhas usam a intenet, tem contato com as próprias sensações eróticas e conversam sobre o assunto na escola, com suas amigas. Sim, elas sabem o que acontece e o que as interessa. Somente não precisam tomar decisões antes que a própria vontade as conduiza a isso.<br /><br />Fomos crianças e pré-adolescentes também. Temos nossas lembranças e sabemos bem como são as coisas...<br /><br />Falo aqui do abuso sistemático e predatório de meninas de 2, 3, 4, 5 anos de idade, que é feito de maneira muitas vezes lenta e gradual, sempre com a coação, silenciosa ou não, como ferramenta.<br /><br />Ficar em silêncio não ajuda em nada. Em nenhuma classe social.<br /><br /></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-6605121742373147832013-01-20T15:56:00.000-02:002013-01-20T16:13:11.762-02:00Sistema de #cotas, atalhos evolutivos ou como pular do espaço sem para quedas. por Felipe B<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Acabo de assistir "Space Dive", um documentário da National Geographic/ BBC, dirigido por Colin Barr.<br /><br />Estou chorando. Muito mais do que chorei no dia em que Felix Baumgartner pulou do espaço. Naquela ocasião só importava o feito e seu apelo midiático. <br /><br />Aqueles que assistiram ao vivo ou tiveram apenas a chance de ver o feito comentado na MSM não imaginaram o imenso trabalho de back office que permitiu a quebra daquele recorde, a realização daquela conquista humana.<br /><br />O documentário acompanha a trajetória de quatro anos até a realização do salto. É uma aula de PMI e sobre gestão de pessoas em times de trabalho. Um tratado sobre limites humanos. <br /><br />Erros e acertos. <br /><br />Uma prova de que não existem atalhos quando o que está em jogo é fazer o que a maioria das pessoas considera impossível.<br /><br />Mas o meu choro não é por causa da manipulação emocional impecável que o diretor/roteirista conseguiu imprimir ao filme.<br /><br />Meu choro é provocado pela raiva que me dá perceber que o sistema de cotas JAMAIS levará as pessoas que caem nessa armadilha ao mind set correto para estabelecer metas ambiciosas, no tempo correto, com os agentes certos realizando as suas funções.<br /><br />Choro pelo tempo que estamos perdendo com o sistema de cotas ao não incentivarmos a superação através do esforço, do alavancamento de talentos em áreas-chave do pensamento humano.<br /><br />No final, nos sobra a estátistica das migalhas, comparação de notas de cotistas com aquelas dos alunos do sistema universal. Uma fantasia perigosa, com dados cuidadosamente escolhidos para desenhar um quadro favorável.<br /><br />Mas resultados, ideias, novas tecnologias, novos métodos e teorias para lidar com nossas mazelas sociais e desafios tecnológicos, start ups capazes de revolucionar a maneira com a qual o Brasil e o mundo lidam com o conhecimento e suas possibildiades, nada disso saiu da pena (ou dos teclados) de cotistas.<br /><br />E se nada for feito com urgência, tudo continuará igual. Uma imensa massa de manobra com diploma de nível superior. Agradecidos. Corpos dóceis ao bel prazer dos sistemas de poder. Mentes dóceis, incapazes de transgredir para elevar os patamares da existênca humana.<br /><br />As lágrimas secam, mas o trabalho, não. Muito para ser feito. Para convencer essa massa enganada que escola pública não é impeditivo para ascender intelectualmente, socialmente ou profissionalmente. <br /><br />A única limitação é deixar alguém com uma caneta nas mãos decidir por você como será o seu futuro.<br /><br />Aqueles técnicos (sim, técnicos. São necessários para qualquer país que sonhe em superar suas dificuldades) e engenheiros responsáveis pelo feito de Felix Baumgartner sabem o valor de ter a frustração como combustível para a superação. <br /><br />Estão tirando esse elemento importante da vida dos cotistas. Estão querendo atalhos onde eles não podem existir.<br /><br />Falta foco. Falta planejamento. Falta meta.<br /><br />Pular do espaço é possível. Mas com o sistema de cotas, estão fazendo o Brasil saltar do espaço. Sem paraquedas.<br /><br />Ainda dá tempo de abortar a missão e fazer direito.<br /><br />Falta é vontade política.<br /></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-52219280211306616322013-01-20T11:47:00.000-02:002013-01-20T11:47:48.559-02:00Assassinos de mulheres a solta... dentro de casa.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Tenho insistido em relatar os casos de estupro e feminicídio para que se entenda a diferença dessas ocorrências em relação à violência cotidiana na Brasil. Matar, torturar, agredir e humilhar mulheres, tolhendo a sua existência plena sob um duvidoso prisma moral e comportamental virou uma prática sistemática no século 21. <br /><br />Mas ainda é tempo de mudar. <br /><br />Oferecer mecanismos que não tornem a mulher agredida vítima duas vezes (no ato da agressão e na busca por justiça, quando não raramente são consideradas culpadas pelo ato hediondo) é um caminho fundamental para começarmos a virar o jogo.<br /><br />Que nossas meninas cresçam sabendo que podem viver de forma livre sem terem que receber "punição" por seu gênero.<br /><br />O jornal O Globo de 20/12/2013 publicou números alarmantes sobre estupro no Brasil. Com foco no aumento de denúncias<br /><br />Felizmente nossos números ainda estão longe dos EUA e Suécia, onde o estupro é uma epidemia, mas existem salvaguardas para que precisa denunciar esse crime. Não podemos relaxar. Deixar cair no esquecimento.<br /><br />Até pelo fato do perigo não estar apenas lá fora, na rua, nos casos extremos. A maioria dos agressores está dentro de casa. Membros da família. E que contam com o acobertamento de outras mulheres no mesmo grupo familiar.<br /><br />Temos uma pequena India dentro de nossas casas, com um código de (falta) ética e humanidade bem diferente na vida privada do que aquele que é assumido na esfera pública.<br /><br />E em qualquer classe social. Com agressores e mulheres não-solidárias com as vítimas (coniventes com os agressores, seja por concordarem com o ato ou por serem coagidas) que ostentam formação superior.<br /><br />Não é apenas uma questão de educação. É uma ideologia.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-11217113794083253572013-01-08T07:45:00.002-02:002013-01-08T07:45:19.985-02:00Estupro, feminícidio e infanticídio: epidemia <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Começo o dia falando, mais uma vez, em estupro, feminícidio e infanticídio. Crimes que desmonstram claramente o nosso nível corrente de evolução social.<br /><br />Infelizmente. Dessa vez a vítima tem dois anos de idade. Vão considerá-la culpada também, como fizeram com a moça em São Paulo?<br /><br />A bebê foi violentada até a morte, aqui mesmo, no Rio de Janeiro, essa cidade linda e humana. Não, não feche os olhos.<br /><br />Realmente alguém acredita que 30 anos de cadeia vão recuperar o sujeito que fez isso, o próprio padrasto? Ou o clamor popular leva a mudança imediata das leis, com castração química e incapacitação social do agressor ou logo os algozes não terão direito a justiça alguma. Morrerão nas mãos de cidadãos comuns.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-1837977119223014392012-12-30T13:31:00.003-02:002012-12-30T13:31:58.280-02:00Não usem o prazer feminino como justificativa para o seu ódio<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Condutas sexuais de natureza particular ("Ela pede tapa na cara", "Ela é submissa", "Ela trepa com dois ou mais") NÃO justificam um estupro. Nossas filhas podem e devem gozar como quiserem sem terem que morrer por isso.</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-69950900606184531682012-12-30T13:15:00.000-02:002012-12-30T13:15:28.494-02:00Abra as pernas, feche a boca e tente não morrer: como ser uma jovem mulher em São Paulo. Por Felipe B<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Você possui o escritório de advocacia mais influente do país. Seus jovens sócios, mulheres e homens com menos de 40 anos que se acham os donos de São Paulo e ostentam salários mensais acima de 100 mil reais, decidem brincar com a vida e autoestima de uma menina de 21 anos começando a carreira como estagiária na empresa.<br /><br />O combinado é sacanear a menina, certos da impunidade. Domínio dos meandros legais que fazem os algozes terem a certeza da impunidade. O ônus da prova ficará todo com a vítima.<br /><br />Você é informado sobre o crime (apesar de seus jovens sócios e demais advogados influentes não olharem essa questão através do mesmo prisma moral dos pobres mortais) e aciona o departamento de gerenciamento de crise para preparar uma ação de acobertamento, caso alguma denúncia seja feita. O primeiro passo é escrutinar a vida sexual da vítima e catalogar qualquer "desvio de conduta". Prepare um rol de testemunhas pagas a peso de ouro. Também prepare a compra do silêncio da vítima, ameaçando-a de ter a carreira encerrada em qualquer instituição de peso caso leve adiante a vontade de fazer justiça.<br /><br />Enquanto isso os jovens sócios se regozijam do crime perfeito, da arte de terem sacaneado a novata. Provavelmente algumas das sócias, ex-estagiárias também estão rindo. Não é uma questão de gênero. É uma questão de poder.<br /><br />Ao mesmo tempo que comemoram a impunidade, os jovens sócios ainda estão eufóricos por serem os responsáveis pelo escritório ter recebido o prêmio de Ëscritório do Ano no Brasil, pela consagrada publicação International Financial Law Review. Além de serem jovens e donos do mundo, agora o bônus será polpudo.<br /><br />Mas a vítima não suporta a pressão. Decide pelo suicídio, em um dos bairros mais nobres da capital.<br /><br />Merda no ventilador. Departamento de gestão de crise pesa a mão. Quem der prosseguimento na apuração pode perder alguns de seus maiores anunciantes. MSM fica calada. Alguns delegados também.<br /><br />A vítima morreu três vezes: no ato da agressão, na impossibilidade de obter justiça e na destruição de sua imagem pública.<br /><br />O escritório fará de tudo para manter a blindagem em seus jovens sócios criminosos e assassinos. Afinal, eles são a fonte de prosperidade do negócio, com sua agressividade e falta de ética. Estão ali para vencer. Para atropelarem os fracos que não aguentam os ritos de passagem para o mundo do poder sem limites, no qual uma jovem mulher não passa de mero brinquedo descartável. <br /><br />Afinal, a temporada de contratação de novos estagiários já está aberta. E elas vão continuar correndo atrás do sonho.<br /><br />Não é um livro de Scott Turow. Não teremos um herói para desvendar esse crime e fazer justiça. Vai tudo ser varrido para debaixo do tapete. <br /><br />Não existe nada para ser visto aqui! Vão lamentar a morte da universitária na India. Vão, vão, seus pobres!<br /><br />É São Paulo, 30 de dezembro de 2012. <br /><br />Que merda.<br /><br />Feliz 2013.<br /></div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-849974933127252124.post-23715774917516727742012-12-30T10:37:00.002-02:002012-12-30T10:37:15.644-02:002012: o ano do feminicídio ainda não terminou<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<h5 class="uiStreamMessage userContentWrapper" data-ft="{"type":1,"tn":"K"}">
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span class="userContent"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1208114-estagiaria-de-direito-morre-apos-suposto-estupro-em-sp.shtml" rel="nofollow" target="_blank">Para ilustrar meu texto da semana passada sobre nossa hipocrisia ao olhar com revolta o estupro </a><a href="http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1208114-estagiaria-de-direito-morre-apos-suposto-estupro-em-sp.shtml" rel="nofollow" target="_blank">http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1208114-estagiaria-de-direito-morre-apos-suposto-estupro-em-sp.shtml</a>na India. <br /><br />Somos piores, mas calamos nossas
mazelas. <br /><br />No blog Pai de Menina passei o ano falando sobre o feminicidio
sistemático praticado em todas as classes sociais no Brasil. <br /> <br /> Queria muito não ter que falar sobre esse tema em 2013. <br /> <br /> Mas será impossível. <br /><span class="text_exposed_show"> <br />
No caso da vítima de <a href="http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1208114-estagiaria-de-direito-morre-apos-suposto-estupro-em-sp.shtml" rel="nofollow" target="_blank">estupro no Brasil</a>, a violência é multiplicada. É
muito cruel uma mulher precisar provar que não provocou a agressão,
muitas vezes, sendo tratada com desconfiança por outras mulheres. <br /> <br />
Pode estar bebada e nua. Pode estar consciente e ter começado uma
situação erótica. Não é não. Toda mulher tem o direito de parar o sexo
na hora que quiser. Toda mulher tem o direito de não ter seu corpo
violado.</span></span></span></h5>
</div>
Felipe Bhttp://www.blogger.com/profile/17875414749334510982noreply@blogger.com0