segunda-feira, 21 de novembro de 2011

De pai para filho e de filho para pai

Minha irmã viu domingo, no bairro de Laranjeiras, Rio de janeiro, o Passat verde-oliva que pertencia ao meu pai antes do câncer fulminante tirar-lhe a vida. Era um xodó. O carro no qual ele me levava para surfar em Saquarema, em esquema bate-e-volta (em duas ocasiões, bate-e-fica mesmo, rsrs) épicos para um moleque de 12 anos. O carro que levava minha Garelli 3 de Guadalupe para Araruama. O carro que fervia o motor, mas um galão de água no porta-malas sempre salvava o dia, quando páravamos para comer pastel no topo daquela serrinha da Rodovia Amaral Peixoto. O carro no qual eu ouvia "Trem das Flores", de Caetano, quando passávamos por aquele túnel formado por árvores, perto de Bacaxá, marcante para que anos antes tinha visto o mesmo local no filme menino do Rio (Valente, indo de jipe para Saquá). O carro no qual refinei minha forma de guiar, anos depois. Aquele Passar era foda. Meu pai também. Após a morte de meu pai, em meus anos loucos, aquele Passat serviu até de viatura de auto-escola para muita gente boa na época da FACHA, né Rebecca Lockwood? (éramos corajosos, hahahah). Quando me casei, minha mãe doou o carro. Os documentos originais guardo até hoje. Hoje achei esse vídeo, um dos muitos realizados para as comemorações de 100 anos da Chevrolet, nos EUA. Me deu a maior vontade de fazer a mesma coisa que esse filho fez. Meu pai ficaria amarradão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diga o que quiser. Sempre. Se possível, pense antes de escrever.