domingo, 30 de dezembro de 2012

Não usem o prazer feminino como justificativa para o seu ódio

Condutas sexuais de natureza particular ("Ela pede tapa na cara", "Ela é submissa", "Ela trepa com dois ou mais") NÃO justificam um estupro. Nossas filhas podem e devem gozar como quiserem sem terem que morrer por isso.

Abra as pernas, feche a boca e tente não morrer: como ser uma jovem mulher em São Paulo. Por Felipe B

Você possui o escritório de advocacia mais influente do país. Seus jovens sócios, mulheres e homens com menos de 40 anos que se acham os donos de São Paulo e ostentam salários mensais acima de 100 mil reais, decidem brincar com a vida e autoestima de uma menina de 21 anos começando a carreira como estagiária na empresa.

O combinado é sacanear a menina, certos da impunidade. Domínio dos meandros legais que fazem os algozes terem a certeza da impunidade. O ônus da prova ficará todo com a vítima.

Você é informado sobre o crime (apesar de seus jovens sócios e demais advogados influentes não olharem essa questão através do mesmo prisma moral dos pobres mortais) e aciona o departamento de gerenciamento de crise para preparar uma ação de acobertamento, caso alguma denúncia seja feita. O primeiro passo é escrutinar a vida sexual da vítima e catalogar qualquer "desvio de conduta". Prepare um rol de testemunhas pagas a peso de ouro. Também prepare a compra do silêncio da vítima, ameaçando-a de ter a carreira encerrada em qualquer instituição de peso caso leve adiante a vontade de fazer justiça.

Enquanto isso os jovens sócios se regozijam do crime perfeito, da arte de terem sacaneado a novata. Provavelmente algumas das sócias, ex-estagiárias também estão rindo. Não é uma questão de gênero. É uma questão de poder.

Ao mesmo tempo que comemoram a impunidade, os jovens sócios ainda estão eufóricos por serem os responsáveis pelo escritório ter recebido o prêmio de Ëscritório do Ano no Brasil, pela consagrada publicação International Financial Law Review. Além de serem jovens e donos do mundo, agora o bônus será polpudo.

Mas a vítima não suporta a pressão. Decide pelo suicídio, em um dos bairros mais nobres da capital.

Merda no ventilador. Departamento de gestão de crise pesa a mão. Quem der prosseguimento na apuração pode perder alguns de seus maiores anunciantes. MSM fica calada. Alguns delegados também.

A vítima morreu três vezes: no ato da agressão, na impossibilidade de obter justiça e na destruição de sua imagem pública.

O escritório fará de tudo para manter a blindagem em seus jovens sócios criminosos e assassinos. Afinal, eles são a fonte de prosperidade do negócio, com sua agressividade e falta de ética. Estão ali para vencer. Para atropelarem os fracos que não aguentam os ritos de passagem para o mundo do poder sem limites, no qual uma jovem mulher não passa de mero brinquedo descartável.

Afinal, a temporada de contratação de novos estagiários já está aberta. E elas vão continuar correndo atrás do sonho.

Não é um livro de Scott Turow. Não teremos um herói para desvendar esse crime e fazer justiça. Vai tudo ser varrido para debaixo do tapete.

Não existe nada para ser visto aqui! Vão lamentar a morte da universitária na India. Vão, vão, seus pobres!

É São Paulo, 30 de dezembro de 2012.

Que merda.

Feliz 2013.

2012: o ano do feminicídio ainda não terminou

Para ilustrar meu texto da semana passada sobre nossa hipocrisia ao olhar com revolta o estupro http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1208114-estagiaria-de-direito-morre-apos-suposto-estupro-em-sp.shtmlna India.

Somos piores, mas calamos nossas mazelas.

No blog Pai de Menina passei o ano falando sobre o feminicidio sistemático praticado em todas as classes sociais no Brasil.

Queria muito não ter que falar sobre esse tema em 2013.

Mas será impossível.

No caso da vítima de estupro no Brasil, a violência é multiplicada. É muito cruel uma mulher precisar provar que não provocou a agressão, muitas vezes, sendo tratada com desconfiança por outras mulheres.

Pode estar bebada e nua. Pode estar consciente e ter começado uma situação erótica. Não é não. Toda mulher tem o direito de parar o sexo na hora que quiser. Toda mulher tem o direito de não ter seu corpo violado.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

É bom.

Fazer café da manha para a pré-adolescente.
Mandar largar o livro viciante e ir para a escola.
Dar café da manhã para criança pequena, dengosa com o ouvido doendo. Lembrar a criança pequena de estudar para a prova de ciências.
Ficar atento a otite da criança.
Mandar arrumar o quarto.
Arrumar a mochila da escola.
Mandar para o banho.
Desembaraçar o cabelo, com chororô.
Inventar almoço.





"Pai, esse feijão tá gelado! Mamãe e a Rute nunca erram a comida".

Levar na escola.
Lavar a louça.
Pegar roupa na lavanderia.
Aspirar a casa.
Tirar pó.
Arrumar almoço para a pré-adolescente.
Mandar pré-adolescente arrumar o quarto.
Lembrar a pré-adolescente estudar antes de jogar.
Arrumar um alimento rápido pra mim.
Entre uma tarefa e outra, atender o cliente, revisar roteiros, orientar equipe online e por telefone e fechar roteiro de um novo programa.
Pegar criança na escola.
Pensar no jantar.
Operacionalizar o jantar.
Conversar e dar uns beijos no conjuge.
Ler.
Estudar.
Ver referências.
Dormir.
Voar as 07:37.

E tem gente que faz isso todo dia. Sinistro.

sábado, 6 de outubro de 2012

Negros à beira de um ataque de nervos. E de imbecilidade. Por Felipe B.

A imbecilidade está chegando a um limite mais do que perigoso. Esses editais limitados a negros são uma afronta à inteligência humana. Chega dessa cultura da segregação, ainda mais custeada pelo Estado. O país não deve NADA aos negros.

Quem tem uma dívida a pagar é a sociedade, que tolera as instituições (ainda existentes) por trás do comércio de escravos e da indústria baseada em plantations, sim.

Nossa indústria do açúcar é um bom exemplo.

Mas isso ninguém quer discutir

, pois quem deveria pagar a conta são os judeus e a Igreja Católica, que engedraram e exploraram convenientemente essa forma de exploração humana. Suas fortunas hoje são herança macabra do maior Holocausto da história.

Todas as plantations escravocatas eram de judeus. Todas as companhias de navegação escravocrata eram de judeus. Todas as tripulações dos navios negreiros era de judeus. Todos os leiloeiros de escravos, dois dois lados do Atlântico eram judeus.

O melhor é que os excelentes historiadores judeus catalogaram cada passo dessa empreitada ao longo da história em compêndios belissímos e disponíveis nas bibliotecas de qualquer boa universidade.

Praticamente todos os engenhos eram de judeus, muitos deles, cristãos-novos, mais dificeis de identificar, mas devidamente catalogados em obras como "Segredos Internos - Engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835", de Stuart B. Schwartz, editado aqui pela Companhia das Letras.

Fala merda quem afirma que o Estado deve pagar pela conta da escravidão, apoiando medidas anticonstitucionais e segregatórias, como cotas raciais e editais exclusivos para negros. Deveriam estudar e informar-se. E, ai sim, cobrar a conta de que realmente deve.

Mas a negada prefere não ler. Prefere choramingar pelos cantos e passar o tempo com o rabo preso jogando nas cadeiras de uma lan house. Pedindo esmola e benção ao invés de buscar educação e competências.

Vão se foder!

Preferem tapar o sol com a peneira.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Racismo contra meninas negras. A cara do Brasil. Em 2012.

Brasil. Julho de 2012. Contagem. Minas Gerais. Avó racista e destemperada quer saber o motivo da escola ter deixado o neto dela dançar quadrilha com uma menina "preta, feia, horrorosa, negra suja", de 4 anos de idade. O delegado quer tampar o sol com a peneira.  Acusação: injúria. Só. Brasil, lugar lamentável para se viver quando se é preto. Vou melhorar essa porra.  Ah, vou.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

CREMERJ não consegue entender que o parto domiciliar é mais seguro do que maternidades contaminadas e desumanas

E mais uma vez o CREMERJ prefere distorcer a realidade para esconder o cenário aterrador das maternidades do Rio de Janeiro. São maternidades assim, com alta taxa de mortalidade neo natal e materna, que os médicos do conselho regional de medicina acham melhores para uma família ter seus filhos do que uma residência, o quarto da própria família gestante.

Caros conselheiros do CREMERJ, onde estão os "dados científicos, as "pesquisas"e as "estatísticas" que demonstrem que a taxa de mortalidade em partos domiciliares no Rio de Janeiro supera a carnificina que acontece nas maternidades do Estado do Rio, só em 2012?


MATERNIDADES: SEGURAS OU MORTAIS?

Vejam o ambiente que o CREMERJ e outros conselhos regionais de medicina acham seguros e adequados para as gestantes brasileiras.



Aguardo as "pesquisas científicas" que justifiquem essa falta de respeito ao ser humano.

Quem é que é criminoso mesmo?

Essas são as pessoas que condenam o parto domiciliar.

E isso, essas pocilgas comandadas por gente que trata a mulher como mercadoria, é o que eles propoem como solução.

Gestantes com o pre-natal em dia e sem complicações: informem-se sobre os problemas reais que uma gestação pode apresentar e percam o medo de ter filhos em casa.

Não deixem nenhum dono da verdade de jaleco branco decidir por você o que é melhor para sua família.

Caça às bruxas no Rio de Janeiro: CREMERJ e a criminalização do parto domiciliar humanizado

A resolução do CREMERJ que proibe médicos de auxiliarem partos domiciliares "previamente acordados", uma violação grave do direito da mulher, demonstra mais uma vez como o Rio de Janeiro parou no tempo e segue incapaz de alinhar-se com o pnsamento vigente nos países que evam saúde pública a sério.

O parto domiciliar, um ambiente mais seguro e tranquilo para partos normais do que as nossas maternidades contaminadas (inclusive algumas de alto padrão).

Agora a mulher que não optar pelo risco da infecção hospitalar e desumanização do parto, será considerada uma criminosa, assim como os médicos e auxiliares de saúde que prestarem atendimento domiciliar.

Todos os países do mundo que levam saúde pública a sério e que procuram estar em sintonia com as sugestões da Organização Mundial de Saúde, estimulam o parto normal domiciliar, principalmente na segunda gestação.

Brasil, Chile e Austrália seguem na contramão, levando ao extremo a cultura da cesárea eletiva e todo o seu aparato comercial (a corja de anestesistas e cirurgiões plásticos que forma a comitiva do obstetra que faz mais de um parto por dia, com hora marcada).

Sabemos como andam em péssimo estado as materniadades brasileiras. O Rio de Janeiro não foge a essa regra: fiscalização precária e instalações sub-humanas.

Não bastasse esse fato, ainda existe, forte, uma cultura da cesárea que penaliza as mulheres de baixa renda, que precisam lidar com cobranças de pessoas não esclarecidas numa dos momentos mais importantes de sua vida, a gestação e seu momento final.

O CREMERJ não parece sensibilizado com a quantidade de cortes desnecessários feito em jovens mulheres. Parece ignorar a quantidade absurda de recém-nascidos mortos em maternidades nessa cidade apenas em 2012, vítimas de infecções hospitalares.

A medicalização do parto é um anacronismo que precisa ser combatido, com urgência. Demonstra claramente os efeitos de uma baixo nível educacional, do alcance limitado das ideias progressistas entre a população brasileira.

É tácito o descopromisso de um número cada vez maior de médicos com a espera necessária para um parto normal conveniente para mãe e bebê.

Em nossa primeira gestação, tive o desprazer de ouvir -ignoraram minha presença na sala de esperada Perinatal e falaram abertamente sobre o seu "negócio'-, como era "chato ter que ficar esperando ëssas mães que cismam que vão ter uma parto normal". A equipe: anestesista, cirurgião plástico (que não haviamos chamado) e o famosos obstetra tratavam aquele momento com desdém.

Ainda fui cobrado do acerto "por fora" com o anestesista e o cirúrgião plástico ("se for necessário usar, claro") ali, em pé. Ora, é claro que eles NUNCA pretenderam esperar nosso parto. Esses caras já sairam de casa na certeza de que fariam uma cesárea. Nós, só descobrimos na hora do parto. Daí, ams mentiras clássicas de cordão enrolado e outros papos furados, enquanto rasgavam minha mulher e falavam sobre um jogo de futebol.

Éramos um negócio, apenas. Naquele 23 de abril, aquela famosa equipe de médicos da zona sul carioca ganhou muito dinheiro, abrindo a esmo outros casais inexperientes, que confiaram na palavra do médico, que jurou apoiar o parto normal. Que não havia detectado nenhum "problema"no pré-natal, mas que na sala de parto levou a cabo o plano diário de conseguir dinheiro fácil, já articulado com sua equipe.

Já publiquei aqui o relato de parto de nossa segunda filha. Uma experiência diferente, sem mentiras e repleta de carinho e respeito. Em casa.

O mais triste é ver a manipulação na nota do CREMERJ, que numa inversão da informação, fala em "alerta mundial contra os perigos do parto domiciliar", enquanto trata-se justamente do contrário.

Cita de forma equivocada um óbito na Austrália, mas não cita as dezenas de óbitos em materniadades no Rio de Janeiro, que, supostamente, deveriam ter sido fiscalaizadas em suas condições pelo mesmo CREMERJ que invoca "bases científicas" e o "juramento de salvar vidas a qualquer custo"
para realizar essa verdadeira caça às bruxas.

A premissa do "e se alguma coisa der errado?" é falaciosa, pois nem sempre o ambiente hospitalar e o preparo das equipes é capaz de solucionar de forma satisfatória condições extremas que podem levar a óbito mãe e recém-nascido. Se o pré-natal for realizado de forma criteriosa, as supostas "surpresas" estarão sob controle.

Não estamos falando de prematuros, de partos múltiplos ou de outros complicadores.

Estamos defendendo o direito de mães que fizeram um pre-natal completo e esclarecedor e sabem da perfeita saúde de sua prole, que permita a elas realizarem seus partos em um ambeinte com o mínimo de drogas, de medicalização, com respeito e atenção humana.

Sim, a motivação desse repúdio ao parto domiciliar é corporativista, retrógrada e fere claramente o direito da mulher de esco;her o melhor para si própria.

Se quiserem ler estudos realmente relevantes (o CREMERJ, claro, não divulga suas "bases científicas") sugiro a literatura disponível no site da OMS.

Jovens casais, decidam o que querem para a sua getação. Esse momento é de vocês e ninguém pode interferir.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"branco, branco, branco, branco, branco, branco, branco, branco, negro, branco, branco, branco, branco...".

Filhota de seis anos fazendo aquela pesquisa clássica "branco, negro e índio", que a pedagogia tradicional ainda insiste em usar para "educar" crianças sobre as questões de etnia no Brasil.

Ela pega uma edição qualquer de Época e folheia: "branco, branco, branco, branco, branco, branco, branco, branco, negro, branco, branco, branco, branco...".

Não posso deixar que ela cresça achando que a solução para a conquista de espaço social e cívico venha através do sistema de cotas.

Posicionem-se, senhores. Criem. Inovem. Saiam das sombras por mérito e não por esmolas.

Ou seus filhos e os filhos de seus filhos farão a mesma pesquisa em 2112, e a garotinha do futuro vai dizer ao receber informações da nuvem globoal em seu dispositivo de exibição de conteúdo: "branco, branco, branco, branco, branco, branco, branco, branco, negro, branco, branco, branco, branco...".

Cesariana desnecessária em massa: o Brasil na lanterna mundial da civilidade em saúde pública

Não gosto de marchas. Nenhuma. Acho chato e atrapalham quem não tem interesse no assunto, ou por que exercem o direito de cultivar a própria ignorância ou por não necessitarem lidar com questões de esfera incompatível com suas necessidades cotidianas.

Dito isso, fica mais fácil dizer: países civilizados apoiam o parto domiciliar, mesmo após a primeira gestação.

Países primitivos, nos quais o corporativismo supera os benefícios de uma noção humaniária de saúde pública, apostam em cesarianas em massa.

Lucrativas e rápidas, chegam travestidas com o rótulo da conveniência, da "liberdade de escolha" da mulher e outras loas. Mas sabemos que não são todas as mulheres que, de fato", podem escolher. Para a maioria, ceder à cesariana é compulsório.

Bebês não são melhores ou piores filhos se chegam de um jeito ou de outro. Se amados pelos pais, está valendo.

Mas o recado sobre parto domiciliar ser um DIREITO não é para as esclarecidas que se sentem agredidas por não serem respeitadas em sua opção pela cesárea eletiva.

No Brasil, desde os anos 70, surgiu a cultura equivocada de que parto normal é "coisa de pobre", "coisa de índio".

Dá para perceber o estrago feito nos últimos 40 anos. Ter o parto igual ao da "patroa" virou algo quase obrigatório. Sim, como o vestido da novela que vira moda.

O problema é que existe um número imenso de mulheres influentes que não percebe como seu modelo pode não ser adequado para mulheres que ainda não dominam a própria intelectualidade, a ponto de não poderem dizer "não" a um médico que mais do que recomenda, obriga mulheres a fazerem cesarianas desnecessárias.

Existe uma indústria: cirurgões plásticos, anestesistas, obstetras, que fatura alto com a linha de montagem do bisturi. Eu fui vítima desse tipo de medicina canhestra em nossa primeira gestação. Não nos respeitaram.

Na segunda gestação nos libertamos e fizemos o parto domiciliar, humanizado.

Amo igualmente minhas duas filhas. Não é uma guerra de  "estilos", preferências ou modismos. É uma constatação que foge à realidade da maioria das mulheres de classe média e classe média alta: as condições hospitalares para a maioria das gestantes do país, de baixa renda, trazem riscos BRUTAIS para mães e bebês.

As casas dessas mulheres são muito mais seguras do que salas de parto em nossa rede hospitalar de acesso ao cidadão comum.

Espero que Austrália, Chile e Brasil um dia consigam vencer essa maldição que os coloca na condição de triste liderança mundial na indústria da cesariana conveniente para o sistema médico.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Semana Mundial do Parto Humanizado: por uma maternidade segura para toda mulher

Essa é a Semana Mundial do Parto Humanizado. Os que pouco entendem de  manipulação midiática não sabem o bombardeio que essa prática recebe.

Afinal, o discurso supostamente científico da medicina comercial impede que uma discussão mais humana, que possa envolver pessoas de todos os níveis intelectuais, seja levado a mais mães. Quando uma rede de maternidades ou uma entidade de classe ataca, querem mais é uma reação acalorada, que torna quase "freaks" aqueles que apoiam o princípio da maternidade segura, com participação ativa do casal parturiente.

Mas evitem discutir parto humanizado de forma apaixonada, sem fundamentos e estatísticas em mãos.
Preparem-se antes de falar. Sejamos sábios.

Consultar o site da Organização Mundial de Saúde sobre o tema é um bom começo para quem quer ajudar a elevar o nível do debate, uma questão além do foro íntimo, e sim de saúde pública.

Crianças nascidas via cesariana correm mais risco de desenvolverem obesidade na primeira infância. Veja o motivo.

Na hora de optar por uma cesárea eletiva, sem necessidade, vale a pena pensar não só em infecção hospitalar e outras complicações, mas também na saúde futura do bebê. Belo estudo da Dra Susanna Huh, pesquisadora da Division of Gastroenterology and Nutrition no Children Hospital Boston sobre como crianças nascidas de cesariana correm risco maior de desenvolver obesidade na primeira infância.

Deveriam discutir esse assunto abertamente com casais grávidos por aqui.

O Brasil precisa reduzir imediatamente essa epidemia de cesareas desnecessárias.

Pelo fim do "Zé Gotinha"

Com a volta da poliomielite na Europa, na China e em vários países da Africa, vai começar de novo a vacinação global em massa. Muito cuidado. Por aqui ainda se usa a vacina oral, com vírus vivo.

O governo jurou que no segundo semestre será injetável. Como não dá para confiar na turma de Dilma, se puderem pagar pela injetável, feita de vírus mortos, melhor.

Apesar da boa intenção, grande parte dos casos de ressurgimento da doença foram causados pelo maldito "Zé Gotinha". A injetável é segura.

Em tempo: se você é um adulto que lida com pessoas de regiões infectadas ou vai viajar para esses lugares, faça o ciclo de vacinação com seis meses de antecedência. Essa doença não tem cura e desabilita a jato. Vai doer seu braço, mas é melhor do que confiar nas gotinhas do governo.

sábado, 19 de maio de 2012

Dia das Mães é o caralho!

Três coisas inúteis que ainda assolam nossas escolas: deus, civismo vazio e um mundo de corporações e festas de dia dos pais/dia das mães.
Data de merda, inventada por Anna Jarvis em 1908 para homegaear o trabalho social que sua mãe fazia. Em 1914 o Congresso dos EUA oficializou a data. E as nações-capacho ao redor do planeta copiaram. A própria Anna, vendo a cagada que tinha feito, uma data comercial escrota, tentou revogar o feriado criado por ela. Não deu. O comércio já havia tomado conta da data que mais mexe com a fraqueza e pieguice humana. Anna, sabia, morreu sem ter filhos, para não ter que participar de comemorações constrangedoras com criancinhas desengonçadas e desafinadas sendo coagidas por professoras frustradas a pagar mico em público.Coisa do tempo que mãe não gozava, não vivia sua intelectualidade. Do tempo que mãe aturava marido excroto e vivia com avental todo sujo de ovo. Ótima maneira de escrotizar a visão de mulher com a qual uma criança cresce: mão, aquela ue atura tudo, o destino da cida, resignada, abdicando de tudo para cuidar da prole.Vão se foder!As crianças não são estimuladas a descobrir o que está por trás desses conceitos e datas. Me dói ver minhas filhas tratadas como autômatos. Apenas reproduzem crenças tolas de professores/coordenadores. Muito triste perceber que esse tipo de "educação" permeia o cotidiano das escolas, inclusive algumas consideradas de boa qualidade. Paramos no século 20, estacionados na pieguice, no sentimentalismo vazio, no "patriotismo de copa do mundo", incapazes de influenciar, de apontar novos rumos. Nossas escolas querem formar levas, hordas de "novos Eike Batista", e pouca gente capaz de pensar fora da caixa, em compartilhar conhecimento.Se eu pudesse, educaria em casa.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Plano Infalível Para Um Futuro de Merda.

"Pai, matei um ciclista no acostamento. Eu tava voado, louco, arranquei uma perna e um braço dele e o coração caiu dentro do carro. Que nojo!"

"Fica assim não, fofinho. Papai te dá uma Ferrari nova. E vê se fica longe desses pobres! Além do mais, a perícia no Brasil é incapaz de determinar a velocidade de impacto de um carro feito todo de fibra de carbono. Nossa polícia é tosca, esqueceu? A culpa é do pobre. A gente planta uma lata de cerveja na cena do teu crime e já arrumamos o culpado."

"Mas papi. e a imprensa? Eles vão investigar..."

"Compro todos. Um mês de gasolina to teu carro para o salário anual dos editores de Cidades que ganham o melhor salário. De um celular e uma garrafa de uísque e todos se calam".

"Tá, papi, vou ficar longe da ralé. Vou para a Barra da Tijuca, onde ano passado atropelei aquele velho, lembra? Pelo menos aquele não morreu, né, hahahahahha?"

"Ah, moleque! Vamos combinar assim: tira a placa da frente. Se der merda, eu te cubro. Eu mando nessa porra, tenho deputados, senadores, governadores e até a presidente nas mãos. E quanto aos pontos na sua carteira, que já deveria ter sido cassada, não se preocupe: papai é o dono do mundo e nada nos atinge. Só chifres proporcionados por bombeiros safados. Mas desse eu já cuidei. Não come mais casada bilionária nenhuma"

"Brigado, papi!"


Assim funcionam as lideranças incensadas de nosso país. Esses são os exemplos que querem nos fazer acreditar que devemos seguir. Estão errados. E nós também estaremos se ficarmos calados, acuados, amordaçados sob o risco da crítica social ser transmutada em "inveja", como desejam os que desistiram de pensar, de enxergar.

Meus olhos estão bem abertos. E os seus?

Enquanto isso, o que restou do corpo do jovem Wanderson Pereira dos Santos, atropelado e morto por Thor no dia 17 de Março de 2012, apodrece dentro de um caixão.

terça-feira, 10 de abril de 2012

De volta, com carinho.

Leitoras e leitores queridos. Peço desculpas pelo tempo distante do blog, mas precisei organizar a vida e pensar em pautas interessantes, que me posicionassem além do comentário do noticiário e da reação aos erros e equívocos da mídia tradicional. Assim, muitos comentários carinhosos, informativos e pertinentes ficaram sem resposta. Vou procurar sanar aos poucos esse vacilo. Espero continuar tendo o carinho e senso crítico de vocês como estímulo para aprender mais e compartilhar dúvidas, soluções e descobertas dessa trajetória inifinita que é ser Pai de Menina.

sábado, 3 de março de 2012

Leituras à tarde: diversão a dois.

Diversão certa: sortear uma letra do alfabeto, pedir para filhota correr até a estante e escolher um livro cujo titulo seja iniciado pela letra sorteada.
Delicia de leitura a dois no fim de tarde. La bruja de la montaña, de Gloria Cecília Díaz

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Menina de 12 anos estuprada em ônibus na zona sul do Rio: o feminicídio continua

Falei ontem sobre castração química. Hoje, sou favorável à morte. Sujeitos assim são irrecuperáveis. Tenho uma filha dessa idade. Me solidarizo com a dor da menina e dos pais.  O que dizer para essa menjna? Que vai ficar rudo bem? Que isso acontece? Cade os direitos humanos dessa menina? Cade, Sergio Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro? O merda que fez isso não fez por motivos econômicos. Fez por crueldade. Precisa morrer por isso. Repito: epidemia de violência contra mulheres e meninas. Meio dia. Rio de Janeirro, zona sul. Não é um grotão ou recanto sem lei. É a cidade olímpica. Rio 2016. Quando falo, sou chamado de paranóico. Ai está.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quando a ficha do povo não cai

Audi preto, com dois homens e uma loira. Moto com dois homens. Me procurando. Cercando o meu prédio nas últimas três noites. Registro pelas câmeras de segurança, placas anotadas e identificadas. Providências legais tomadas. Segurança pessoal reforçada. Olhos abertos. Quem ferir os meus, paga. Na hora.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Crianças não precisam ser bombardeadas por publicidade ao assistir TV

Como deixar as crianças assistirem TV sem serem bombardeadas por publicidade criminosa? Simples: habilitem o NOW, da NET. Boa programação infanto juvenil gratuita, sem comerciais e tem pause para a hora do banho ou arrumar o quarto. E se decidir pagar por algum conteúdo naqueles dias chuvosos ou de locadora lotada, vão poder curtir juntos filmes em HD, com muitos extras só encontrados em Blu-ray. Sou crítico dos rumos da TV por assinatura, mas o NOW funciona e é conveniente. Chega de comerciais de brinquedos!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Alivio 1: ensino fundamental não mata

Criança saiu da escola agora à tarde feliz com a primeira aula de espanhol. Apesar de achar exagerado duas línguas estrangeiras no primeiro ano (Dora já chegou alfabetizada na classe), não posso frear um interesse genuíno, ainda mais pelo personagem homonimo Dora Aventureira ser de origem latina. Ontem li um livro para ela em inglês e ia traduzindo as frases, como ela gosta. Alguns personagens também falavam em espanhol, o que reduziu o estranhamento com o belo idioma. Estou vendo que quem vai precisar estudar mais sou eu.

De volta ao que interessa: primeiro ano do ensino fundamental

Escola nova sempre causa estranheza, tanto para nossas crianças quanto para os pais. Fizemos uma escolha para a mais nova que aparentemente pode não ter sido a mais correta. Assim, a observação fica mais intensa. Fica o receio de super valorizarmos as reações da pequena, seja com os novos colegas, seja com as "exigências" do primeiro ano do ensino fundamental. Uma coisa que incomodou foi a repentina mudança de professora. Tivemos uma reunião com todas as mães e pais e aquela que seria a educadora a lidar com nossos pequenos ao longo de 2012. Qual não foi a surpresa de encontrarmos uma outra profissional no primeiro dia de aula. Escrevi para a escola, pressionando por uma posição e ainda aguardo a resposta. E acredito que a participação dos pais seja fundamental, presentes na escola (na medida do possível, obviamente) e nos rumos propostos. O aprendizado recente pelo qual passei demonstra que não podemos deixar nas mãos da escola a condução desse proceso. Depois de uma frustrada experiência piagetiana, veremos como serão esses meses em um esquema mais tradicional. Afinal, o primeiro ano do ensino fundamental é vital para estabelecer uma relação simbiótica entre a criança e a formação do hábito de estudar, não por obrigação, mas pelo prazer de estabelecer contato com novos conhecimentos. Vamos em frente.

E ainda acha aceitável...

Para que não seja apagado o comentário de quem erra e não assume.

UPDATE: Meu carro, meu mundo e foda-se você, pedestre!

O que dizer de alguém que entra na contramão
, com uma menina de menos de quatro anos no banco da frente do carro, sem cadeirinha ou sequer cinto de segurança e ainda se acha no direito de reclamar? Precisa ser um puta imbecil para alegar que não tinha visto que a rua era contramão. E o Rio está cheio de motoristas assim. Esse é o retrato fiel de muitas mães e pais cariocas, que, a despeito das leis de trânsito e das normas para transportes de crianças, ainda se acham no direito de sacanear os pedestres em prol do seu conforto e conveniência para chegar em casa. Essa é a cara da classe média brasileira: foda-se ligado.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Parto domiciliar NÃO MATA! Ignorância e jornalismo irresponsável, sim.

Entendam: quem faz o parto é a mulher. Não é o médico. O bombeiro. A parteira. O taxista. O Herói masculino. Todos ajudam. Mas quem faz o parto é a mulher. Assim, fica mais fácil entender a grande besteira publicada no Globo.com no dia 01/02/2012. Caroline Lovell
, defensora do parto humanizado, morreu ao dar a luz. Ela vive na Austrália, país com ótimos índices sociais, mas ainda tão capenga quanto o Brasil e o Chile (tristes recordistas mundias de cesarianas eletivas) na questão do parto, com um índice de 21% de cesarianas eletivas no sistema público de saúde. O indice aceitável, de acordo com a Organização Mundial de Saúde é de 15%. No Brasil, o número de cesáreas no SUS está em 40%. Na medicina privada, 90%. Os planos de saúde praticamente obrigam os casais a concluírem a gestação em um hospital. Quando sabemos que no Brasil 80% das mortes de mães e bebês no pós-parto são provocadas por infecção hospitalar pós cesariana, o alarme precisa ser ligado. Assim, o Daily Mail, um jornal conhecido por apoiar causas corporativas em detrimento da isenção editorial, publicou uma matéria sensacionalista, que foi replicada pela Globo.com, com sempre sem a devida contextualização.
Ora, a maioria dos leitores de manchete de portal mal conhece a idoneidade das fontes e não tem tempo ou interesse em aprofundar-se. Se foi publicado, muita gente vê como verdade absoluta. Assim, quando o "jornalista" não dá o "outro lado", fundamental para que se forme opinião consciente e isenta, a moça australiana que morreu fica parecendo uma radical inconsequente. Não pode existir erro maior. O número de mulheres e bebês, oriundos de TODAS AS CLASSES SOCIAIS, que morrem devido a complicações de cesarianas eletivas é ABSURDAMENTE maior do que o número de mulheres e bebês que morrem em partos domiciliares. Um portal sério mostraria os indices de morte de mães durante o parto durante e após cesarianas comparando com os índices de mortalidade em partos humanizados. Chocaria aos mais sensíveis e inteligentes o açougue insalubre no qual as maternidades, mesmo as mais chiques, foram transformadas. A infecção hospitalar, com agentes patogêncios resistentes aos antibióticos mais fortes, é a maior causa de mortes de mães e bebês no parto e pós-parto de cesáreas. Em casa, não existem esses microorganismos que provocam as infecções hospitalares mais resistentes. Nos países onde saúde da mulher, cidadania e saúde pública são levados a sério, a opção pela cesariana inconveniente não é considerada como saudável. Quantos mais partos naturais e fora do ambiente hospitalar, mais desenvolvido socialmente é um país. Quanto a segurança do parto domiciliar, inclusive para mulheres que fizeram uma cesariana na primeira gestação, pode ser atestada por esse estudo canadense. Leiam com carinho, dediquem um tempo para adquirir informação de qualidade, principalmente se estiverem em processo de pensar em gestação e parto. No país onde a nova classe média copia as práticas sociais das classes mais abastadas é preciso ficar atento ao que os meios de comunicação publicam para, pelo menos, tentarmos equilibrar as informações erradas e tendenciosas com conteúdo de qualidade e referências que possam ser entendidas por uma parcela maior da população. Parto natural é bom e saudável. Jovens mães precisam de informação direta e desmistificada sobre como ter seus bebês sem drama, como enfrentar médicas e médicos que inventam posições esdrúxulas quem impediriam o parto normal. É preciso acabar com o terror médico colocado como pressão sobre a gestante. O mesmo vale para romper o mito criado pela industria farmaceútica de que algumas mulheres não produzem "leite bom" ou não podem amamentar. Mesmo que você tenha mamilo invertido, você vai poder amamentar, porra! Vai doer pra caralho, vai ser incomodo, mas deixar seu rebento livre de doenças e bem nutrido, de graça! Se vocês soubessem a quantidade de mulheres que faz a opção de cesariana eletivas para permanecerem "apertadinhas" ficariam chocados. Mais um mito: que o parto natural e a amamentação "estragam" a mulher. E isso em 2012. Temos muita coisa para melhorar em termos de educação social da mulher. A igualdade social passa pelo DIREITO de escolher a opção mais simples para o nascimento de um filho. Maridos e maridas, apoiem suas mulheres nessa escolha.