domingo, 11 de dezembro de 2011

Infanticídio e assassinato de meninas: a epidemia que o Brasil quer negar

Agora é diário. Eu falo e geri desconforto. Nnguém quer falar sobre o assunto. Tapam o sol com a peneira. Famílias escondem os casos para manterem a aparência. Muitas vezes, o agressor ou agressora sustentam a casa. Mais uma menina morta durante uma sessão de sexo brutal com pai e mãe. Continuar tapando o sol com a peneira? Pelo menos uma menina com menos de cinco anos de idade morre todos os dias no Brasil vítima de violência sexual e abusos diversos cometidis pelos próprios pais. Não se omita se descobrir um caso dessa natureza. Sim, seu amigo ou amiga pode ser um assassino de crianças, de meninas. Se você não denuncia, é conivente.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

E o infanticídio sistemático continua. E o louco sou eu...

Continuam matando meninas, diariamente, para fins sexuais e satisfação doentia. Ninguém gosta de falar sobre o assunto e sua prevenção até acontecer dentro da própria casa. Ai ficam todos chocados. Com pobres aparece na mídia. Na classe média, nas casas de elite, chamam o médico de confiança em casa para apagar os vestígios. Está acontecendo agora, com sua vizinha, no apartamento ao lado. E você finge não ver. Não é problema seu. De quem é então? Ah, isso só acontece na periferia, na casa dos pobres. Então está bom.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Irã: 273 anos sem invadir nenhum país. Quem é o vilão?

Nossas escolas ensinam pouco sobre a Segunda Guerra Mundial. Muitos cresceram com a ilusão que Inglaterra e os demais aliados "salvaram" o mundo, mas "esquecem" de demonstrar que a Inglaterra declarou guerra à Alemanha. É com essa visão distorcida e maniqueísta que a maioria analisa os fatos do presente. Nem vale a pena discutir como os vencedores manipularam a história. A Alemanha de Hitler não declarou guerra à Inglaterra. O objetivo era a Rússia, cujo comunismo incomodava Hitler e os planos expansionistas do partido nazista. A Inglaterra era um exemplo de dominação global que Hitler copiava. Criar, manter e explorar economicamente colônias ao redor do mundo. Entre 1942 e 1945, os ingleses mataram cerca de um milhão de civis alemães com a estratégia chamada "Area Bombing". O objetivo era atacar a população civil durante a noite, causando terror extremo, desencorajando os sobreviventes a lutarem pela vida. Mesmo com um alcance midiático longe do "tempo real" de hoje em dia, o massacre britânico às residências da classe trabalhadora conseguiam passar maior sensação de poder do que atacar objetivos militares e fábricas, onde o cenário de destruição não causava o mesmo impacto visual na primeira páginas dos jornais. Além do mais, por serem camuflados, protegidos e afastados entre si, objetivos militares eram muito mais difíceis de bombardear (as bombas não eram precisas como hoje) do que as casas de classe média e da população rica, da elite germânica, quase sempre com áreas livres ao redor das construções. Além do mais, em caso de vitória, o espólio dos ricos e o parque industrial, assim como o conhecimento, tecnológico, científico e recursos naturais, deveriam ser preservados para aproveitamento dos vencedores e reconstrução dos serviços, além da formação de novos consumidores. Assim, a morte via bombardeiro massivo sobrou para os pobres, aglutinados em prédios e casas geminadas, geograficamente dispostas em quarteirões de fácil identificação quando vistos do ar. Toquei no assunto para alertar quem quem vai morrer em massa quando a Inglaterra, EUA e Israel atacarem o Irã e a Síria não será a elite dos aiatolás ou o regime ditatorial. Será o povo, como eu, como você. Dentro daquelas casas estarão crianças pequenas, como as nossas. Todas as guerras nas quais o Irã esteve envolvido no século 20 foram respostas a invasões e agressões aos persas, sendo a mais longa delas (oito anos) provocada quando o Iraque invadiu o Irã, com ajuda dos EUA, em setembro de 1980. O Irã não começou nenhuma guerra desde 1738, quando invadiu a Índia. São 273 anos sem atacar outra nação. E, desde então, sempre defendeu-se. Foi invadido em 1941 pela Rússia e pela Inglaterra, na Segunda Guerra Mundial. O Irã era neutro, mas tinha petróleo, fundamental para as ambições inglesas e russas na guerra contra a Alemanha. O rei iraniano, assim como Getúlio Vargas, era contra o comunismo e tinha forte relação com a Alemanha. Mas o Irã já produzia petróleo em larga escala, em terra, fácil de explorar. O Brasil, na época da invasão inglesa e russa, começava a perfurar seus primeiros poços e já escolhera que lado apoiaria, graças ao forte incentivo econômico dos EUA (financiaram a CSN). Assim, virou alvo dos submarinos nazistas em função da tomada de posicão e mandou 25 mil incautos (entre eles, meu pai) para a guerra. O mesmo está acontecendo agora, mas a leitura midiática é maniqueísta e equivocada. Pouco afeita a um referencial histórico consistente. "Bem" contra o "mal", é o que vende a mídia preguiçosa. Enquanto isso, Inglaterra, Israel, França e EUA, países que nos últimos 20 anos iniciaram a maioria dos conflitos armados, são vendidos como "salvadores da liberdade". Apoiar a destruição do Irã, é compactuar com um crime histórico contra o legado persa. E preciso não confundir o que pensa e vive a população do Irã com o regime voltado ao Islamismo radical. Vale olhar o país e o povo que Israel, França, EUA e Inglaterra querem destruir e roubar. Como acabaram de fazer com a Líbia, diante dos olhos de um mundo que confia cegamente na CNN, na BBC, no Bonner...Olhos abertos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

De pai para filho e de filho para pai

Minha irmã viu domingo, no bairro de Laranjeiras, Rio de janeiro, o Passat verde-oliva que pertencia ao meu pai antes do câncer fulminante tirar-lhe a vida. Era um xodó. O carro no qual ele me levava para surfar em Saquarema, em esquema bate-e-volta (em duas ocasiões, bate-e-fica mesmo, rsrs) épicos para um moleque de 12 anos. O carro que levava minha Garelli 3 de Guadalupe para Araruama. O carro que fervia o motor, mas um galão de água no porta-malas sempre salvava o dia, quando páravamos para comer pastel no topo daquela serrinha da Rodovia Amaral Peixoto. O carro no qual eu ouvia "Trem das Flores", de Caetano, quando passávamos por aquele túnel formado por árvores, perto de Bacaxá, marcante para que anos antes tinha visto o mesmo local no filme menino do Rio (Valente, indo de jipe para Saquá). O carro no qual refinei minha forma de guiar, anos depois. Aquele Passar era foda. Meu pai também. Após a morte de meu pai, em meus anos loucos, aquele Passat serviu até de viatura de auto-escola para muita gente boa na época da FACHA, né Rebecca Lockwood? (éramos corajosos, hahahah). Quando me casei, minha mãe doou o carro. Os documentos originais guardo até hoje. Hoje achei esse vídeo, um dos muitos realizados para as comemorações de 100 anos da Chevrolet, nos EUA. Me deu a maior vontade de fazer a mesma coisa que esse filho fez. Meu pai ficaria amarradão.

Caveiras por flores: mudar a imagem para mudar o pensar

Voltando para casa na noite de domingo, passamos de ônibus (antes do stress com a "tripulação"...) pela Rocinha. Dora, minha filha de cinco anos, vinha fotografando os "assuntos" desde Ipanema, limitada pela abertura segura da janela do coletivo, e estranhou a dezena de veículos pretos - tratores, ônibus e um blindado para transportes de tropas-, estacionados perto da entrada da favela. Continuou fotografando em silêncio, mas logo disparou" "Papai, por que os carros da polícia tem um símbolo de morte (o símbolo do BOPE é uma cafona caveira)?". É hora dessa suposta "Beltramização" perceber que a iconografia de um Estado que respeita a cidadania não pode incutir medo na população. Principalmente nos mais inocentes e influenciáveis: os pequenos. Chega dessa porra: se os caras são mesmo bons no que fazem (e são) não precisam de fantasia de assassinos para provocar medo em bandido. Podem colocar uma flor no lugar daquela caveira ridícula. Hora de mudar a cara do Rio.

Zumbi? Escrava Anastácia? Não, obrigado. Que tal Aprille Ericsson?

Zumbi? Escrava Anastácia? Não, obrigado. Prefiro que a imagem a ser lembrada aqui em casa, para minhas meninas, seja a de Aprille Ericsson. Conhecem?
De Teodoro Sampaio, de André Rebouças, de Milton Santos, de Joaquim Barbosa.
Aprille eu destaco por ser quem criou as bases técnicas e científicas para que possamos um dia chegar em Marte (e em outros planetas em nosso sistema solar) de forma produtiva e útil para a humanidade aqui na Terra. Uma imagem que quero ver transformada em ícone, em referência para uma juventude negra que só vê chance de um futuro promissor na música ou na bola. Chega! Ícones possuem mais força do que milhares de anos em palavras e conceitos cristalizados (basta lembrar como em apenas 91 anos o partido nazista tornou maligno um dos mais belos, multiculturais e significativos símbolos já criados pela humanidade, a suástica, que originalmente significava "boa sorte" e "eternidade", para diversas culturas milenares em todos os continentes). Ícones inspiram sem barreiras linguísticas, estéticas e sócio-econômicas. Ícones levam ideais ao fim do mundo. Não vejo como melhorar autoestima e projetar uma visão de futuro em crianças que acordam e dormem vendo os pais e avós venerando imagens de negros amordaçados e arrastando correntes. Novamente, chega! Respeitar o passado, mas olhando para frente. Não acham que é hora de deixar a molecada preta saber que podem criar um destino diferente para eles? Sem esmola. Sem cotas. Sem medo. Sem ter que dar satisfação. Que no próximo dia da Conciência Negra nossos meios de comunicação sejam infestados por imagens de engenheiros, médicos, juristas, enfermeiros, biólogos, professores, educadores, cientistas, poetas, dramaturgos, fotógrafos, jornalistas, historiadores, inventores, físicos, químicos negros. Eu quero. Eu vou ajudar a fazer.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Brasil: o País do Feminicídio/Infanticídio.

E a epidemia de feminícidio no Brasil continua crescendo.

Se um (a) sujeito (a) concebe um ato dessa natureza não é apenas por desejo individual ou prazer, é por acreditar que é possível fazer e viver normalmente depois.

Não é.

Não é a falta de oportunidades sócio-educacionais que leva a esse tipo de crime, pois acontecem DIARIAMENTE em todas as classes sociais.

Obviamente do caso Ana Lídia até hoje, a visibilidade para esses crimes aumentou. Mas ainda se trata do assunto tapando o sol com a peneira.

E, se a mulher ou menina não morre, sempre será vítima duas vezes, pois recebe ainda a presunção de culpa por estimular a lascividade alheia. "Olha como ela se comporta", "Também, com aquela roupa...", "Ah, ela queria que ele parasse no meio, já tinha liberado...", "Olha lá, parece uma miniputa, igual a mãe".

E por aí vai.

Ninguém deve morrer por ser mulher, independentemente de seu comportamento sexual ou aparência física.

Ninguém deve morrer por ser criança e não ter como defender-se do próprio pai, mãe, parente, amigo, vizinho.

Mas uma criança nem sempre tem a oportunidade sequer de falar algo, de gritar, de implorar antes de ser seviciada.

Como comprender o terror de tal ato? O que ela fez para merecer ser tratada daquela forma? Não disseram que era amada e tinha o direito de existir?

Em muitos casos, pouco ou nada sabemos da vida pregressa daqueles que colocamos em contato direto e íntimo com nossos filhos. Acreditamos que o suposto amor ou afeição (quando nossas carências obliteram nossa razão e condenam nossos filhos e entes queridos à morte) que alguém possa sentir por nós mesmos possa ser transferido automaticamente para nossa prole. Erra quem pensa assim.

Também erra quem pensa que homens ou mulheres idosos ("Mas ela tem netinhos. É de confiança") e qualquer outra pessoa que achamos fragilizada, não mereçam ser investigados antes de receberem a responsabilidade de estar com nossos filhos.

Sim, na maioria dos casos, nós podemos evitar. Nós podemos prevenir. Nós temos a obrigação de não achar que, conosco, no nosso saudável, educado e protegido círculo pessoal, não vai acontecer.

Segundo pesquisa do Programa de Psiquiatria e Psicologia Forense do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), em 88% dos casos de abuso, estupro, violação e tortura de criancas e mulheres, os agressores fazem parte do círculo de relacionamento pessoal da família.

63% das vítimas são meninas com menos de 10 anos de idade. Crianças.

38% das agressões sexuais contra meninas são cometidas pelos pais naturais.

Naturalmente, sábios como somos, preferimos ignorar essa estatística. Não é conveniente à uma boa vida social ou familiar. Imagina, suspeitar de fulano (a)...

Das altas esferas do poder Federal à sarjeta, existem milhares de brasileiros que acham natural violentar, torturar e matar mulheres de todas as idades.

Parentesco e paternidade não são motivos de impedimento. Leiam sobre o caso Ana Lídia, citado acima, e perceberão.

Como não estou a procura de simpatia online, deixo claro não existe recuperação para pessoas assim. São lixo não reciclável. Todos. Sem exceção.

Me apresentem um (a) predador sexual recuperado (a) e te mostro um grande mentiroso e manipulador.

Não quero meus impostos utilizados para alimentar, vestir e manter vivos esses seres depois de suas atrocidades.

Regras são regras.

Finalmente a Google tomou vergonha e está deletando todas as contas de menores de 13 anos, seja no Gmail, seja no Orkut. Espero que o Facebook faça o mesmo. O resto é com os pais.

Tudo que estiver ao nosso alcance para reduzir assédio online aos menores de idade deve ser feito.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Feminicídio: uma epidemia de assassinatos de mulheres assola o Brasil

Em 72 horas, apenas na região metropolitana de São Paulo, oito assassinatos de mulheres entre 11 e 40 anos, a tiros e facadas, praticados por homens supostamete normais e trabalhadores com atitudes de predadores sexuais.

Nenhum dos casos foi de latrocínio. Feminicídio consciente e aplicado. Pessoas consideradas descartáveis por serem mulheres, sem importar a cor, classe social ou nível educacional. Não combina em nada com o retrato colorido que querem pintar de evolução social nos últimos 12 anos. Se não queremos virar México, Congo, a hora de gritar é agora.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Nosso Amiguinho: a melhor revista infantil do Brasil

Não sou religioso. Não tenho "deus no coração", essa bobagem que atrasa povos e culturas. Mas seria leviano deixar passar em branco que os Adventistas do Sétimo Dia (experts em alimentacão saudável, conscientes da importância da sexualidade e suas manifestações, afeitos a boa ciência, igualitários - se toda religião fosse assim, estariamos bem...) publicam a melhor revista infantil do Brasil: Nosso Amiguinho.

Cresci lendo essa revista. São pelo menos 37 anos vendo essa publicação atender aos anseios de conhecimento e boa educação da garotada.

O homem que vende as assinaturas é o mesmo da minha infância. Minha mãe resolveu manter a assinatura para as minhas filhas. Sou jornalista e tenho experiência como editor na maior editora de revistas da América Latina. Por isso afirmo que não conheço publicação destinada ao público infantil que tenha feito tanto esforço em atualizar-se.

Nosso Amiguinho acaba sendo mais laica e menos comercial do que a maioria das publicações. Tudo bem que de vez em quando aparecem alguns quadrinhos biblicos ou coisas do gênero. Nada que eu não possa contextualizar com uma boa conversa com as meninas.

Fica o meu parabéns à Casa Publicadora Brasileira, pelo respeito com o leitor.

Recomendo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Estereótipos na TV: munição para criminosos

Continua acontecendo. Na cidade que vai receber s Jogos Olímpicos de 2016. Uma cidade que deveria ser plural ao lidar com suas diferenças, mas que enconde em suas entranhas uma guerra racial, um vontade inglória de limpeza étnica.

Negros, só como serviçais, futebolistas, esportistas de destaque ou artistas. Outras manifestações são falsamente toleradas por uma parcela da sociedade que se não significativa numéricamente, o é em suas relações com o poder estabelecido. Perigosos por serem da classe ainda dominante. Perigosos por serem temidos por aqueles que deveriam nos proteger.

Uma senhora agredida é vista como "curiosidade". Como se ser chamado de "negro macaco" fosse algo que devesse merecer perdão. Não o é.

Essas pessoas que cresceram rindo dos Mussuns e Macalés da vida acham normal violentar a negritude usando referências desagradáveis. Como se fossemos o lixo das etnias, "acostumados" a sermos agredidos grauitamente.

Incrível, mas tem gente que não só acha normal, como acha aceitável.

Eu não acho. Eu não tolero. Eu vou lutar contra os racistas até o fim da minha vida.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Geração 2001 - hora de ficar ligado no que pensam, falam e fazem nossas meninas pré-teen

O que aprendi hoje com a presença da molecada de 10/11 anos de idade:

1- MSN é coisa de velho.

2- Skype é coisa de velho querendo ser jovem.

3- tem pai deixando filho de 10 anos fazer conta no Facebook e os kids colocam todos os passos da família, aqui e no exterior, sem filters. Sequestradores agradecem.

4- Fiquei com pena de quem tem filha de 10 com irmã funkeira de 15 que esconde da família que AMA funk. Cumplicidade e Influência.

5- mães precisam tomar cuidado ao treparem com seus namorados: filhos bisbilhotam e comentam os gemidos e frases de alcova com amigos de escola. Constrangedor.

6 - "verdade ou consequência" continua um must.

7 - vou precisar levar "aquele papo" antes do que imaginava.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

CANSEI DE VER O MMA EXPLORADO COMO BODE EXPIATÓRIO DA "INTELIGENTSIA" DOURADA. O PRECONCEITO NASCE ASSIM.

O MMA existe justamente para não vejamos novamente gladiadores e congeneres. Não são animais contra humanos. São pessoas medindo sua dedicação a formas específicas de combate corporal, atividade extremamente respeitada na antiguidade clássica, capaz de inspirar poetas, filósofos e artistas, mas hoje relegada a fenômeno midiático, um reducionismo maniqueísta, capaz de gerar distorções de percepcão e não favorecer uma reflexão sobre o que podemos ou não fazer com nossos corpos.
Existem regras muito claras para preservação dos atletas, são todos profissionais treinados, o UFC é extremamente rígido quanto ao antidoping e os atletas são divididos em categorias de peso, o que os coloca longe da pecha de babárie.
Foi longo o trabalho que tivemos ao longo desses anos em TV por assinatura e mídia impressa para fazermos o público entender que não se tratava de "briga de rua", de coisa de desocupados.
Eu mesmo tive dificuldade em negociar pacotes de eventos britânicos e holandeses para a divisão multimidia da Editora Abril, devido ao desconhecimento. Hoje procuram esse conteúdo avidamente.
Os eventos tiveram um período triste nos anos 80 e 90, quando a rivalidade entre academias na cidade do Rio de Janeiro prejudicou a difusão das artes de combate como uma forma saudável de educação física.
Hoje regulamentados, exigem que um atleta seja preparado de forma adequada e consciente. As relhas e narizes tortos são apenas cartilagens que se deformam, não diferentes daquelas deformidades de qualquer trabalhador braçal(um bom exemplo é o ombro do vendedor de biscoito Globo - ah, ok, não enxergamos mesmo ele, o homem-invisível, translúcido, das inteligentes e nada beligerantes areias cariocas) foi mal), ao até mesmo das delicadas e cultas bailarinas, que deformam seus corpos em prol de uma breve carreira, nem sempre de sucesso ou qualidade artística. O mesmo posso falar de maratonistas, remadores, futebolistas, tenistas e pilotos de corridas, todos levando em seus corpos marcas de deformação física em busca da excelência em sua áreas.

As lutas sempre foram transmitidas. Apenas do UFC são 134 eventos ao longo da história. Se contarmos o Pride e outras organizações menores, a "educação" para as artes de combate levou muito tempo e ainda não chegamos ao mesmo nível de Inglaterra, Holanda, França, Rússia, Japão e EUA em termos de mobilização popular e formação de torcedores com conhecimento das regras e limites desportivos.
Em tempo: não tivemos nenhuma morte ou atleta incapacitado para a vida normal em 17 anos de UFC ou Pride, ao contrário da Fórmula 1, do atletismo, do inocente e saudável running, do motocliclismo, do futebol, da Stock Cars, do surfe, do turfe, do ciclismo, e para efeito de comparação direta, até mesmo no boxe profissional.
Muitos dos que hoje reclamam do "sucesso" do MMA (apenas 13 pontos de audiência, no pico da transmissão), paravam para assistir quando um Sr. chamado Mike Tyson estava no auge, em longas noites na líder de audiência da TV aberta. Bares paravam, e homens e mulheres comentavam com propriedade os momentos da luta, além de vibrarem com nocautes.
Façam esse exercício de "mea culpa" e resgatem essa memória recente: até o rapaz morder orelhas e agredir mulheres -comportamentos nada correlatos ao esporte-, era um dos mais queridos heróis internacionais.
Naturalmente, para alguns pode ser de gosto duvidoso, mas está muito mais distante de ser uma atividade capaz de incitar atos violentos fora da área de combate do que um JN mostrando mentiras sobre os conflitos nacionalistas no mundo, com sangue e mortes sem palavras, apenas para fins de composição de 40 segundos jornalísticos. Para não falar das mazelas de nosso tecido social, da violência não-gráfica do preconceito, da segregação e da pouca ou nenhuma compreensão das diferenças.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quero Strauss-Kahn preso.

Sou pai de meninas e deixo claro que aprender e vivenciar os prazeres do próprio corpo e do corpo alheio é bom, na forma dos livros didáticos ou nas "embalagens" para o prazer que a vida vai apresentar. Uma coisa não é negociável: NÃO é NÃO. Nenhuma mulher ou homem poderá atropelar a vontade delas, não importando se serão caretas ou hardcore ou em que momento estiverem no intercurso sexual. Vida, sempre.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Gripe Suína - Quem pena não entra em pânico

Dilma amanheceu mais preocupada com a saúde política da coligação com o PMDB do que a saúde dos brasileiros e a presença do H1N1. A turma da terceira idade pode relaxar: os riscos de complicações com a gripe súina estão naqueles entre 5 e 24 anos de idade. Para o bem da coletividade, não tomem Tamiflu ou Relenza por conta própria, para evitar o surgimento de mutações resistentes ao medicamento.
Quase sempre dá para cuidar da gripe suína em casa, com repouso, hidratação e boa comida. Fique ligado nos sintomas para não sobrecarregar o sistema de saúde pública de forma desnecessária.



Mas se você tem plano de saúde ou acha que a vacina é a melhor solução, have fun.













E o mais importante: mães contaminadas com H1N1 DEVEM continuar AMAMENTANDO. É muito importante para que o bebê possa desenvolver anticorpos contra o vírus. Pense nisso antes de espetarem seu bebê.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Como Lidar com Intolerantes

Toda vez que acho que estamnos chegando a um novo patamar de civilidade, me deparo com babás assassinas, mães jogando recém-nascidos no lixo com se fossem merda, gente que apesar da pele escura acha bonito idolatrar Hitler e abjetos que acham correto ofender a atacar homossexuais.

Assim, sou solidário a todos os pais que tenham filhos gays e que desejem a felicidade e dignidade dos mesmos.

Chega de aceitar os argumentos pífios daqueles que acreditam "defender a família" criando estratégias de humilhação e destruição de nossos filhos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

QUANDO ESTAMOS FORA...

Vale a pena acordar mais cedo ou mesmo ficar ligado no fuso horário para telefonar para nossos filhotes quando estivermos viajando a trabalho. Hoje telefonei antes das minhas molecas saírem para a escola. Foi genial o sopro de energia que recebi com as vozes delas em meus ouvidos. Agora posso trabalhar com força total, sabendo que estou fazendo o melhor que posso por nossa família e por mim, como realização pessoal. É preciso tentar combinar essas necessidades para a vida valer a pena

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Marcin Jakubowski: Open-sourced blueprints for civilization | Video on TED.com

Marcin Jakubowski: Open-sourced blueprints for civilization | Video on TED.com

Quero minhas filhas vivendo em um mundo melhor. E colocando a mão na massa, longe das promessas fáceis da cltura e massa, da tecnologia de vitrine. Não precisamos de trem-bala, Ipds, e produtos cuja obsolescência ee regida pelo fabrincante e não pela nossa capacidade de criar, interagir, ajudar pessoas e mudar o mundo com eles. Um mundo melhor depende de nossa capacidade de fugir do apelo barato do marketing. Vamos construir valores. Vamos construir um novo mundo. Yes, we (for real) can.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A eterna busca pelo bode expiatório

Poderia ser a minha filha ali. Ela estudava em uma escola como aquela até o fim de 2009. Eu poderia ser um dos pais arrasados. Em hipótese alguma, por maior que fosse a dor, eu poderia estabelecer uma linha de raciocínio sã se culpasse a arma pelo que aconteceu.

Assim, vejo o clamor pela proibição da comercialização e venda de armas no Brasil como mais uma daquelas falácias, de um oportunismo torpe misturado a uma confusão emocional que induz a simplificação das coisas e à imediata “importação” de uma solução mágica para a violência inerente ao ser humano.

Gosto de armas, estudo sobre elas desde os 14 anos, manuseei desde menino a "Velha Senhora", a Colt .45 M1911, e nem por isso tornei-me um assassino serial, deputado federal, presidenta do Brasil ou assaltante de banco.

Aprecio o uso desportivo ou para defesa pessoal com responsabilidade, legalidade e coerência. Lembro que a primeira medalha Olímpica brasileira veio do Tiro.

Não defendo o porte indiscriminado, inclusive por aqueles que legalmente tem a prerrogativa de utiliza-las, como promotores, juízes, oficias de justiça e policiais mal treinados. Portar arma de fogo diariamente, com plena certeza de sucesso em seu emprego exige treino intenso e constante.

Somente devemos sacar uma arma de fogo para atirar e incapacitar um agressor igualmente armado. Para impedir a progressão de um crime contra a vida ou patrimônio.

Não se utiliza arma de fogo para intimidar ou atirar para cima, como fazem as "autoridades de segurança" aqui no Brasil quando querem dispersar multidões. Por isso não confio na capacidade de um policial brasileiro em preservar a integridade física e patrimonial de minha família.

Eu sou responsável pela minha existência. Tenho a obrigação de defender-me.

Acredito que toda família deveria educar seus filhos de forma correta sobre armas, com aspectos históricos e explicando as diferentes legislações ao redor do planeta no que concerne ao seu emprego de pessoas de bem.
Lamento que em minha residência, por consenso com a parceira, não tenhamos as armas as quais teríamos o direito legal em condições de emprego para defesa imediata. Somente eu saberia manuseá-las com precisão e destreza suficiente para assegurar nossa existência.

Assim, deposito em um telefonema ao 190 toda a minha confiança em continuar vivo e capaz de negociar com um bondoso e gentil assaltante, estuprador ou assassino da pior espécie, quando sob ataque criminoso em meu lar. Ótimo, não? Depender da eficiência do aparelho de Estado para existir.

Tal fato reduz nossa capacidade de defendermos nosso direito à vida quando sob ataque. Não o Estado não vai estar presente em toda as situações de risco. E o que faz a arma de fogo ser demonizada é a falta de educação. Vale para o caro, para a motoserra, vale para a faca de cozinha.

O rapaz que matou 12 estudantes em Realengo, Rio de Janeiro, em 7 de Abril de 2011, o fez por prazer. Se desejasse apenas exterminar, poderia ter escolhido uma arma que o fizesse mais rapidamente.
Escolheu o revólver para demonstrar destreza, habilidade, para atribuir-se um valor humano que acreditava não conseguir em sua vida social.

Repito: ele, sim, mataria com qualquer outro objeto capaz de causar dano ao ser humano. Ele calculou o impacto emocional de seus atos, saboreou cada morte, sabia a extensão e o alcance de seus feitos e a propagação dos mesmos. Ele poderia ter usado um carro alugado para atropelar todas aquelas crianças ao saírem da escola, ao mesmo tempo.


Não teria a mesma graça. Poderia ter envenenado todas, distribuindo quitutes na porta da escola. Poderia ter utilizado uma bomba caseira. Todas as soluções seriam mais fáceis e eficazes para provocar morte em massa. Mas não seria divertido. Ou seja, mesmo se a venda e fabricação de armas fosse proibida, esse crime aconteceria. De maneira igualmente sangrenta.

Primeiro, ninguém conseguir destruir ou tirar de circulação todas as armas remanescentes. Segundo, criminoso não compra arma em loja.

Países que restringem o uso de arma de fogo entre a população economicamente ativa não propuseram leis em resposta emocional a desvios de conduta que levam a massacres em escolas.

Vou usar o exemplo Britânico para ilustrar.

Ao contrário do que o péssimo texto da BBC induz a pensar (jornalistas deveriam ser obrigados a citar fontes, para que as pessoas possam ler mais e não disseminarem as besteiras que alguns escrevem - em tempos de twitter fica quase impossível difundir a informação correta depois do estrago da desinformação ter sido feito), os britânicos não impuseram a redução de armas. Eles construíram - através de políticas de controle social- uma sociedade que prescinde delas no aspecto de defesa pessoal e segurança pública.

O único grande momento da história britânica na qual o número de armas em posse da população foi preocupante foi em 1824, para limitar a circulação das toscas armas de fogo trazidas das guerras Napoleônicas. Notem que desde 1181, já existiam leis regularizando o porte de outras armas. 1181!!!!

Historicamente, a Inglaterra tem um baixo número de homicídios. Sendo assim, é natural que o número de homicídios com armas de fogo seja reduzido, se comparado a outra nações com indicies criminais diferenciados.

Na cultura britânica, com seus sucessivos atos de controle de armas, a saber em 1824, 1828, 1831, 1844, 1862, 1903, 1920, 1937, 1968 e 1997, a posse de arma pela população sempre foi vista de forma delicada. A principal razão era assegurar a disciplina de respeito à aristocracia e a monarquia. Assim, salvo em períodos de guerras e ameaças ao estado, armas eram brinquedos de ricos.

Nem a caça era estimulada entre os camponeses, e depois da revolução industrial, entre os mineiradores e o proletariado urbano. Esses deveriam virar consumidores e mão de obra, e não poderiam perder tempo divertindo-se ou obtendo recursos de maneira gratuita através da caça.

Esse cultura permeou gerações e levou a uma nação que nunca teve a necessidade de defender-se de ameaças armadas de cunho civil.

Como parte dos domínios da Coroa britânica, outros países acabaram adotando legislações semelhante. E desenvolveram indicadores sociais à altura.

E com tantos cuidados, ainda massacraram o brasileiro Jean a sangue-frio. Sintomático. Os britânicos NÃO servem como exemplo para a política de segurança brasileira.

Assim, comparar o Brasil com essas culturas é um erro grave. Aqui, sim, temos a necessidade de defendermos nosso direito à vida e ao patrimônio, sem podermos contar com a presença constante dos aparelhos de defesa que estado proporciona. Nossa legislação limita com extremo rigor quem pode portar armas. O registro é obrigatório. Os calibre permitidos são anêmicos, tanto para defesa pessoal, quanto para cunho desportivo.

Isso significa que para neutralizar uma agressão armada (e o indivíduo agressor quase sempre porta material contrabandeado, de poder de fogo superior), precisamos ser mais adestrados, usar "mais força", e aumentar os riscos inerentes a situação de defesa da própria vida e de terceiros.

A saber, todo brasileiro acima de 25 anos, com atividade econômica legalmente comprovada, munido de laudo que prove estar PSICOLOGICAMENTE apto ao manuseio de arma de fogo, devidamente habilitado em cursos de tiro de defesa e sem antecedentes criminais pode ter em casa -mediante registro na secretária de segurança e Polícia Federal-, estabelecimento comercial ou transportar de forma que não permita emprego imediato as seguintes armas:

- 2 armas longa de alma lisa - espingarda - ideal para defesa doméstica, principalmente por mulheres ou pessoas mais frágeis, com pouca habilidade em armas curtas.

- 2 armas longas de alma raiada em calibre permitido.

- 2 armas curtas, revólver ou pistola, em qualquer calibre até .380.

- Quantidade LIMITADA de munição: 200 cartuchos de caça por mês, 300 cartuchos .22 por mês, 50 cartuchos acima de calibre.22 por ANO.

Ou seja, o suficiente para treinar e manter-se apto ao emprego correto de arma de fogo para caça, defesa de patrimônio comercial ou residencial e defesa da própria vida ou de terceiros em situação que requeira o emprego de tiro.

Em tempo: desconheço assassinos que frequentem lojas de armas e façam cursos. Desconheço bandidos que comprem armas de forma legal, forneçam seus endereços e mantenham um registro ativo de suas atividades ligadas a armamentos. Quem alimenta esse mercado de armas ilegais é o contrabando. Esse sim não deve ser tolerado pelo Estado e pela sociedade civil. Mas todos tapam o sol com a peneira acreditando ser impossível fiscalizar tais praticas criminosas.

Assim, a falácia da proibição de armas e referendos propondo entrega voluntária servem apenas para tornar mais turva a questão. Alguém em sã consciência acredita que algum bandido vai, voluntariamente, entregar seu arsenal? Acredita que todas as armas obtidas nessas campanhas serão, de fato, destruídas?

Piora o fato de profissionais da mídia não esclarecerem as situações de forma lúcida. NENHUM atirador ou atiradora de IPSC ou instrutor ou instrutora de tiro foi chamado para dar declarações sobre o acontecido. Apenas pessoas da área de segurança pública, acostumadas a REAGIR e não a PREVENIR acontecimentos de natureza violenta.

Devido ao custo de munição, treina-se pouco nas polícias de todo o Brasil. Assim, não são as pessoas mais aptas a falarem sobre segurança pessoal e direito a vida. Polícia, no Brasil, é treinada para matar.

Eu não poso depositar minhas chances de sobrevivência e da minha família na mão de um PM. De um menino recém-formado pela Academia de Polícia.

Cidadão armado com competência e controle, em conjunto com atuação política que leve à melhoria de indicadores sociais poderá reverter esse quadro, levando ao um cenário no qual a arma só poderá ser usada em eventos esportivos como IPSC ou Silhuetas Metálicas.

Mas não é com hipocrisia e reações emocionais que chegaremos a uma situação melhor para todos os brasileiros.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

12

Não foi só hoje. O ano está triste para meninas. Não posso deixar as minhas crescerem achando que existe algo errado em serem mulheres. Que é aceitável perder a vida por causa de seu gênero ou opção sexual. Não se trata de pleibiscito contra armas, detetores de metais ou educação. O buraco é mais embaixo. É uma cultura do ódio, que ganha força de forma silenciosa, vil. Não vai ficar apenas nisso, infelizmente. Será preciso preparar-se para dias sangrentos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Bilionários por Acaso: o livro é uma lamentável ode a misoginia em pleno século 21

Acabei de ler "Bilionários por Acaso", de Ben Mezrich. Surpreso e um tanto enojado pelo fato de, em 2009 (data de lançamento do livro), TODAS as mulheres retratadas no livro serem loucas, interesseiras, alívio sexual para os "gênios" de Harvard e do Vale do Silício.


Não existe uma mulher no livro que seja destacada por sua criatividade, talento ou competência intelectual. Mais: as asiáticas são apresentadas -SEMPRE- como "comidinha" fácil para os nerds que não conseguem as loiras da Ivy League.

Nem vou perguntar o que o autor acha de negras e latinas no mundo acadêmico top dos EUA. Lamentável. Se querem saber mais sobre a criação do Facebook como negócio revolucionário, sugiro o livro de David Kirkpatrick, “The Facebook Effect". Bom demais para virar filme blockbuster.

Fico imaginando uma menina de 14 ou 15 anos lendo esse livro, na ânsia de descobrir as entranhas do espaço online que toma a maior parte de seu dia conectada, e tentando projetar seu futuro fazendo diferença no mercado de tecnologia de informação de alto nível, nas melhores universidades do planeta. Além de matar um leão por dia, essas meninas terão que lidar com o estigma de não poderem ser bonitas, atraentes e charmosas sob risco de serem confundidas com "putas" dos campi. Imagem distorcidas, difíceis de serem modificadas.

Vale atenção paterna com essa leitura.

sábado, 19 de março de 2011

Como São Paulo quer acabar com a saúde das parturientes



Caros, o belo curso de obstetrícia da USP Leste está sendo extinto. Parteiros (sim, formou homens qualificados para ajudar mulheres no parto) e parteiras em formação, que ajudariam a reduzir o número imbecil de 99,42% dos partos em ambiente hospitalar em São Paulo, ficarão sem concluir o curso.

Os alunos estão putos, e com razão.

Tentei explicar isso para colegas europeus, asiáticos e americanos e o eles, chocados, perguntam se brasileiro ama hospital. É, ainda temos um logo caminho para melhorar a saúde da mulher por aqui, mas o "lobby das tesouras" não quer deixar.

Outros cursos serão remanejados. O único extindo será o de obstetrícia.

Não vou ficar quieto. Grite aqui.
http://www.abaixoassinado.org/assinaturas/abaixoassinado/8452/1

quarta-feira, 16 de março de 2011

Viagem de volta aos anos 70

Minha filhota mais velha (faz 10 anos em Abril) tem assistido desenhos e programas de TV com referências aos anos 70 e à era da "disco music", como Bob Esponja, Lazy Town, HSM, a animação dinamarquesa
 "Disco Ormone" (no Brasil, Barry e a Banda das Minhocas, estragando um ótimo título).
Disco_Ormene_Plakat_800x600.jpg

Curiosa, ela quis saber mais. Pensei em Saturday Night Fever, mas era muito barra pesada. Daí lembrei de um filme que vi moleque (1981), quase na idade dela, em um cinema-poeira em Guadalulpe, um bairro na pouco glamourosa zona oeste do Rio, onde cresci e vivi até os 14 anos de idade, antes de cair nas maravilhas do Jardim Botânico. 

Era "Até Que Enfilm é Sexta-Feira (Thank God it's Friday, de Robert Klane, 1978), uma produção da Motown (isso mesmo, a gravadora Soul).  No elenco, Debra Winger (acho que foi o primeiro longa dela), fazendo uma mulher "careta" maravilhosa, Jeff Goldblum (primeiro papel de destaque dele - acho que é o ator cuja carreira acompanho a mais tempo seguido, adoro) como dono de boate pegador, Donna Summer como a cantora de NY querendo um espaço em LA, os Commodores como os amigos do DJ (na época, discotecário). O resto do elenco sumiu nas sombras. As "valley girls", que roubam o dinheiro do irmão e vão para a Los Angeles disputar o concurso de dança também são clássicas.
"Let's Dance" (levou o Oscar de Melhor Canção) é o clássico do momento "ressurreição do herói" no filme, interpretado por Donna Summer no papel de Tina Sims. Mas durante uma cena com o Goldblum toca um cover em roupagem disco de "Je Taime Mon Amour", do fantástico Serge Gainsbourg acompanhado de Brigitte Bardot. A versão é uma merda, mas curti assim mesmo.

TGIF (é, o nome da rede de lanchonetes vem dessa corruptela) é um filme simpático e sintetiza bem as situações que poderiam acontecer em um clube noturno. As roupas, as músicas, as gírias, os costumes, está tudo lá e de ma forma não muito agressiva. Eu lembrava de cada frase do filme, cada momento bobo. E da hora do concurso de dança. Não aguentei e levantei para dançar com Lia. Ela morreu de rir, mas entrou na onda. Afinal, eu fora obrigado a aprender as coreografias de HSM 1, HSM 2 e MSM 3. Foi a minha vingança. Tive apenas que tourear as cenas onde uma mulher abandona a amiga (a caretona interpretada por Debra Winger) e vai para uma festinha no apê de um maluco, com mais 7 caras. Nada explícito, mas para mim, tudo muito claro. Também tem uma cena onde uma dentista alopra o marido careta de outra mulher (a que está xavencando Jeff Goldblum)  com seu kit de pílulas (bolinhas, na verdade: anfetaminas e calmantes), que me fizeram lembrar o colega de MTV, Luis Thunderbird, o odontólogo mais louco que conheci. Mas prefiro explicar do que ficar com cara de trouxa daqui a alguns anos.

Foi legal ver, com ela, como o mundo, os xavecos, as situações da vida eram resolvidas sem celular, sem internet, sem redes sociais. Mas que alguns valores. "micos" e anseios continuam os mesmos 30 anos depois.

Um mês antes tínhamos assistido juntos ao filme BIG, QUERO SER GRANDE (BIG), com Tom Hanks. Constatei que no meio da década de 80 o tema mais importante para a molecada era o sexo. Crescer para trepar. Não me causa surpresa. A cena deles passando pelos puteiros de NYC é forte, assim como a situação no hotel. E todo mundo fumava!!! Filmes juvenis de hoje jamais chegariam tão longe.

Ter esse elo de ligação com o meu passado, com minhas referências pop é uma forma legal de fazê-la perceber um dos elementos que fizeram parte da construção da minha identidade.

Fico imaginando Lia mostrando Lady Gaga, Paramore, Restart e Justin Bieber para os filhos dela.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Gerações

Lia e o avô curtindo uma sessão de slides dos anos 70, em plena segunda-feira de Carnaval.

foto: Felipe B


Na parede, calças bocas de sino e a infância da mãe. Como a simplicidade pode trazer poesia para a vida em um mundo repleto de traquitanas tecnológicas.

Garota Radical...Mesmo!



deve ser um babaca. Chorou com o trailer de "Soul Surfer". Gostar de Bethany Hamilton é fácil. Difícil é imaginar isso acontecer com sua filha quando ela está fazendo a coisa que mais gosta no mundo. Aqui em casa os filmes Blue Crush e Nalu são inspiradores. "Soul Surfer" não ficará atrás.

Em tempo: por aqui também temos um exemplo de superacão, dentro e fora do mar. O surfista Pauê, hoje fisioterapeuta e triatleta, passou pelo drama de perder as pernas para um trem.

A história dele está nesse link.

valeu pela dica, Raquel.

O Filho do "Animal"

Fiquei feliz hoje ao ler uma notícia dos bastidores de um desses camarotes de cervejaria.

O irascível jogador Edmundo, que carregou a alcunha de "Animal" por suas atitudes dentro e foram de campo, demonstrou que ser homem é muito mais do que sair por ai brandindo conquistas.

Ao afirmar o seu amor pelo filho, que se declara homossexual e por isso não tem o carinho da mãe, Edmundo abre um espaço importante de reflexão junto a um público que acha ser aceitável maltratar pessoas por suas opções sexuais.

Para um filho, ler uma declaração como essa pode mudar muita coisa. Assegura umm caminho em busca da auto aceitação, da auto estima.

Para mim, o melhor gol da vida pública de Edmundo. Curti.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Devolva-me

amo. foto: Felipe B, 2010.




















O assunto veio à tona em comentário sobre os mitos da amamentação no blog da amiga Zel. Pensar fora da caixa faz muita gente ficar fora do eixo e esquecer de colocar em foco assuntos importantes na vida conjugal.

Tendo passado por esse processo duas vezes, com reações e aprendizados diferentes em cada ocasião, acredito que cabe iniciar uma reflexão a respeito (no pun intended).

Com exclusão dos casais homossexuais masculinos (que não enfrentam os dilemas do pós parto e amamentação, seja em barrigas de aluguel, seja em adoção), todas as outras combinações conjugais passam pelos dissabores da posse do bico do seio.

Mais do que sabido é o fato das mudanças hormonais provocarem modificações físicas e emocionais importantes. Em muitos casos, nem a penetração pode ser cogitada, tal o estado de ∂úvida ao qual o corpo é submetido. A quem ele pertence? Ao bebê? Ao pai? A escrutínio alheio?

"Esse corpo, esse peito, essa buceta são meus, mulher e mãe! Devolva-me!", gostaria de vê-las gritar.

Mas não é fácil. Sabemos que não.

Naturalmente, devemos leva-las em consideração. Mas existem aspectos culturais que estão profundamente enraizados e que fazem homens e mulheres perpetuarem mitos, mesmo que não queiram.

Quando a mulher recusa acesso ao bico do peito de forma erótica existem desculpas prontas para não faze-lo: higiene, dor, falta de sensibilidade, dedicação total ao rebento, nojo. Muitos cônjuges, homens e mulheres (no caso de casais lésbicos), notadamente os mais jovens, tendem a introjetar conceitos semelhantes: se deixam levar pelas alterações físicas de cor e forma para justificar sua aversão ao toque, seja com a boca, seja com as mãos, pênis ou vagina.

Grande parte daquela erotização do casal, que levou à gestação ou ao pacto entre duas mulheres de recorrer a inseminação artificial acaba perdida em meio a pensamentos antiquados e preconceituosos.

E a parte fêmea dessa equação acaba sendo penalizada. Primeiro, por não ter a clareza de como ou quando deseja retomar o uso do próprio corpo e não considerar essa discussão algo pertinente a casal. Por outro lado, alguns cônjuges vão se deparar com situações atípicas na sexualidade pré gestação.

Casais que tiveram vida sexual ativa até o parto, mesmo com lactação precoce, podem ter soluções divertidas e interessantes para compartilharem. Mas e o tabu de conversar sobre sexo? Sobre vida feliz? Sobre prazer? Como tem gente que enxerga na barriga dilatada fantasmas que coibem o desejo.

Pode ser que nem queiram saber o quanto e como você gozou durante a gravidez. Pena.

Algumas mulheres ficam menos sensíveis e desenvolvem o gosto por toques mais vigorosos, que estimulem de forma mais intensa os mamilos. Até a nova forma dos mesmos ajuda a construir uma nova personificação erótica, que pode ficar submetida a um rigor moral. Aquele fantasminha da vergonha de ser classificado como curtidor de BDSM fica rondando...

Se conversar sobre toques no grelo e outros aspectos da sexualidade ainda são tabu para alguns casais mesmo antes da gestação, imagine o choque de alguns parceiros(as) ao perceberem suas mulheres interessadas em uma nova forma de usar o corpo, fora dos padrões aos quais estavam acostumados.

Sim, existe prazer na relação com a dor. Nem todas ficam mais sensíveis e rejeitam o toque. Aquelas que o fazem, talvez estejam querendo outra forma de interação, de troca, de estímulos. Se a dor e sensibilidade extra as incomodam, precisam ser respeitadas, ouvidas em sues desejos -alguns insuspeitos- e não desestimuladas aos jogos eróticos.

Acusar o outro de sabotador no auge da sensibilidade não parece ser uma medida inteligente sob nenhum aspecto, tendo em vista a busca por uma família harmônica.

É preciso entender que existem mulheres que desligam o modo “erótico” dos seis por uma questão de praticidade. O caso de amamentar em público é um desses. Se a noção coletiva de respeito ao “estado” da lactante parece ser senso comum, no íntimo sabemos que existem muitos homens e mulheres que apreciam uma mama cheia, com mamilos proeminentes, túrgida, bela em suas formas ampliadas. E nem todos (as) conseguem desviar o olhar. Se a mãe não se sente confortável com isso, é natural que crie defesas. É um direito dela.

Outra distorção moderna que pode atrapalhar de forma cruel é o mito da estética do peito. Motivada pelas imagens de celebridades cujo os peitos nunca caem, existem moças que logo ao pararem de amamentar entram na paranóia de clarear os bicos de forma artificial ou fazer cirurgia estética das mamas. Pressão de mães, amigas (?), de maridos e “maridas” (sim, leitora, no mundo das moças, alguns arquétipos também estão presentes, e de forma bem intensa e conservadora) para que se chegue ao que o outro considera o corpo “ideal”.

Perde-se a essência de vivenciar o corpo da parceira transformado pela geração de vida. Busca-se desesperadamente o “estágio anterior” da relação através da retomada do corpo antigo. Se não um erro em sua essência, tal comportamento mergulha no tanque dos equívocos.

A mulher é soberana para decidir sobre o destino e o uso de seu corpo. Mas não deve ficar soterrada sob teorias e conceitos arcaicos, que em nada ajudarão na relação dela com o filho ou parceiro(a).

Que fique claro desde cedo que “mamãe goza e quer ser feliz”. E se tiver que usar o peito “sagrado” para isso, logo, durante a amamentação, que assim seja.

Seja feliz com seus bicos.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Mochilas: a casa nas costas

Nem bem foi completado um mês de aulas e as mochilas das meninas já viraram um mafuá. A política de colocar tudo dentro delas "para não esquecer as coisas" revelou-se um equívoco. O peso que carregam e a falta crônica de espaço útil faz com que o simples ato de colocá-las nas costas seja um estorvo.

O colégio possui armários, mas cobra um aluguel patético para o uso. O melhor então será ver com as molecas o que realmente será preciso carregar diariamente.

Vou torcer para não encontrar nada bizarro dentro das mochilas hoje a tarde, como pontas de lápis (tá rindo? minha filha coleciona!), chicletes, areia e todo tipo de material sem classificação.

Depois posto o resultado das análises.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Um pedido humilde e ingênuo no país de pais assassinos.

Como Pai de Menina, de criança, eu tenho o sonho ingênuo de ver minhas filhas crescerem ser ter que construir a dureza de um soldado ou a astúcia de um agente policial apenas para poderem existirem, vivenciando suas infâncias como eu pude.


Se existisse alguma entidade para a qual eu pudesse apelar, terrena ou não, eu teria pedidos.

Pediria que de hoje até o fim dos dias que nenhuma criança fosse assassinada, seja em guerras, seja por terrorismo, seja no trânsito (sem contar os motoristas bêbados, todo dia vejo filhos da classe média no colo de um adulto, no banco da frente. Ou sem cadeirinha adequada no banco de trás), seja por vingança, como essa menina de 6 anos, no Rio de Janeiro.


Pediria que nenhuma criança fosse jogada em valões e latas de lixo ao nascerem.

Pediria que ao invés de bolsas-familia e outros tapa-buracos com objetivo eleitoral, que investíssemos em educação para tirar a maior parte de nossa população da Idade Média.

Tente explicar a quantidade de crianças achadas no lixo diariamente (apenas os casos publicados em jornais) no Brasil a um amigo que more em um lugar civilizado. Vai ser chamado de mentiroso sensacionalista.

Em uma semana o Rio de Janeiro viu três assassinatos de crianças. Todas poderiam estar vivas. Não existe justificativa para essas mortes e os responsáveis, pais e mães, devem ser responsabilizados. Todas as mortes envolveram familiares.

Enquanto isso a presidenta vai fazer omelete na TV.

Sintomático.

terça-feira, 1 de março de 2011

E SE FOSSE A SUA FILHA? OU COMO A COVARDIA CRIA RAÍZES

Estou puto com o caso do criminoso de Porto Alegre, ainda mais agora que a edião do dia 28/2 do Jornal Nacional praticamente inocentou o sujeito (dica: jamais trate seus problemas juridicos - civeis ou penais-, na TV, a não ser que seja ao vivo. Edições podem destruir seus argumentos).

E ciente da memória curta do brasileiro para crimes de gente poderosa, lembro que o monstro Pimenta Neves ainda está livre. Enojam os depoimentos em seu site (isso mesmo: assassino com site - veja só!) que tentam justificar o assassinato covarde, a tiros, de uma mulher. O fisiologismo das redações revelado de forma crua, já que beneficiados por sua imensa bondade em imbróglios trabalhistas veem nele um herói. Mulheres inclusive.

A pergunta que fica é: e se fossem suas filhas assassinadas com tiros nas costas, sem chance de defesa? Você defenderia esse monstro para deixá-lo em liberdade?

Por isso defendo minhas meninas com unhas e dentes. E, sim, quero fazê-las acreditar em justiça o Brasil. Mas está difícil...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Violência sobre rodas

só tinha visto imagens abjetas como essa
durante a recente revolução no Egito, quando carros e caminhões atropelaram revolucionários de forma cruel e desumana. Motivações diferentes, modus operandi exatamente igual. O desprezo pela coletividade impera e mostra sua cara -de forma global-, em 2011. Vamos mudar isso. Impedir que se torne uma imagem comum no cotidiano de nossa molecada, cada vez mais bombardeada com imagens assim, em um momento onde temos cada vez menos controle sobre o grande volume de conteúdo que os atingem diariamente, principalmente quando estão longe de nossa presença, nosso filtro.


Toda vida ao movimento Massa Crítica.

UPDATE: Ricardo José Neif. Favor colocar no dicionário como sinônimo para "assassino serial". Se esse homem sair impune, com acreditaremos em justiça nessa país? Como deixaremos a molecada sair tranquila de bike, sabendo que gente assim fica impune?

QUEREMOS UM MUNDO MAIS BACANA PARA NOSSA MOLECADA MAS TEM GENTE QUE ODEIA A IDEIA.

Tenho falado sobre intolerância. Gostaria de falar apenas sobre como criar um mundo mais bacana para minhas meninas crescerem. Mais solidário, menos poluído. Mais consciente que devemos, todos, ter um papel ativo na busca por qualidade de vida.

Mas tem gente que não parece acreditar nisso, em a despeito de saber que pode ser identificado, coloca o ódio e a vontade de matar na frente de toda e qualquer civilidade.
foto: Fernando Gomes

Este imbecil de Porto Alegre jogou o carro deliberadamente contra cliclistas membros do Massa Crítica, braço local do movimento que defende o uso da bicicleta como transporte individual e uma solução viária para cidades enlouquecidas.

Ele fez isso diante dos oficiais que ajudam na organização e deslocamento dos ciclistas.

Buzinou antes. Tentou forçar passagem. E atropelou, ferindo mais de 10 ciclistas do grupo.

Que as autoridades gaúchas tomem providências.

O covarde abandonou o carro, mas foi identificado. Cadeia.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ESPELHOS QUEBRADOS

Para quem acha que a luta é fácil, veja o que mais ainda tenho que enfrentar. Uma jovem mulher negra, Lívia Zaruty, que depois de passar dois dias fazendo comentários insultosos e distorcendo fatos, resolveu postar em seu blog (não me darei ao trabalho de fazer uma análise crítica do conteúdo) os mesmos insultos publicados antes na forma de comments.

Não satisfeita em alterar lugar, características físicas de minhas filhas, exibir uma visão tão preconceituosa da existência de uma pessoa, ainda incorreu em injúria, calúnia e difamação.

Como se vê, uma mulher negra e jovem também pode incutir nos mesmo erros que a atendente do estabelecimento no qual aconteceu a ocorrência.

Nesse caso, ainda pior. A moça em questão construiu um fato e desenvolve sua tese distorcida arraigada a essa visão.

Reproduzo aqui um trecho do "discurso", textualmente, conforme publicado:

"Gente,vi as fotos da filinha dele no dia e afirmo era previsivel confundirem..
Ensine a REALIDADE e busque clareza de seus direitos..
A maioria da poluçao negra,mora no LEME?
Qual o perfi da Maioria da crianças de rua da Zona sul?
Vou ensinar a minha filha,primeiro a ter conciencia que estamos em um pais onde o NEGRO e visto NEGATIVAMENTE por culpa do proprio negro...
Por isso devemos ao maximo evitar qualquer aproximaçao de Semelhança de comparaçao de uma minoria ociosa desse pais...
Prenda o cabelo da MENOR,vista de um modo adequado,ainda infelizmente como negros nao podemos nos dar o luxo de andar nas ruas da Zona Sul como se estivéssemos no quintal de casa!
Criar um blog com a imagem da filha,para um finalidade sem um obejtivo?sinceramente nao entendo?"

Ou seja, liberdade de expressão a parte, incutir em desinformação e visão distorcida, quando temos fotos e testemunhas pr provar o ocorrido torna tudo ainda mais triste. Tenho que ter forças para mais essa. A visão que a moça tece de minha filha me parece um daqueles casos de espelhos quebrados. Qual seria o motivo de tanto ódio colocado de forma torpe? Um mistério.

A Sra Lívia Zaruty desfila seu preconceito de forma pouco coerente e ofensiva. Mas ela parece não perceber o alcance de sua retórica.

Naturalmente, não posso postar meus comentários no blog de Lívia Zaruty, que deliberadamente apagou minha postagem exigindo a reparação de como ela entende que se deu a ocorrência, sem mesmo estando lá.

Sendo assim, em meio a uma questão judicial, já deverei iniciar outra.

O caso é grave.

Aos que nos apoiaram

Em respeito aqueles que ofereceram suporte e solidariedade a nossa família após a ocorrência aqui divulgada, comunico que estaremos amanhã diante da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ, compartilhando o acontecido e em busca de orientação. Muito obrigado a todos pelo apoio solidário.

Dos comentários infelizes

Ao escrever inverdades, deliberadamente, em seus comentários uma certa moça me obriga a realizar mais um defesa, por enquanto via texto, como regem as normas legais vigentes no Brasil.

Peço desculpas sinceras a todos os leitores e leitoras e modificarei o sistema de comentários para preservá-los de discussões equivocadas.

Para esclarecer a uma comentarista infeliz, que fez seu último comentário no post "Dora 5 anos: a alegria antes da ocorrência", de uma vez por todas, espero:

1) As crianças estavam voltando do banheiro com a mãe e adiantaram-se para me encontrar. A mãe estava a dois metros atrás delas. Eu estava a um metro delas quando aconteceu a ocorrência. Se tivesse lido com atenção, eu não precisaria repetir. As crianças não relataram o ocorrido: e presenciei. E ainda fui tratado com ironia pela funcionária "tadinha" que, ao perceber que eu era o pai, tentou justificar-se de forma ainda pior.

2) 22h30, hora da ocorrência é um horário normal para o encerramento de uma comemoração de aniversário iniciada as 19h00. Minhas filhas,  em dias normais, dormem as 20h00.

O EXIF das fotos tem data e horário, assim como coordenadas GPS e não pode ser modificado, consistindo em prova legal válida. O mesmo vale para os vídeos feito na ocasião.

3) A funcionária em questão fez nossa reserva por telefone e recebeu o grupo, crianças incluídas, na noite do dia 16/02. Como gerente, tinha a responsabilidade de saber e zelar pelo bem estar de clientes que escolheram aquele espaço e o reservaram justamente por contar com um espaço dedicado às crianças, com destaque no site da empresa. Uma leitura atenta aos fatos evitaria que você cometesse o ato de propagar inverdades, agravado pelo fato de não estar presente. Os fatos aconteceram depois que pagamos a conta o que demonstra ainda mais a falta de preparo daquele estabelecimento ao lidar com seus clientes.

4) O patrio poder me reserva o direito de defender minhas filhas de qualquer agressão, sem com isso incorrer em outra. Dentro da prerrogativa legal, procurei a autoridade policial. Pais respondem por seus filhos menores, Livia, segundo a lei de qualquer pais civilizado e signatário do tratado de Haia.

5) Lia vestia short e camiseta de grifes renomadas, roupas novas e em ótimo estado. Dora não trajava vestido (cuidado com a difamação, senhora Livia) e sim um macaquinho cm corte balonê e pernas saint tropez. Não consigo imaginar de onde tirou a ideia de que era maior do que ela. Basta olhar as fotos para ver os trajes.

Em tempo: mesmo que fossem crianças de rua não poderiam ser barradas em espaço que é uma concessão em área pública, incidindo em crime de cerceamento do direito de ir e vir e constrangimento ilegal de menor, ambos crimes tipificados no Estatuto da Criança e do Adolescente.

6) Descabelada (novamente, difamação - basta ver as fotos). Quando você era criança e brincava (será?) provavelmente tinha um séquito de empregados para arrumar suas madeixas a cada minuto do folguedo. Minhas filhas estavam como as demais crianças que usavam o parquinho do quiosque.

Ainda que descabeladas estivessem, pelo motivo supracitado jamais poderia ser sequer tocadas pela funcionária em questão, muito menos agredidas verbalmente. Você as está agredindo também ao negar aos seus olhos o que as fotos revelam. O pior cego é o que não quer ver.

7) Presumo que esteja ciente de estar incorrendo em seguidas inverdades em um espaço democrático, mas regido pela legislação brasileira e pelas normas de conduta do Google. ao assinar o serviço concordou com as mesmas e está sujeita as implicações legais sobre suas palavras.

8) Onde você leu que eu estava pedindo a prisão da agressora? Mais uma vez incute em difamação e em injúria ao imputar-me uma palavra que não usei.

9) Para evitar sensacionalismo e compreensão equivoca, foquei minha reclamação em redes sociais, blogs e jornais. Em meios escritos é possível refletir sobre fatos de forma ponderada. Preservei as meninas e até mesmo a vitima ao não polemizar em TV, imediatista por natureza, recusando polidamente os pedidos de entrevistas.

 Como os leitores sensatos podem ver, nem todos entendem isso e extrapolam em sua maneira de comentar. 

Tive toda a paciência e respeito com você, presumindo ser uma leitora consciente e capaz de expor seu ponto de vista sem agir como uma energúmena.

Aqui é o meu espaço de expressão. Você tem o seu. Use-o.

Minhas filhas são educadas com esmero e de forma holística, justamente para serem pessoas melhores e capazes de estabelece relações para lidar com o mundo. Pena que nem todo pai tenha conseguido educar sues filhos da mesma forma. 

Certamente o seu pai não obteve sucesso na empreitada de educá-la. 

Ainda não consigo entender seu ódio direcionado a mim. Não conheço você, não lhe procurei par acusá-la ou agredi-lá e sequer tenho interesse em sua existência. Prezo o meu direito de continuar assim.

Mas, certamente, não vou esperar por desculpas, de forma que tomarei as medidas que me cabem como cidadão. Por enquanto, baseado em todas as mensagens aqui postadas, baseio no código penal e vejo claramente a violação dos artigos 138 e 139. Espero, sinceramente, que não chegue ao 140.

Com pesar, mais uma vez,
Felipe Barcellos

Escolas públicas cariocas: chapa quente!

41 graus em sala do Colégio Pedro II, em São Cristovão, 21/2/2011 foto: Paulo Alvadia, Ag O Dia.




Quando voltamos para Rio, em 2009, minha filha mais velha estudou em uma excelente escola pública, cuidada com muito carinho pela direção do estabelecimento. Apesar da incrível professora Márcia, um exemplo de dedicação, existiam duas condições que tornavam a tarefa de facilitadora do aprendizado quase impossível: o calor insuportável e o descaso dos pais com a continuidade da educação no ambiente doméstico.

Para o calor, não existe fórmula mágica. Com o que se gasta para comprar e abastecer os carros dos parlamentares estaduais seriam possível instalar unidades de condicionamento de ar em todas as escolas da rede pública, municipais e estaduais. Se incluirmos as verbas de publicidade, seria possível refrigerar até as bibliotecas. Mas nem os colégios federais instalados no Rio de Janeiro, como o Pedro II possuem o equipamento para o corpo discente, instalando-os apenas nas salas da diretoria. Me mostre um lugar no planeta Terra no qual alunos consigam estudar sem perder a atenção sob um calor de 41 graus e ainda assim conseguirem excelência acadêmica e eu paro de reclamar.

O segundo problema é mais grave. Convivi com muitos pais que, quando muito, apareciam nas reuniões da escola para reclamar da rigidez na avaliação das crianças (a professora não concordava com o regime de aprovação automática, que formou uma horda de analfabetos funcionais) e com a exigência do trabalho de casa e da leitura semanal de livros.

Uma das crianças que era de convivência mais próxima relatava as pressões que sofria em casa par largar os livros, que eram "bobagem". Esse menino, inteligente e perspicaz era incentivado por seu pai, zelador de um prédio na vizinhança, a jogar video game (sim, tinha um PS2) e frequentar Lan Houses para usar o Orkut e MSN, mas não gostava que o menino dedicasse tempo para ler. O menino tem agora 9 anos.

O motivo desse comportamento era o fato do pai ser analfabeto e acreditar que um filho "letrado" questionasse seu poder de pai. A mesma história repetia-se em toda a escola, sendo ainda mais cruel com o elemento feminino. As meninas que não se enquadravam no comportamento lascivo precoce, estimulado pela cultura do funk (as "novinhas" que citei em um post anterior), eram sumariamente excluídas do convivio com as demais. Sem maquiagem carregada, pulseirinha do sexo e roupinha cravada. Lembrem que estou falando de meninas de 9, 10 anos. Nada contra o funk para adultos, mas acho crueldade uma criança em formação ser bombardeada com valores sexistas. Quando a escola decidiu que não teriam funk durante as festas juninas, quase houve uma rebelião...Das mães!

Felizmente, as exceções existiam. A mãe de uma amiguinha de Lia, também casada com um zelador e guerreira ao extremo no que diz respeito a formação cultural da filha (e inteligente o bastante para ter apenas uma filha, de acordo com a renda do casal). Incentiva atividades extra classe, pesquisa, cuida da cultura geral da filha com boa música e estimulando um aprendizado saudável.

Ou seja, não é a origem de uma pessoa ou suas posses que vai determinar o comprometimento da mesma com a educação de sua prole. Mas esses exemplos precisam ser divulgados e estimulados. Espero que um dia sejam o lugar comum.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Para não passar em branco

Aos que foram vítimas de agressões como a sofrida por minha filha, o respaldo legal para reclamar seus direitos:

Lei 7716

Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.

Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.

Com o agravante:

Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).

Ou seja, o comunicado presume que a vítima seja intimidada. Não será.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Rio de Janeiro, uma cidade intolerante

Como alguns cariocas têm cultivado o ódio e a intolerância. A cidade supostamente liberal, mostra sua cara retrógrada a cada ato racista e proconceituoso. Cabe as vítimas gritar para terem os seus direitos respeitados.

Ontem, mais um caso de intolerância chocou a cidade.

O Rio vive sob um manto pseudo liberal que mal consegue atravessar o túnel Rebouças. Isso moçada, gritem para serem respeitados. Caso contrário, aquele discurso "bati pois achei que era puta" ou "queimei sim, era mendigo" vai perpetuar-se.

Não vou deixar que as coisas continuem assim.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Para entender como as crianças pensam o conceito de "raça"

A pesquisadora americana Rob Bernstein dedicou boa parte de sua vida a estudar como inventamos o conceito de "criança" e o mercantilizamos ao longo dos últimos dois séculos.

Ela escreveu o livro Racial Innocence: Performing Childhood in Black And White.

Um artigo de Abril de 2010 sobre seus estudos pode ser lido aqui.

Como tapar o sol com a peneira

Demitiram a agressora. Basta?

Dora 5 anos: a alegria antes da ocorrência.

compartilha com os velhos e novos amigos do blog a parte boa do aniversário de 5 anos de Dora, na noite do dia 16/2, no Leme. A molequinha estava muito feliz com a festa surpresa, ao lado dos amigos e parentes. Até aquela mulher estragar tudo.




Pintando para esquecer.





Minhas bonequinhas passaram o dia com pincéis, telas e tintas. Assim, parte da tristeza se foi, muito dela transportada para o temas das telas. Bola para frente.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pérolas aos porcos

Muita solidariedade, repleta de reflexões pertinentes, chegou a minha caixa postal. Agradeço aqueles que me ajudaram e a minha família a superar o momento ruim. Ganhamos força para lutar.

AOs que se exaltaram em suas manifestações preconceituosas e descabidas, resta a forma da lei. IPs anotados e páginas de comentários salvas. A internet não é uma terra sem lei. E um recanto genial onde pessoas de bem podem expor ideias controversas de forma civilizada, como a maioria dos que por aqui passaram ontem e hoje.

Aos demais, desejo que o aprendizado chegue antes que seja tarde.

De volta à programação normal a partir de amanhã.

E a vida continua

não gosto de flames, ainda mais em 2011.

Centenas de leitores foram solidários e agradeço a todos com coração aberto.

BO em andamento e as medidas legais serão tomadas

Mas, claro, existem aqueles que endossam o racismo e a vergonha.

Para estes, esclareço: ainda que fossem crianças de rua, maltrapilhas que estivessem, não deveriam ser enxotadas como párias. Aquele quiosque é uma concessão em um lugar público, a praia. Caso as supostas crianças estivessem sendo inconvenientes, uma conversa amiga, na altura dos olhos, resolveria a questão. Sem a violência da suposta superioridade social. Minhas filhas estavam em silêncio e sem nada nas mãos. BO em andamento e a vida segue.

Espero que aqueles que comentaram de forma acintosa nunca passem por nenhum tipo de violência ou intolerância.

Mas, se sofrerem, podem contar com a minha solidariedade.

Ontem, dia de aniversário de 5 anos de minha filha, mataram um pouco de nós

Bom dia,

Nunca imaginei que depois de tanto colaborar com o EU-REPORTER, tivesse que viver na pele a dor de um cidadão agredido com sua família em um dia de festa.

Escolhemos o quiosque Espaço OX, no Leme para comemorarmos o aniversário de 5 anos de minha filha mais nova, com amigos e familia, num total de 20 pessoas. Reservamos e chegamos, com as crianças, as 19h00. Realizamos a comemoração comas minhas filhas, Lia e Dora, que durante todo o tempo brincaram nas dependências do quiosque as vistas dos funcionários.

Todos os convidados consumiram regiamente e pagaram suas despesas com tranquilidade.
Aos nos prepararmos para ir embora, as 22h30, a funcionária Loi impediu minhas filhas, Lia(9 anos) e a aniversariante Dora (5 anos) de entrarem no quiosque ao retornarem do banheiro.
O motivo: alegou que seriam crianças de rua, por serem negras e terem cabelos crespos. Para encurtar uma longa historia: minha filha mais velha, de apenas 9 anos, está em choque. As alegações da funcionária não apenas são racistas e incidem em constrangimento ilegal e cerceamento do direito de ir e vir, como denotam a falta de atenção dedicada aos consumidores que frequentam o espaço. Vou entrar com medidas legais contra o estabelecimento e um processo por constrangimento ilegal, injuria, difamação e crime de racismo contra a funcionária.

Não queiram saber a dor de um pai ao vivenciar tais cenas em um dia de festa. A dor não vai embora quando fecho os olhos. Me vem a imagem de minha filha, minutos antes extasiada de alegria e em seguida chocada com uma realidade distorcida.

Estou sentindo muita dor. Uma dor que não vai embora.

A funcionária tinha a obrigação de observar quem estava na mesa mais numerosa do estabelecimento, estávamos minutos antes cantando parabéns e repartindo um bolo.

Impossível não ver a alegria que minhas filhas viviam em meio a amigos e família.

Loi estragou tudo com seu preconceito e despreparo para lidar com o publico. Precisa ser punida de forma exemplar.

Minha filha, uma crianca que é o que existe de mais valioso em minha vida, está DESTRUÍDA, achando-se culpada por não ter a aparência "certa" para poder ir e vir.

Espero que tal comportamento não seja uma norma do Grupo OX e da Orla Rio.

Esta carta está sendo copiada aos principais jornais do Brasil e publicações do segmento de turismo no Brasil e no exterior, em inglês.

Felipe Barcellos
Jornalista (ex-Folha, ex-editora Abril) e pai.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Volta às aulas. De novo.

Costurei a camiseta furada da mais velha. Fiz o lanche. Pendurei as roupas no cabide: sutiã, short-saia e meias. Conversei sobre as novidades. Sobre as obrigações e responsabilidades. Deixei a pequena colocar as meias de cores trocadas dentro do tênis. As mochilas novas repletas de sonhos. Volta às aulas é muito legal.

sábado, 22 de janeiro de 2011

"Igual ao Lula"

Noite calorenta, e Dani tentando fazer um velho circulador de ar funcionar sem barulho, sem sucesso. Ao quase esbarrar na hélice a mãe reclama que com uma besteira dessa poderia perder o dedo. E Dora solta essa: "Igual ao presidente Lula?"

Yogo Girl Frenzy



Amigas e filhotas juntas em uma tarde calorenta, aqui no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Bom motivo para começar o ano com deliciosos sorvetes de iogurte e toppings de frutas. Um bom 2011 para todo mundo!