Lia está com quase oito anos. Dora cruzou a barreira dos três. Inteligentes, questionadoras e sensíveis.
Imagine essa dupla sem escola, quase no final de fevereiro. Loucura em casa.
É que estamos voltando para o Rio de Janeiro. E, antes de sabermos exatamente o novo endereço, nada de selecionar o estabelecimento que vai receber nosssas meninas.
Dessa vez, para evitar os tropeços financeiros dos outros anos, vamos tentar pagar seis meses antecipados, caso as duas venham a estudar em escolas particulares.
Tenho me tornado favorável ao ensino público. O principal motivo é a carência de qualidade pedagógica em muitas escolas particulares, com currículos defasados e pasteurizados.
Virou moda "comprar" conteúdo programático de grandes grupos educacionais, quase como uma franquia.
O professor, munido de material padrão, obviamente fica menos estimulado a desafiar o processo cognitivo da molecada e acabam colaborando para formar uma geração de robôs voltados para o vestibular.
Outro incomodo frequente nas escolas particulares é a febre de consumo da classe média, personificada nos bens de consumos portados pelos pequenos.
Celular, MP3, video-game portátil, câmeras digitais. Não sou cotra nada disso. Mas o jogo do "eu tenho, você não tem" está cada vez mais precoce.
Na escola pública o próprio perfil sócio-cultural de alunos e pais se encarrega de corrigir certas distorções consumistas.
Efeito colaterais? Apenas a exarcebação do medo que temos do outro, do diferente, do supostamente pobre e sem formação intelectual-cultural.
É claro que não vou colocar minhas filhas em uma escola pública sem condições adequadas. Instalações, professores e alunos devem ser avaliados. Mas não demonizados.
E cá entre nós, sexo precoce, violência, funk e axé são coisas que nossas filhas enfrentam mesmo estudando em tradicionais escolas de elite.
E como...
Vamos lembrar que aqueles que criam pérolas como o big brother e outros produtos dessa natureza foram formados nas melhores escolas particulares do Brasil...
Veremos como o Rio de Janeiro vai nos receber...
As meninas estão simplesmente lindas. :-)
ResponderExcluirE é muito legal o questionamento que você faz, porque, salvo se eu estiver muito errada, o poder aquisitivo um pouco mais equalizado (afinal, quem não tem iPod compra MP3 falsificado no camelô) coloca o amor pelo consumo (de tudo e todos) num patamar parecido, não importa muito o meio.