quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

de olhos bem abertos



não sou careta. estou longe de ser moralista. aprecio a liberdade de expressão.

como homem midiático, já faz muito tempo que abandonei a ingenuidade de acredtitar em informação oferecida pelos grandes veículos de comunicação.

como pai, verifico cada link em que minha filha navega, em sua hora diária de internet.

mas não basta. quem gosta de disseminar a burrice o faz de forma cada vez mais sofisticadae cruel.

hoje recebi, logo pela manha, fotos forenses da menina que foi esquartejada em Curitiba.

não foi apenas uma foto. foram diversas, com toda a precisão anatômica dos cortes.

o rosto (a cabeça separada) em close, em várias das fotos.

os trajes que ela vestia ao morrer, cuidadosamente arrumados, como naquelas bonecas de papel.

quem disseminou essas imagens pode ser considerado um ser pensante?

um ser digno de ser considerado digitalmente incluído?

não mereceria o mesmo destino e pena de quem perpetrou o crime?

a pessoa em questão é um profissional de mídia, que trabalha para a Rede Globo.

sabe que cometeu crime previsto no estatuto da criança e do adolescente.

pode ser preso.

vai alegar inocência, vai dizer que apenas repassou as imagens como curiosidade.

triste.

triste, mas exemplifica bem quem são as pessoas que redigem as matérias que você, diariamente, lê nos supostos melhores jornais do país.

garotada classe média sem preparo. sem leituras. sem conhecimento. uma corja que os donos de jornais adoram. não reclamam. a boca está adoçada com as entradas grátis para as baladas, restaurantes e bocas-livres. com os prêmios e brindes oferecidos pelos anunciantes (tabu: ninguém confesa que adora ganhar celular de presente das operadoras...ou viajar "na faixa" para os lançamentos de produtos no exterior).

gente que fica feliz, quando recebe o "corte" do dia, feito pela publicidade e pelo marketing. o que sobra de espaço depois dos anúncios comercializados e matérias pagas é que estará disponível para a informação relevante.

diversas vezes vi redatores e repórteres comemorarem a carência de espaço editorial. poderiam, ufa, escrever menos.

pensar, refletir, questionar e fazer entender nosso tecido social é supérfulo nas principais redações brasileiras.

isso vale também para aquelas caras revistas mensais e semanais que você assina ou compra nas bancas.

formar opnião, hoje em dia, é equivalente a anestesiar cérebros. tocar o rebanho. jornalistas são pastores de ovelhas.

é consumir o sensacionalismo da tragédia e ser educado para sentir-se culpado pelo infortúnio alheio.

aconteceu novamente, agora com as chuvas em santa catarina.

minha filha, ficou impressionada. procurou imagens, por sugestão da professora. em sua ingenuidade, pediu-me para imprmir uma foto da casas submersas. a foto era do crime de Nova Orleans, cuja a culpa foi imputada ao furação de força desproporcional.

nada de explicar o motivo do acontecimento. a falta de preparo urbanistico e a carência de inteligência na gestão ambiental e na construção civil.

o que lhe foi oferecido é unidimensional. choveu, muita gente perdeu tudo na enchente. agora precisam da SUA ajuda. e tome números de contas bancárias, sem a menor garantia de que os recursos serão destinados a recuperação da região afetada.

e nossos impostos? eu já paguei pela tragédia. não preciso pagar novamente.

pois bem. cadê os professores para explicarem os motivos de tamanha enchente, 25 anos depois da região ter vivido o mesmo problema? os professores não sabem. tudo o que bostejam para os alunos foi o que conseguiram resumir dos textos mal-pesquisados de veja, época e outras publicações da mesma natureza.

perdem as crianças, vitimadas pela cultura do medo e da culpa. perdem os adultos, que insistem em assistir ao jornal nacional, como se fossem encontrar alguma informação relevante para o seu futuro em matérias editadas de 40 segundos de duração.

tentem explicar a operação farsesca em Mumbai, índia, em 40 segundos. tiros ao vivo. todos comentam nas ruas, ônibus, metrô. sequer imaginam como é a cultura local e suas intrincadas características. choram pelos ricos mortos e ignoram a existência do sistema de castas.

pior. a morte de um dos 300 homens mais ricos do mundo, vitimado por tiros, rendeu mais linhas do que a mulher grávida baleada na cabeça no Rio de Janeiro.

garanto que a maior parte dos leitores teve seu cotidiano mais afetado pela morte da mulher. mas choraram mais pelos mortos de munbai.

ficaram presos na equação "número de mortos X espaço de tempo". mais gente morre de forma cruel no Brasil. muito mais.

não interessa. afinal, eles moram na favela ao lado, e não estavam hospedados no hotel mais luxuoso de Mumbai.

poxa, gastaram tanto dinehiro para morrer assim?

meus coleguinhas jornalístas, na casa dos 20-30 anos, já arrumaram culpados, já encomendaram infográficos impressionantes (e repletos de erros históricos e geográfios) sobre os ataques "terroristas", e pior, já elegeram os heróis.

sim, uma vez que massacre, tragédia ou cataclisma sem heróis não rendem audiência, não dão "suite" ou rendem um número considerável de leitores.

basta traduzir um feed da reuters, da cnn ou da AFP e pronto. ufa, como trabalhei hoje!!!!

reprodutores de "fatos".

cadê o repórter curioso que poderia pedir para o seu editor uma passagem para tentar entender o acontecimento in loco?

não, dá muito trabalho. melhor publicar a traducão do texto redigido pelo estagiário da Reuters, ignorante sobre os acontecimentos na ásia...pô, marquei pelada e chope hoje!!!

a mesma garotada que escreve sobre a falta de fiscalização da lei seca, bate ponto depois do expediente no bar folhão, no estadão (belo pernil...), no filial e no hipódromo, na gávea. e tome cocaína com chopinho...

depois, pegam seus carros 1.0 comprados em 72 prestações e tornam-se candidatos a assunto da página policial, no dia seguinte.

são os mesmos que acusam de corporativistas as forças de segurança, mas que são incapazes de colocar os coleguinhas criminosos ou contraventores sob o holofote do jornalismo.

na folha, escrever pouco significava menor chance de errar, assim a premiaçnao que rende uma viagem para a europa, paga pelo jornal, para os melhores de cada editoria não fica comprometida

sim, os erros são cumulativos, e se um colega arrisca mais para informar melhor, pode prejudicar o preguiçoso conformado que será premiado.

não é diferente nos outros veículos que bonificam a obrigação de ser correto. todas as grandes redacões do país sofrem com o medo de informar e a moçada que está entrando agora no mercado de trabalho, principalmente aqueles que conseguem entrar para os "cursos de jornalismo" oferecidos pelos veículos mais imortantes, são adestrados para cumprirem sua missão de não fazer os jornais perderem dinheiro (anunciantes).

já se perguntaram o motivo de existir um jornal para cada perfil sócio-cultural?

liberdade de expressão?

não.

adestramento.

um país que brinca de falar em inclusão digital, mas que cria apenas novos consumidores de mídia eletrônica e de comércio eletrônico. casas bahia online. enforque-se em até 10 vezes,com juros.

não estimulam ninguém a produzir conteúdo. basta uma olhada no orkut e no youtube para ver a contribuição do cidadão brasileiro ao universo de informação digital.

e piora. alguém já leu nos principais jornais internacionais alguma matéria sobre as exigências exóticas de astros brasileiros no exterior? aqui ainda gastam laudas sobre as toalhas e a comida que a madonna pediu.

estudaram quatro anos para escrever sobre o paladar da madonna. certo. e nós pagamos por essas publicações.

estimulem seus filhos a escrever sobre o mundo. sobre eles. sobre as suas percepções do cotidiano.

estimulem essas criancas a não serem meros consumidores de conteúdo.

verbalizem que só existe inclusão digital quando sua participação online modifica a vida de outro ser humano.

o porteiro e a empregada terem e-mal não é inclusão digital.

laptop nas escolas do Rio de Janeiro não é inclusão digital.

acesso a internet comunitário, sem monitoria para a producão de cultura não é inclusão digital.

um presidente como o Lula, marionete que ignora a inteligência de milhões de brasileiros ao proferir e sustentar idioticessócio-político-econômicas, não pode estimular a inclusão digital.

é sandice.

continua...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

da arte de saber compartilhar a maternidade

da pena das garotinhas que acham que maternidade enfeia a mulher. No processo de "burrice seletiva", as cabecinhas de tais moças só conseguem lembrar de exemplos desabonadores.

Os poucos neurônios não conseguem relacionar com maternidade mulheres belas e atuantes.

Fico impressionado com elas esquecem das milhares de mulheres lindas que têm um ou mais filhos. Algumas até famosas, mas a grande maioria as anônimas que encontramos no trabalho, no cinema, em shoppigns, na praia, sempre acompanhadas da prole.

Eu acho o máximo.

Além do mais, marcas de cesariana (é, ainda existem vítimas dessas quasesempre desnecessárias cirurgias...), peitos supostamente caídos (acreditem, vocês exageram...) estrias e celulite não são os detalhes que contam. Deve ser um infortúnio passar boa parte da vida ao lado de uma "porta", uma companheira burra mas com o corpo supostamente impecável. Triste, mesmo.

Tem que ser um homem muito babaca ou limitado para ficar sacaneando a mulher por ela estar "caída". Ah, vai casar com uma boneca inflável, pô!!!

Muitas dessas moças (hétero e homossexuais - entre as lésbicas e bi a cobrança para evitar a maternidade em prol da estética é ainda mais forte, mas não é politicamente correto falar nisso...) ainda estão no esquemão que envolve sofrer na balada pela atenção do outro e ainda depender da aprovação alheia. Usar o corpo é muito mais fácil do que recorrer à intelectualidade. E a insegurança que alimentam não deve proporcionar um sexo dos mais interessantes também...Tô fora.

Quem critica a maternidade, principalmente baseado em quesitos estéticos (fora os que defendem a teoria falaciosa da fome mundial...) demonstra uma clara tendência à intolerância e pouco respeito pela própria existência.

Imagino o que pensariam elas dessa mãe, uma bióloga carioca que decidiu usar o próprio corpo para garantir a sobrevida da filha que tem uma doença rara. Ela testa alimentos e substâncias que possam garantir um leite adequado à sua filha, que pode morrer ao ingerir algo inadequado. As seqüelas são um corpo com chagas e uma quase cegueira.

Mas a ligação com a vida está ali, plena. E, no fim, acho que é isso que conta.

Quanto a ajudar em casa, principalmente com os pequenos, fica a dica: mesmo as mulheres bem resolvidas eventualmente pintam as tarefas com tintas dramáticas. São tantas as dicas e cuidados e vontade de manter o controle que os homens que não são naturalmente devotados aos deveres domésticos se assustam.

Vale deixar rolar e não reclamar do jeito que fazemos as coisas. Como coloquei num dos últimos e mal-criados posts do meu blog, algumas vezes temos mais discernimento do que as mães para resolvermos certos problemas com os filhos e nas tarefas diárias. O motivo? Simplesmente porque percebemos as coisas de forma diferente, quebrando alguns paradigmas de puericultura e educação infantil.

Se quiserem ter o(a) companheiro(a) ajudando, deixem ele(ela) livre para tomar decisões. Funciona melhor e evita que se sintam "sob comando".

domingo, 16 de novembro de 2008

o brasil evoluído do século 21 permite o extermínio de meninas

como evidencia o nome do blog, tenho duas filhas pequenas.

eu poderia fzer cara de paisagem e atribuir tudo a uma mera coincidência ou versar longamente sobre as mazelas da natureza humana. não.

não dá para ficar calado. a situação é grave. e vai piorar.

curitiba é considerada a capital mais civilizada do brasil. os frios indicadores sócio-econômicos mostram uma cidade que superou os problemas das demais capitais brasileiras.

a origem italo-germânica de seus habitantes povoa o imáginário daqueles pouco versados em antropologia social.

sinal de inteligência. de educação. de prosperidade.

pois num intervalo de 11 dias deste corrente mês de novembro, três meninas entre 8 e 9 anos foram brutalmente assasinadas por homens.

brutalmente violentadas. estupro. sangue dor. perda.

isso na capital civilizada que é curitiba.

11 dias.

2008.

século 21.

nada surpreendente em um país onde ser do sexo feminino jea desperta suspeita.

no país onde alguns jornalistas de merda chegaram a insinuar que uma das meninas poderia ser a culpada de seu próprio infortúnio, apenas por usar um site de relacionamentos e ser articulada.

9 anos.

outro idiota que recebeu o direto de expressar suas bobagens em um dos pasquins que se auto-proclama o maior do país. culpou o sistema que não fornecia transporte escolar, fazendo com que a menina tivesse que usar o transporte público.

ou seja, os culpados são as vítimas.

cruel demais.

é tão atroz. mais atroz é saber que logo depois de dar essa notícia hoje a noite, patrícia poeta, mulher (deixaram ela passar dos 9 anos de idade sem morrer), vai chamar os gols da rodada, com um enorme sorriso no rosto.

brasil.

brasil que se acha capaz de falar mal do islamismo e dos costumes de algumas nações africanas que mutilam mulheres.

brasil.

que acha que a morte de uma criança pode ser explicada.

especialistas da tragédia.

a capa da principal revista semanal do brasil é um ator cocainômano que abandonou um folhetim fracasado para se tratar em miami.

outro dia, foi o merda do obama. poxa, menos três menininhas do terceiro-mundo para sacudir bandeirinhas dos EUA na próxima turnê mundial do político popstar.

as meninas assassinadas, violentadas e destruídas não terão esse prívilégio. ganharam madeira que vai apodrecer e terra pra caralho jogada sobre seus pequenos corpos violados e desprovidos de VIDA.

o privilégio de mostrar a verdadeira face deste país medieval, presidido por um palhaço, fantoche de merda, que representa bem onde chegaremos como nação.

como sociedade.

aos pais dessas crianças só posso deixar minhas lágrimas.

aos assassinos, meu orgulho de não ser religioso e poder tratá-los como merecem.

aos atores do jogo político-econômico, um aviso: o tempo está acabando.

minha paciência também.

sábado, 15 de novembro de 2008

ih, ó o cara aí, meu!


Tenho pensado muito em mei pai. sonhei com ele dia desses. tinha vindo em nossa casa, visitar as netas (não chegou a conhece-las). eu o abracei e disse que estava com muita saudade.
meu pai morreu em 1997, após lutar contra um cancer no abdomen implacável. morreu sofrendo, com dor. não fui ao enterro. odeio enterros.
desde então muita coisa aconteceu em minha vida, sendo a mais importante delas o nascimento de minhas filhas. e só então comecei a entender muti do que meu pai dizia e fazia.
descobri que sou parecido com ele. o que traz um certo conforto, apontando rumos que posso ou não tomar. que agora sei que posso escolher entre ser normal ou ser feliz.
quando eu nasci, meu pai já tinha 51 anos.
cultivava algumas amizades, era popular. em casa, autoritário. teve dificuldades com filhos libertários. primeiro, minhas irmãs mais velhas. depois, eu.
mas nunca deixou de nos amar, de nos apoiar, ainda que relutasse em aceitar nossos acaminhos e escolhas. era um homem muito inteligente e surpreendente. versado nas ciências do ocultismo, mestre maçon grau 33, quiromante e tarólogo. o mesmo cara que fora um herói de guerra, um advogado tardio, um corretor de imóveis, um comerciante e “professor pardal” em eletrônica.
o cara que me ensinou a dirigir, ainda moleque. que era capaz de sacar sua Colt 45 em discussões de trânsito. que levava toda a família para conhecer lugares distantes ao volante de nossa fumarenta Vemaguete com bancos vermelhos.
o cara que dirigia 200 quilômetros só para ver o filho quase afogado em uma sessão de surfe nas ondas violentas de Saquarema. o cara que recomendou que eu não exagerasse nas minhas masturbações pré-adolescentes, depois que, na véspera de uma viagem de férias, eu sai de um demorado sumiço no banheiro com o membro parecendo o personagem do filme O Homem Elefante. o cara superprotetor, mas que me deu uma moto quando moleque e quando fiz 18 me tirou o direito de usar veículos automotores. o cara que sabia que as mulheres seriam a maior fonte de distração de minha vida.
um mistério, o Seu Manoel.
mas hoje, é fácil lembrar dele como meu amado pai.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Senta que lá vêm história


A escola de minha filha menor convida, semanalmente, os pais das crianças para contarem histórias para a turminha. É uma oportunidade para as crianças tomarem contato com todos os modelos de família e suas características e peculiaridades.

No dia no qual seríamos os contadores, Lia decidiu assumir os trabalhos. Matou aula e preparou-se a manhã toda para contar uma historinha que faz o maior sucesso aqui em casa. O motivo é que eu sempre modifico o enredo toda vez que conto, o que garante risos noite adentro.

Lia contando e Dani reforçando os pontos do clássico Cachinhos Dourados capturaram a atencão da molecadinha.

Depois, saboreamos um suco de morango, a surpresa da Dora para seus familiares.

Foi uma tarde muito agradável e tomara que venha a se repetir.

domingo, 9 de novembro de 2008

Trocar e doar é amor pela vida

está acontecendo uma coisa muito bacana entre algumas pessoas de classe média, interligados pelos meios digitais.

A gente sempre guarda em casa alguma coisa que nunca mais vai usar, mas que ainda estea em bom estado,e, por isso, pode ser útil para alguém.

é claro que o primeiro impuslo é vender e tentar recuperar um troco, principalmente quando se trata de eletrônicos.

mas assim que você deixa a mesquinharia e o apego material bobo de lado, abre-se um universo de possibilidades, de cooperação e de respeito ao próximo e ao meio ambiente.

hoje, recebemos um doce de abóbora genial, feito pela Samanta, e de quebra, vieram umas roupas que eram de sua filha mais velha, agora uma adolescente de 13 anos.

Lia, minha filha de sete anos, é grandalhona e curtiu muito as "novas roupas". experimentou, vestiou uma composição listrada e desceu para brincar feliz da vida.

um gesto simples, que o esnobismo daqueles que não são nem ricos nem pobre fez demorar a ser aceito e respeitado

eu agradeço.

e fico feliz com a possibilidade de coisas que foram úteis e importantes para mim e minha família possam trazer um sorriso para alguém.

nosso sling teve um destino semelhante, e agora embala um bebê na Alemanha.

que essa energia continue a rolar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

torre de controle, mãe surtada avisa que vai decolar


voltar a postar sempre é estressante. os filhos mudaram. minhas meninas já são criaturas com personalidades distintas e necessidades exclusivas.

o caminho foi longo, com muito aprendizado. mas também, muita doutrinação.

não, nem tudo foi negativo.

sling, amamentação, dedicação à prole, cuidados com alimentação e educação na primeira infância.

mas porra, não somos máquinas.

fico chocado como mães que lutam por um mundo mais humano para suas crias podem ser tão cruéis com outras mulheres, que precisam achar seu espaço novamente.

no passado escrevi sobre isso, mas é hora de voltar ao tema.

tem gente que fica acuada entre a sogra careta e as amigas radicais.

sabe quando você PRECISA ter o seu peito de volta? quando a escolinha se torna fundamental para que você passe a existir novamente como mulher? naqueles momentos em que você quer ser dona da sua rotina?

pois é. muita gente escreve e palpita quando o assunto é parto natural (que defendo com unhas e dentes), amamentação exclusiva e coisas do gênero.

mas cadê a ajuda na hora de voltar a trepar? de voltar a sentir-se gostosa? de não ser apenas um peito com leite? de ter a liberdade de usar o seu tempo para não fazer nada.

não pense que a dedicação férrea à prole, se questionamentos vai ser 100% positiva.

vocie existe. indivíduo.

seu filho ou filha também.

de um espaço para que seu bebê de quase dois anos possa existir. outras crianças. outras doenças. outra relação com disciplina.

você não é brigada a completar TODAS as lacunas do manual da mãe moderna.

você quer trabalhar, flertar, ler, gozar, tudo isso sem ter o carimbo de mãe na testa.

e você pode.

você deve.

e pode ter certeza que sua cria vai agradecer.

não existe nada pior do que cumprir obrigações maternais quando se está sem saco.

foda-se que vão te olhar torto quando voce der um perdido

na hora do expulsivo ou do corte, na hora do bico rachado encarando os dentinhos, na hora dos cocôs intermináveis e da febre que não para é você ( ele(a)) quem está ali.

ou seja, palpites externos não são sequer bem-vindos.

alguém se oferece para ficar com sua cria enquanto você volta a alimentar sua cabeça com cultura e os outros aspectos da existência humana?

não deixe ninguém patrulhar você.

amamentou 6 meses? não quer mais? retome o seu peito.

ele é seu.

comemore sua menstruação.

celebre a plenitude do feminino, que transcende e não se limita à experiência maternal.

faça dos parceiros cúmplices nessa jornada de retomada do eu.

afinal, ser mãe não é padecer no paraíso.

vá voar, sem medo.

e deixe sua prole voar também

domingo, 10 de agosto de 2008

Maconha, minha filha, maconha!

lanta polêmica, a maconha. Para defender seu uso livre, cerca de 250 gatos pingados compareceram, na tarde de domingo último, a praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, para fumar um...digo, protestar pela liberação da erva (como se não tivéssemos nada mais importante para pleitear...).

Os combalidos e sem voz moradores das favelas do complexo do Alemão, Mineira, Chacrinha e Vila Cruzeiro, assim como as recentes vítimas inocentes de tiroteios entre traficantes e polícia, não foram ao fumacê. Ficaram vendo as imagens de seus mortos ilustrando uma revista eletrônica dominical.

Não bastasse a influência histórica, econômica e cultural em todas as sociedades civilizadas, a cannabis ainda merece ser discutida como um dos maiores bodes expiatórios daqueles que detém alguma forma de poder: juristas, médicos, políticos e donos de meios de comunicação.

Estes últimos juram de pés juntos que, com a venda da maconha liberada, viveremos em paz para sempre e as favelas, longe do tráfico, serão os lugares mais felizes do mundo, ainda que sem saneamento básico, nível de instrução e qualificação profissional abissal, e, ainda por cima, sem controle de natalidade.

Ou seja, o fluxo de empregadas domésticas de baixo custo, putinhas de rua em Copa ou em termas e mão de obra barata e descartável para os filmes e séries de TV do Fernando Meirelles estará assegurado.

Os políticos não gostam: como irão barganhar votos em uma favela feliz? A polícia odeia; "cadê o inimigo? Que moradores e comerciantes nossas milícias vão extorquir"?

Ingênuos, esqueçam. O tráfico de armas vai continuar, a violência -comandada do asfalto e personificada pelos atores do morro- também, a polícia dos ricos e remediados também, a hipocrisia também. Assim, vamos tirar o sofá da sala para evitar a traição dos infiéis...

E o problema não para na cidade, no suposto conforto e segurança do consumidor final.

Como nenhuma maconha distribuída em larga escala hoje no Brasil é orgânica, completamente livre de agrotóxicos e produzida um lavouras onde impera a justiça social, com relações trabalhistas decentes e manejo na terra com foco na preservação ambiental, acho pertinente soprar a fumaça para o alto e deixar uma larica de informação entrar nessa discussão.

Bahia, Pernambuco e algumas lavouras ao norte da América do Sul produzem coisas interessantes no campo da cannabis sativa. Mas para o consumidor desses produtos não é interessante discutir diferenças. "Imagina, daqui a pouco esse pessoal vai querer barganhar preço!", diriam os donos do bagulho.

Creio que minhas filhas terão a oportunidade de experimentar a erva, se quiserem, com menos hipocrisia em torno do assunto. Mas eu realmente espero que elas não tenham a ingenuidade de defender a "naturalidade" e inocuidade do produto. Sim, produto.

Darei força para a maconha livre desde que a qualidade do produto venha em primeiro lugar, assim como cercada de informação sobre a oferta de variedades. O brasileiro não consegue distinguir as diferentes espécies de cannabis (aliás, nem as de batata...) e raramente sabe que existem alternativas que produzem efeitos semelhantes e não são proibidas, como a Sálvia Divinorium. Consomem uma maçaroca disforme e prensada com tantos agentes químicos e sujeira, que se rigorosamente examinadas envergonhariam o bom e velho Marlboro que mata cowboy.

Se quiser algo diferente, amigo, só encomendando dos EUA, Turquia, Irã, Israel ou Holanda, pela internet.

Mas parece que a discussão sobre a origem não interessa. Nem sobre as variedades e formas de preparo, nem sobre o consumo responsável. Discutir a liberação como uma simples forma de reduzir a violência urbana é tão falacioso quanto irresponsável.

Imagina o que não passa na cabeça da moçada, que mal começou a se descobrir, tendo que fazer opção pela droga A ou B como norma de inclusão social e ritual de passagem.

Cruel e desnecessário. Acho que cabe a nós, pais, nos informarmos mais e melhor sobre as substâncias disponéveis para fazer a cabeça da moçada antes de condená-las e, sim, olhar de perto o que nossos filhos andam fazendo e pensando. Não para reprimir, mas sim para podermos orientá-los.

Afinal, irresponsável é o pai que não se preocupa com o perfil psíquico e emocional de sues filhos, onde uma mal diagnosticada TDAH, por exemplo, pode levar a problemas sérios de conduta, se associada ao consumo indiscriminado de drogas recreativas.

Leitora, você viu o que aconteceu com o Henry Sobel: o uso de drogas sem controle pode ser prejudicial até mesmo para as pessoas com compulsão por gravatas de seda de grifes italianas com o caráter mais ilibado...

Não me entendam mal. Sou a favor da liberação, mas não naive a ponto de achar que as relações sociais que envolvem o consumo de drogas irão melhorar. Vivemos um cenário de liberação com o álcool e o resultado está longe de ser dos melhores.

Clubes noturnos e restaurantes da moda nas principais cidades brasileiras vendem uísque e vodka falsificados, em grande quantidade. Alguém pune? Proponho um diálogo mais franco sobre como lidar com a questão.


Da ignorância

Não existe consumo consciente e saudável de maconha (ou qualquer outra droga recreativa) sem informação. E para isso é preciso leitura e consciência crítica para discernir entre o que é bom ou não. A maconha vendida no Brasil, de forma geral, é de péssima qualidade. Os hábitos de consumo ainda piores, quase sempre ligados ao consumo social.

A galera não sabe quais são as variedades e suas diferentes características de sabor, fumaça e duração de efeito, não sabem como podem evitar um anti-doping no trabalho, ou até mesmo pouco sabem sobre o uso medicinal e formas alternativas de ingerir THC, como adesivos para a pele, fitas sublinguais, alimentos, doces e balas produzidos com óleo de cânhamo.

Livros em português são poucos. Revistas especializadas brasileiras, desconheço. Salvo o trabalho competente de gente como a moçada da revista Super Interessante, da editora Abril, que sempre aborda o tema e chegou a editar um DVD (conteúdo estrangeiro, no entanto) sobre a história do consumo de cannabis, a garotada brasileira está a deriva num mar de lixo informativo na Internet.

Quem não souber jogar a bóia e remar até a margem certa, vai estar fadado a se reunir numa rodinha no play do prédio e fumar um baseadinho escondido, rapidinho, olhando para os lados e segurando para não tossir e alertar os defensores dos valores da família brasileira. Tsc Tsc Tsc.

Goze antes, fume depois

Não quero tal cenário para as minhas filhas. Assim como falamos de sexo, DST, bulimia, anorexia, álcool e violência, também temos a obrigação de conversar e esclarecer sobre prazer químico. Corremos o risco de ver nossas meninas fumando maconha (qualquer uma, de baixa qualidade) antes de começarem a ter uma vida sexual bacana e prazerosa (com qualquer um(a), de baixa qualidade??).

Acho uma temeridade a garotada procurar estímulo químico antes de gozar pela primeira vez. Infelizmente é muito comum. O mais comum.

Já não bastasse o horror de terem que iniciar suas vidas sexuais munidos de barreiras físicas (oferecem camisinhas ao invés de tentar convencer a moçada que vale a pena conhecer alguém, fazer exame, construir uma conexão emocional e daí ir trepar sem medo de gravidez indesejada ou doença X ou Y), ainda são obrigadas a enfrentar o bombardeio da mídia conservadora e burra com campanhas nojentas do tipo "droga mata: cuidado".

E a cerveja antes de dirigir? E quem trepa fora do relacionamento, em situações inconsequentes e não informa ao parceiro(a) que pode ter dado uma possível bobeada (ninguém é perfeito) brincado bareneaked com desconhecidos? Será que tais coisas também não trazem risco de vida?



"Vamu deixá essa mina lôca e detonar"

Quem foi adolescente e nunca ouviu colegas armando para fumar um baseado ou embebedar uma menina, antes de carregá-la para a cama, que atire a primeira pedra!

A molecada, 11, 12, 13 anos, arma de todas para "comer" as meninas. E o relaxamento químico é o maior aliado dessa turma ainda sem valores definidos e repleta de conceitos não discutidos em família. Seu laboratório social são nossas filhas. Por isso, tenho obrigação de proteger as minhas, conversando de peito aberto, quando chegar a hora. Não cerceando seu acesso aos estímulos e vicissitudes da vida adolescente, mas tornando-as aptas a entender as consequências e efeitos do uso.

E, preferencialmente, depois que elas já estiverem iniciadas na arte de vivenciar -com segurança e responsabilidade- os prazeres do próprio corpo e com corpos alheios.

Vamos ajudar nossas meninas a decidir se precisarão usar algo a mais para obter sensações de prazer. E também a dizer NÃO, e evitar aquelas interações que já conhecemos bem e sabemos dos resultados.

Uma garota esperta e informada dificilmente vai ficar com medo de ser chamada de "careta" pelas outras, por não querer entrar num carro dirigido por um bêbado depois de uma balada, por exemplo.

Nem vai precisar de "encher a lata" de Special K ou ecstasy numa rave para se sentir livre. Se estiver com vontade, faz na dela, em casa, sossegada, com amigos(as) de confiança e pessoas "do bem". Exatamente como se deve fazer numa boa siririca ou em uma trepada saudável.


Cheirou maconha e fumou cocaína

Digo mais: liberar a maconha e não a cocaína, o LSD, o ecstasy? Qual a justificativa? Quem já provou sabe que uma BOA cocaína, com controle de qualidade e consumida com rigor é uma ótima diversão para ADULTOS. E muito menos perigosa para terceiros do que o tão difundido uísque com redbull antes de dirigir...

Assim como não quero que minhas filhas sejam parceiras da agonia no sexo, também não quero que sejam enganadas por usuários e traficantes canalhas. É preciso ter conhecimento para se fazer escolhas. Até para não fumar, beber ou cheirar.

Quem sabe o efeito colateral não será positivo, com menos mulheres chegando frustradas aos 30, achando que se comportar com a inconsequência dos 17 anos é bacana, moderninho.

Acho que no futuro teremos menos blogueiras...

De onde vem a onda

Creio ser válido explicar as características da maconha, suas variedades, os conflitos sócio-políticos no campo e na cidade. Não esquecer a exploração do trabalhador rural, de discutir que culturas podem ser plantadas em rodízio com a maconha, para não esgotar a terra. E lutar contra o pouco apego dos produtores às práticas ecológicas, preocupados que estão com margens de lucro exorbitantes.

Salvo engano, não vi tal discussão levantada na mídia, com prazos e consequências para o consumidor final e para a economia.

Novamente, informação que não chegou ao destinatário, aos leitores de diários e periódicos, que com parcos conhecimentos, transformam ignorância em discurso tolo.

Nenhuma surpresa, considerando que o perfil de consumo é o mesmo daqueles que acreditam em "zeca-feira" e "boas" ou que pagam uma fortuna por (e acham chique) vinhos feitos com uva prosecco, dispensando os corretos e saborosos espumantes brasileiros e as cavas espanholas...

Aliás, alguém lembra de que variedade era a maconha das latas despejadas no litoral carioca pelo navio Solana Star, no saudoso verão "da lata"?

Postado por Felipe B às 5:09 PM

8 comentários:

Claudia disse...

Qdo eu digo que ter conhecido o Mothern e o LV e todas as pessoas que fazem parte desse pedaço da blogosfera me tornou uma pessoa melhor... Felipe, eu jamais teria pensado na marijuana (e as outras drogas e o cigarro, etc) pelo lado que vc pensou... ótimo material pra reflexão. Valeu!Bjs
9:38 AM
Budubudu disse...

Olha eu aqui de novo... também não quero ser naive, mas você falou dos adolescentes de uma forma meio pejorativa... a maioria dos meninos de onze, doze, treze anos pensam em muita besteira antes de querer dopar e "comer" as meninas. E também tem muita menina que é muito menos inocente que um menino de onze anos... Talvez é porque eu fui criada numa cidade pequenina (Recife) se comparada a São Paulo, Rio de Janeiro... eu acho que um o maior perigo é a banalização do alcool e para mim chega a ser vergonhosa a quantidade de comercial de cerveja ... mas isso ja é outra coisa. Seus argumentos sobre a legalização me fizeram refletir... nunca tinha pensado na importância da qualidade do produto!
5:34 PM
Priscilla disse...

Felipe, parabéns pela abordagem do assunto "maconha" e por trazer outros tantos tabus à tona, como o sexo por exemplo.
Esperemos que nossas filhas tenham clareza e lucidez qdo forem apresentadas `a tudo isso, acho que se a sociedade não contribuir para as coisas melhorarem, quem sabe nossa criação seja de muita valia para elas... que façamos a nossa parte em proporcionar a informação necessária para evitar danos e distorções...
Pela melhor qualidade do beck!!! Uhuhu!

Bjs

Pri
5:29 PM
mobile disse...

bem...o que dizer desse texto? o que dizer das expressoes e termo que voce usou? sim..voce ta mais que correto em alguns pontos...em outros meio "exagerado" como o algum comentario acima que diz dos "meninos de 11,12,13 anos.."

mas, no geral voce esta mais que certo. Nunca vi alguem expressar exatamente todas as coisas que eu penso em um blog/flog ou qlqr coisa que seja.

Esta de parabens.
o/
12:53 AM
Mariana disse...

Oi, Felipe! Parabéns pelas reflexões, embora eu não concorde muito com vários trechos, acho que há contradições.
A questão da adição química ligada a prazer jamais existiu na história da humanidade do modo que vivenciamos hj...e é tudo fruto do mercado, pois o lucro é altíssimo se pregando essa forma de "prazer" (questionável). Mesmo o uso de substâncias puras, de alta qualidade, traz revezes para o organismo, desde desequilíbrio hormonal (níveis de serotonina ou dopamina muito altos, que depois serão compensados com baixa no organismo até normalizar sua produção, por exemplo), desidratação, baixa glicêmica no cérebro(causa da larica, p.e.) e "n" efeitos colaterais deletérios.Além do mais, mesmo o consumidor da melhor cocaína não tem tanto controle assim sobre o quanto e quando usará...a maioria dos canabistas que conheço usa toda noite, caso contrário, parece que falta algo, e os efeitos do THC(mesmo da boa, importada) constante no corpo e na mente são visíveis e ruins.
O prazer real é outro, vem de outra fonte, não da adição química artificialmente inserida nos corpos e é isso que nossas filhas precisam desenvolver para terem mente e corpo sãos e em equilíbrio - o caminho mais certo para viverem felizes.
Abraço.
Mariana
3:26 PM
Anônimo disse...

Felipe,
Vc sabia que na Jamaica se d� maconha na mamadeira das crian�as para que elas cres�am mais inteligentes?� isso a� no BR somos muito desinformados!!
7:18 AM
Zooe disse...

Vc disse:"ingerir THC, como adesivos para a pele, fitas sublinguais, alimentos, doces e balas com óleo de cânhamo."
Isso seria ótimo, pois as famílias se ressentem de ter que inalar a fumaça dos cigarros, mas nem ligam se usamos lsd ou cocaína, pois é mais discreto e não incomoda terceiros, visto que optar por uma substância psicoativa é individual e não se pode obrigar terceiros a sertir os odores de qualquer cigarro!
8:27 AM
Sandra disse...

Olá, Felipe!
Gostei muito não só das suas reflexões, mas também das reflexões que elas me causaram. Você acabou de me apresentar um jeito diferente de pensar o beck, a partir de discussões mais inteligentes e politizadas do que as do tipo a-culpa-é-do-usuário.
Obrigada!
E parabéns!
Um abraço,
Sandra
5:27 PM

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Cabeça, ombro, joelho e pé

Uma das maiores dificuldades de um pai é saber que tamanho de roupa comprar para seus filhos.

Quem é que entende a numeração? 8, 10, 12...o que significam estes números misteriosos?

Esqueça tudo!! Seus problemas acabaram!!

Anote um método que pode ajudar a dar uma geral no enxoval dos pequenos, sem ter que recorrer aos conhecimentos da mãe, vó, ou amigas do trabalho.

1) Pegue aquela trena que está encostada na caixa de ferramentas e tire as medidas das roupas que vestem bem seus filhos. Escolhi algumas peças das meninas que possuem medidas chave, como ombros, cintura, tórax (varia de acordo com a modelagem, fiquem atentos), pescoço (para não incomodar e facilitar para vestir os menores no caso de roupas sem botões nessa região), largura das pernas da calça na altura das coxas (principalmente nas que não possuem botões depressão, no caso dos bebês que usam fraldas) e comprimento da parte interior da pernas, para facilitar em caso de ter que pedir bainha.

Para os pés, também vale medir, pois diferentes formas de sapato e tênis podem ficar mais largas ou apertadas. Sabendo quanto mede o pé, é só comparar com o calçado escolhido e deixar uma folga, fundamental para quem usa meia esportiva.

Em locais frios, que pedem luvas, as medidas das mãos também facilitam a compra. Meça do pulso até a ponta do dedo médio.

2) O segundo jeito é medir seus filhos, de dois em dois meses e anotar num papelzinho para guardar na carteira, ou anotar no PDA, celular, etc. É impressionante como eles crescem e modificam seus corpos em tão pouco tempo. Quando vir numa loja algo que acha bacana para as crias, é só consultar seu "banco de dados" e fazer a compra. É sério, funciona até para comprar a camisa de seu time favorito.

E ainda pode aproveitar a técnica para comprar roupas e calçados para os homens/mulheres que você gosta, sem medo de errar. Ela(e) vai adorar a surpresa.

Outro benefício é poder deixar a prole em casa, jogando Wii ou lendo Monteiro Lobato, e evitar a confusão nos provadores das lojas.

Medidas chave:

cabeça
pescoço
envergadura dos ombros
comprimento do braço até o punho
comprimento da perna
circunferência das coxas
cintura
circunferência da bacia (sempre com fraldas, no caso dos menores - isso evita comprar um número errado)

Lembrete: se possível, coloque até um centímetro a mais nas medidas, na esperança de fazer a roupa durar mais tempo.

Pronto: acabou a desculpa para não gastar seus suados trocados com roupas para seus filhotes.

Tomara que ajude vocês na hora de comprar, pelo menos, as inevitáveis fantasias de carnaval. Vi uma de Emília (a escolha da Lia) hoje, quando fui comprar umas calças e camisas para a Dorinha, mas fiquei em dúvida.

Vou medir a mais velha e depois volto à loja

Post sujeito a alteração. De tamanho.

o retorno

recuperando, bem devagar, antigos posts deletados.

muita coisa ainda vale a pena. outras serão revisadas.

vai ser duro, mas vou tentar.

domingo, 8 de junho de 2008

Juninas




Festas juninas não são minha diversão favorita. Nunca gostei muito, mas dessa vez as duas bonequinhas resolveram curtir juntas. Lia, com modelito tradicional. Dora, com uma solução improvisada, mas que fez efeito.

Não é que ficaram show?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Show!


Quase uma drag, a baixinha. Sumiu no quarto por alguns minutos e reapareceu assim na sala. Tem que brilhar...

domingo, 1 de junho de 2008

Minhas meninas


Lia e Dora estão cada vez mais integradas uma com a outra. Dorinha, agora uma "moça" que não usa mais fraldas e já dorme em uma cama, está descobrindo o mundo de forma cada vez mais intensa. A escolinha fez muito bem a ela, onde pode exercitar o compartilhamento do mundo com os amiguinhos. A única questão delicada com ela é que o desmame está demorando mais do que o previsto, mas caminhando bem. Agora nossa menina de 2 anos só mama a noite, para dormir, com raras "recaídas".

Lia é uma companheira e tanto, me dando força para tocar a vida adiante, mesmo diante de todos os problemas que me cercam.

Amo essas meninas.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Um lugar

Em frente ao prédio da MTV, no bairro do Sumaré, em São Paulo, existe um parque, na verdade um eco-disfarce sobre uma caixa d`agua gigantesca, que, se estourar, vai parecer um filme-catástrofe.

Esse parque passou por uma grande reforma e deveria ter sido inagurado em Julho de 2007. Mas está aguardando o nosso prefeito-que-ainda-não-saiu-do-armário fazer uma reinauguração apoteótica pré-eleitoral.

É um lugar onde pais sossegados podem levar suas crinças para brincar entre árvores, fazer castelos de terra e sopinhas de lama (duas torneiras disponíveis), onde volta e meia os meninos do Le Parkour aparecem para pular e dar idéias de traquinagens radicais nas alturas para a nossa prole.

Cercado de árvores, é muito gostoso para um pic-nic e um bom papo com amigos, sem estresse com cliclistas que não sabem ler (como no parque Villa-Lobos) e sem cachorros (não são permitidos).

Assim foi no último dia 23, quando minhas meninas juntaram-se a outras bagunceiras e aos poucos meninos dos amigos presentes. Muita farra, comidinhas gostosas e, porque não, mulheres bonitas.

Aqui vocês encontram fotografias feitas por Lia Porto e Felipe B naquele fim de manhã.

Papinhos

Dia desses, em reunião na escola da mais velha, ouvi as palvras de um pai preocupado por seu filho ter que fazer um dieario, como parte das atividades escolares.

Em resumo, afirmou que o filho não fazia por medo dos colegas acharem "pouco másculo" um menino escrever suas impressões sobre o que cerca o seu dia.

Triste.

Ainda existe uma grande babaquice reinante no mundo da sexualidade de nossos filhos. Filho(a) gay ainda é transtorno para aqueles que querem que os filhos sejam apenas um espelho melhorado de suas próprias existências.

Felizmente, algumas das coisas que nossas crianças mais curtem apontam a possibilidade do diferente (ainda que estereotipado) como válido.

Assim, para aqueles que desejam fugir da homofobia, fiz uma lista dos seis programas infantis onde os personagens gays marcam presença de forma positiva.

1 - High School Musical - gente, o Ryan é o filho talentoso e sensível que todos gostaríamos de ter, não? E as camisas polo combinando com os bonés, chapéus e boinas? E as coreografias para a Sharpay?

2 - Hanna Montana - babado fortíssimo com a melhor amiga. Ela chega mudar a voz e sentar de perna aberta (no modo cantora eclética), como se fosse uma Vange Leonel adolescente. Fora o irmão de drag, ajudando o costureiro...show! Em um dos episódios o drama era se o carro do irmão da Hanna era gay ou não (um Rabitt Cabriolet).

3 - Teletubbies - preciso dizer mais? "De novo!!!"

4 - Xuxa - por mais que a Globo tente evitar, sempre rola um momento dyke, com a loira de terninho e bigode. A peça publicitária com ela vestida de motorista é tudo na formação de novas "sandalinhas".

5 - Lazy Town - desde os anos 80 eu não respeitava tanto um homem sarado de bigode pulando com calças de lurex.

6 - Barney - o dinossauro delicado e seus amigos nunca deixaram dúvida.

Quem lembrar de algum mais, me avise, pr favor.