quarta-feira, 24 de junho de 2009

deus, o vaticano e a CNBB amam, veneram e protegem os padres pedófilos. você também?

temos filhos pequenos e gostamos de proteger nossa cria. alguns recorrem à palavra divina, a deus, a igreja, na tentativa de estabelecer relações entre o bem estar dos pequenos e a espiritualidade controlada pela empresa multinacional Vaticano Inc A.K.A, igreja católica para gente que ama deus.

meses atrás, alguns leitores, também pais, questionaram, com virulência típica de quem passou a vida sendo enganado e abusado, o meu posicionamento quanto ao ensino religioso institucional. quando falei mal do arcebispo que queria excomungar a familia e a menina de 9 anos que fora engravidada após sucessivos estupros no ambiente familiar.
na ocasião, o mesmo facínora religioso defendia o agressor.

ao mesmo tempo, sucessivos casos de violência sexual praticada por padres católicos, em todo o Brasil, tomaram conta do noticiário nos primeiros meses de 2009. Lembro que, tradicionalmente, o que chega a imprensa é apenas a ponta do iceberg, a cabecinha...

feito o levantamento dos últimos 10 anos apenas, vivemos um cenário de epidemia de violência sexual ligada ao ministério religioso. culpa apenas da igreja? não. culpa dos pais mal instruidos, que entregam a vida e integridade de seus filhos nas mãos de deus (ou em troca de perdão divino, cesta básica e alguns trocados para o crack e a cachaça).

ontem mais um padre pedófilo foi pego EM FLAGRANTE. Sul do Brasil.

o que o Estado brasileiro está esperando para romper com a igreja? para decretar uma profunda investigação nas instituições religiosas? rabo preso.

não é possível que tantos casos envolvendo apenas uma ocupação sejam tratados apenas como ponto fora da curva.
é sistemático. algo na formação desses doentes, ou ate mesmo na doutrina celibatária leva esses monstros de batina a treparem com os seu filho, a molestarem nossas filhas. sistematicamente.

onde estão os defensores dos direitos humanos, que adoram fazer passseatas, vestidos de branco (com a foto do filho mortinho estampada no peito) na orla carioca e abraçar a Lagoa pedindo o fim da violência contra a inocente classe média?

cade essa gente para ir as ruas protestar contra a violência da igreja contra as crianças brasileiras? será que ao serem violentadas por padres, elas foram menos vítimas ou sofreram violência menor do que o garoto arrastado pela rua preso a porta do carro roubado por meninos bandidos?

a turma que cresceu sob a batina vai esperar uma criança morrer empalada na pica de um padre famoso para fazer seu manifesto. tarde demais, como sempre.

hoje, é mais interessante fazer passeatas em favor dos iranianos. claro, não está acontecendo nada aqui no Brasil que justifique qualquer tipo de manifestação. está tudo bem com nossas crianças, protegidas pelas cercas elétricas das creches e condomínios e aconchegadas no banco de treas de nossos Tucsons enquanto dirigimos imprudentemente falando ao celular, espreitando o mundo real, (repleto de pretos perigosos, de funk e de coisas ruins) pelas frestas dos vidros escurecidos ou a prova de balas.

graças a deus

enquanto isso, a turma que não paga imposto, vive da exploração da pobreza, cultiva a ostentação e o luxo e goza (goza? sim, goza...) de e na nossa cara e de nossos filhos continua seu papel histórico de subjugar o próximo. com o seu apoio. com o seu dinheiro. com as missas que você frequenta e encomenda. com as aulas de catecismo que você financia, com o curso de batismo, com os casamentos de branco que não duram um ano.

tem vilão nessa história. nós sabemos quem são. está na hora de dar o troco. eu não vou ficar de braços cruzados esperando.

os omissos e covardes que esperem a putaria dos padres da igreja católica chegar até a pia batismal, na frente de vocês. com o filho de vocês.

amém.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Os coleguinhas gostam de tragédias...

e esquecem de comentar que a pandemia de gripe suína acaba de atingir um nível de mutação inédito e toma conta da China.

A OMS vai declarar essa semana a perda e controle total sobre a doença.

Mas vamos chorar pela Air France antes....

terça-feira, 2 de junho de 2009

Apertem os cintos...o bom senso sumiu



Dani não gosta quando sugiro viajarmos separados com as crianças, quando o transporte é aéreo.
Sempre cedi, mas agora vai virar regra: cada um viaja com uma filha.
Por essa terras é tabu falar em morte, em precauçoes e prevenção. Traz energia, diriam os medrosos ou esotéricos de novela das 8.

Eu não quero que meus filhos fiquem orfãos de pai e mãe ao mesmo tempo.

Outras dirão: - mas pode acontecer com qualquer um, em qualquer lugar....

Pode. Mas não vai. Não sou qualquer um. Bilhete aéreo é caro pra cacete.

Nos últimos 30 anos a indústria aeronautica, aliada as companhias aéreas e a novidadeira indústria do turismo, gastaram os tubos tentanado nos convencer da segurança das viagens aéreas dentro de uma tempestade sobre o Oceano Atlântico.

Nunca foi seguro.

Bombardeados pela propaganda, que impoe aos leigos o mito da sofisticação tecnológica dos aviões como guardiã de nossa vida, achamos normal voar para la e para cá em grandes latas ocas de alumínio e plástico, recheadas,com gente e bagagem. Sustentando tudo isso, mais alumínio oco e cheio de gasolina de aviação. As asas...

Na cabine, tres figuras sobre as quais nada sabemos, até o speech antes da decolagem. Não tenho como saber se ele ou ela beberam antes de checar os sistemas do avião, se discutiram no trânsito, se estão com TPM, ou se descobriram algum caroço terminal ao lado de seus ativos e glamurosos genitais.

Os caras da Lei Seca deveriam fazer uma blitz nos hotéis nos quais se hospedam as tripulações, pouco antes de partirem para o comando de seus voos...

O fato é que comandantes de aeronaves trabalham muito e ganham pouco. As jornadas são absurdas, para a responsabilidade imposta ao cargo. E no caso do A330 (pioor no A350 E NO A380), por mais heroicos que sejam, sua ingerencia é limitada.

Mesmo bem treinado em emergências, no simulador, um piloto de A330 nada pode fazer se a aeronave perde o controle.
Os computadores assumem tudo. Ja vimos isso de perto, aqui em São Paulo (A320).


E semana passada uma turbulência fez um destes brinquedos de voar europes machucar 21 pessoas em voo da TAM vindo de Miami, muitos com fraturas sérias.

Projetado pelos europeus para ser mais barato, carregar mais gente e carga e gastar menos combustível, o A330 não pode se deixar levar pela razão humana. Ele é exato. Digital. 0 ou 1.

Não que eu seja purista, mas eu gosto da sensação e conforto que me traz enxergar dois manches tradicionais na cabine de um Boeing. Gosto de Boeings. Se eu pudesse, não voaria de Airbus.


- Pelo menos ele tentou me salvar, penso, agarrado ao meu salva-vidas laranja, lamentando o infortúnio do piloto e já ensaiado meu voice-over, sorumbático e fora de sincronia, para um documentário do Discovery Chanel.

No Airbus não tem jeito. São dois joysticks, como os de video game. A ligação com as superficies que fazem o avião voar são meramente digitias. Isso, Como esse teclado e seu mouse.

E você já deve ter percebido como os humanos costumam errar ao digitar...Mas o A330 não tem Maçã+Z nem Control+Alt+Del.



Minha mãe e minhas sobbrinhas são clientes desse voo da Air France, que sai do Brasil as 19h00. Nos últimos três meses fizeram esse trecho quatro vezes. Coisas de família que mora longe. MInha irmã mais velha e seus três filhos moram em Paris.

Não tem jeito, nem baldeação em Deodoro para o ramal Japeri. A solução é encarar o Galeão algumas vezes por ano.

Pelas estatísticas do setor aéreo, mais um trecho ainda em 2009 e entraremos no grupo de risco. Não é emocionante?

Minha mãe não liga.

Aos 83 anos, diz ter pouco a perder. Mas ela é café-com-leite, manhosa nesse negócio de voar, ano passado fez voo livre e alguns anos atrás embarcou naquele teco-teco que voa sobre o Everest, a meca do ar rarefeito, que mal tem oxigenio para fazer a explosão com a gasolina, para fazer funcionar o motor e para manter pressão negativa sob as asas.

Mas eu sou paranóico. Sim, vou viajar separado, com um dos filhos ao meu lado. O seguro de vida é do Bradesco, bonzinho mesmo.

Paradoxos. Na cabine de um A330 não existe nenhum aviso do tipo `COMO ESTOU DIRIGINDO? LIGUE PARA...`


Podemos esculachar o motorista do 584, do bbuzão da CVC (no meu tempo, era Soletur) mas temos um respeito idiota pelos caras e moças de quepe e uniforme com divisas. Como se não falhassem aos nos conduzir, respirando ar reciclado por 12 horas, comendo jantar requentado a 10 mil pes, sobre milhares de quilômetros de água.



É tão bacana morrer voando.

PS - Obama, Sarkozy e Lula, além do Papa, é claro, não mandaram condolências para as famílias das centenas de vítimas dos acidentes rodoviários com transportes coletivos que aconteceram no Brasil em 2009.

Alguém sabe o motivo? Deve ser o preço da passagem, que dá caráter diplomático ao cadáver, com protocolo oficial incluido e passagem (de volta) para o céu pela agência do Vaticano.

É mesmo chique morrer voando.

UPDATE - o jornal New York Times acaba de publicar uma reportagem na mesma sintonia do texto que escrevi. Não sou o único que sabe, e fala, dos riscos de voar o A330. Quem trabalha sendo conduzido por aquela "coisa" morre de medo.