Minha irmã viu domingo, no bairro de Laranjeiras, Rio de janeiro, o Passat verde-oliva que pertencia ao meu pai antes do câncer fulminante tirar-lhe a vida.
Era um xodó.
O carro no qual ele me levava para surfar em Saquarema, em esquema bate-e-volta (em duas ocasiões, bate-e-fica mesmo, rsrs) épicos para um moleque de 12 anos.
O carro que levava minha Garelli 3 de Guadalupe para Araruama.
O carro que fervia o motor, mas um galão de água no porta-malas sempre salvava o dia, quando páravamos para comer pastel no topo daquela serrinha da Rodovia Amaral Peixoto.
O carro no qual eu ouvia "Trem das Flores", de Caetano, quando passávamos por aquele túnel formado por árvores, perto de Bacaxá, marcante para que anos antes tinha visto o mesmo local no filme menino do Rio (Valente, indo de jipe para Saquá).
O carro no qual refinei minha forma de guiar, anos depois.
Aquele Passar era foda. Meu pai também.
Após a morte de meu pai, em meus anos loucos, aquele Passat serviu até de viatura de auto-escola para muita gente boa na época da FACHA, né Rebecca Lockwood? (éramos corajosos, hahahah).
Quando me casei, minha mãe doou o carro. Os documentos originais guardo até hoje.
Hoje achei esse vídeo, um dos muitos realizados para as comemorações de 100 anos da Chevrolet, nos EUA.
Me deu a maior vontade de
fazer a mesma coisa que esse filho fez. Meu pai ficaria amarradão.
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